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Feminicídio em "Um Lugar ao Sol" dividiu espectadores

No Brasil, em 2021, as vidas de 1.319 mulheres tiveram o mesmo desfecho violento de Stephany

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Durante toda a trama, Stephany viveu episódios de violência nas mãos de Roney, mesmo após a separação
Durante toda a trama, Stephany viveu episódios de violência nas mãos de Roney, mesmo após a separação
Foto: Reprodução/Instagram

Na história da teledramaturgia brasileira, enredos que mostram a violência contra a mulher não são novidade. Mas ontem, em "Um Lugar ao Sol", a autora Lícia Manzo deu um passo além e não só expôs como funciona o ciclo da violência doméstica como levou ao ar em pleno horário nobre um desfecho trágico que, infelizmente, vai ao encontro da realidade.

Em vez de exibir um final feliz para Stephany (Renata Gaspar), com a manicure livre do relacionamento abusivo com Roney (Danilo Grangheia), a novela global das 21h mostrou o assassinato brutal da personagem, abatida a tiros pelo ex.

Roney: “A mulher é minha, eu faço o que eu quiser”
Roney: “A mulher é minha, eu faço o que eu quiser”
Foto: Reprodução/ Globo

Roney invade o apartamento onde estão Stephany e a irmã; quando confrontado por Érica (Fernanda de Freitas), saca uma arma e resume a visão de muitos agressores: “A mulher é minha, eu faço o que eu quiser”. Em seguida, ele leva as duas no táxi; força Érica a descer do carro e segue com a ex para um lugar ermo. Lá, primeiro tenta estuprá-la; quando ela foge, ele a persegue até encurralá-la e atirar.

O desfecho de Stephany aconteceu com pelo menos 1.319 mulheres no ano passado no Brasil, segundo o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. São mais de 3 mulheres por dia, uma a cada 7 horas.

O momento em que Roney atira em Stephany, no capítulo de ontem de “Um Lugar ao Sol”
O momento em que Roney atira em Stephany, no capítulo de ontem de “Um Lugar ao Sol”
Foto: Reprodução/Globo

Trata-se da conclusão trágica de um ciclo constante de violência que é vivenciado diariamente em incontáveis lares no Brasil. Incontáveis porque nem sempre as vítimas conseguem denunciar o agressor.

Para ajudar mulheres a mudarem esse cenário, foi criado o Projeto Justiceiras, organização que uniu esforços dos parceiros Instituto Justiça de Saia, Instituto Nelson Willians e Instituto Bem Querer Mulher, com o objetivo de eliminar a dificuldade de a mulher agredida procurar ajuda e denunciar o agressor. Os canais de comunicação do Projeto Justiceiras em que a mulher pode pedir ajuda são: www.justiceiras.org.br, @justiceirasoficial e WhatsApp (11) 99639-1212.

Apesar do pioneirismo do retrato do feminicídio em uma novela em horário nobre, a autora Lícia Manzo foi criticada por alguns espectadores. Na trama, Stephany havia recentemente chantageado o protagonista Christian (Cauã Reymond). Dessa forma, o fim dela pode ser visto por alguns como uma punição pela atitude.

Mas outras pessoas celebraram o fato de o tema, inclusive com o nome correto, ter sido abordado na TV aberta.

Fonte: Redação Nós
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