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Erika Januza e a invisibilidade negra no Carnaval: "Na hora do destaque, não estamos ali"

"A dor de todo mundo vem dessa não valorização", diz a atriz e rainha de bateria da Viradouro

6 fev 2025 - 19h54
(atualizado às 22h17)
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Erika Januza aponta que o esforço daqueles que fazem o carnaval é pouco reconhecido
Erika Januza aponta que o esforço daqueles que fazem o carnaval é pouco reconhecido
Foto: Leo Franco / AgNews

Rainha de bateria da Viradouro e com anos de experiência no carnaval do Rio, Erika Januza trouxe à tona uma reflexão importante sobre a representatividade negra na festa. Em entrevista à Glamour, a atriz destacou a ausência de visibilidade para aqueles que constroem o espetáculo, mas que, na hora do protagonismo, permanecem à margem.

"É o negro em sua maioria que faz o Carnaval. Quando você abre a porta do barracão, nós somos a maioria. A grande dor é que, na hora do destaque, não estamos ali", afirmou. Segundo Erika, enquanto costureiras trabalham incansavelmente nos barracões e operários conduzem os carros alegóricos até a avenida, poucos sabem seus nomes ou reconhecem seu esforço.

A reflexão surgiu durante as gravações de seu novo programa no GNT, Rainhas Além da Avenida, que estreia no dia 14 de fevereiro. Produzida pelo AfroReggae, a série acompanha o cotidiano das rainhas de bateria do Grupo Especial e revela a realidade por trás do glamour do posto. "Queria realmente entrar na vida delas e mostrar quem é aquela mulher longe do reinado. Ela lavando louça, levando o filho na escola. Enfim, a vida de uma mulher real e não em fragmentos", contou.

A atriz também ressaltou que a questão não é apenas racial, mas sobre quem realmente valoriza a cultura do Carnaval. "Quando você coloca uma rainha de bateria, não estou aqui nem falando da cor da pele, mas ela honra aquele lugar, eu admiro. Porque há um esforço para merecer aquele espaço e o convite recebido. Não é só pegar a fantasia, brilhar e dar close, mas sim ser parte daquele lugar", explicou.

O debate sobre pertencimento dentro do Carnaval ganhou força recentemente, com questionamentos sobre musas que não fazem parte das comunidades das escolas e que desfilam apenas pelo status. Erika, que se orgulha de sua conexão com a Viradouro, defende o envolvimento genuíno com o mundo do samba. "Não nasci na comunidade, mas honro aquele lugar, me envolvo com eles. Hoje, me sinto parte", afirmou.

Diante da falta de reconhecimento para muitos trabalhadores da festa, a atriz espera que discussões como essa ajudem a ampliar a valorização dos verdadeiros protagonistas do Carnaval. "A dor de todo mundo vem dessa não valorização", concluiu.

Fonte: Redação Terra
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