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Norte-americanos lembram tragédias com submarinos

Terça, 15 de agosto de 2000, 21h05min
Quando Dan Persico ficou sabendo que um submarino russo com mais de 100 tripulantes afundou no mar de Barents, vieram à tona flashes de memória de mais de seis décadas, quando ele enfrentou uma situação semelhante. "Trouxe-me de volta, instantaneamente, memórias desconfortáveis", disse Persico, hoje com 82 anos, um dos sobreviventes do USS Squalus, que naufragou a 21 quilômetros da costa de New Hampshire em 1939.

Persico, que agora vive em Amsterdam, Nova York, foi um dos 33 sobreviventes da tragédia americana. Hoje, apenas seis continuam vivos. Vinte e seis tripulantes morreram quando o submarino afundou em um teste.

Nesta terça-feira, ele e vários outros sobreviventes tinham poucas esperanças de que os marinheiros russos naufragados venham a escapar com vida. "Eu diria que esses garotos estão em sérios problemas", disse Gerald McLee, 85 anos.

O drama do submarino russo também remexeu nas memórias de um antigo marinheiro de Connecticut. Kimo Ward, um técnico de sonar aposentado, colaborou na busca de dois submarinos nucleares americanos perdidos no mar - o Thresher, em 1963, e o Scorpion, em 1968. Ninguém sobreviveu a nenhum dos dois desastres.

Ward serviu a bordo de Thresher até 1962, e estava escalado para estar no submarino em sua última viagem em abril de 1963 - mas atrasou-se. Ele conhecia metade da tripulação do submarino. "Você acorda e 60 de meus camaradas de bordo, com os quais convivi por dois anos, de repente se foram", disse ele. Todos os 129 tripulantes do submarino morreram.

O Squalus, de Persico, afundou quando válvulas usadas para retirar água do navio, quando na superfície abriram-se sem ter havido um sinal imediato na cabine de controle. Investigadores culparam problemas mecânicos. A tripulação então esperou por 23 horas antes que outro submarino chegasse carregando uma "cápsula-sino" de nove toneladas. O sino foi descido até uma escotilha do submarino e usado para resgatar os sobreviventes.

Persico e Allen Bryson, então um ajudante de maquinista de segunda classe com 21 anos, estavam no último grupo. "Durante a agitação inicial, você não tem tempo para pensar, você tem de fazer a água parar de entrar", lembrou Bryson. "Então, você tem de se preocupar com o ar."

Bryson afirmou que o oxigênio do submarino russo se esgotará rapidamente porque a embarcação está em local profundo. O Squalus naufragou a 75 metros de profundidade, o navio russo está 108 metros abaixo do nível do mar, informou a Marinha.

"Não tínhamos o suficiente. Havia pouco oxigênio", afirmou Bryson.

A bordo do Squalus, Bryson e seus companheiros trabalhavam para selar o compartimento dianteiro. Mas a água não foi a única ameaça enfrentada. Um membro da tripulação percebeu que a água do mar danificara uma das duas baterias do submarino, causando uma rápida oscilação de voltagem. Ele mesmo enfiou-se em um espaço apertado para desligar a energia.

Apesar das dúvidas sobre as chances de resgate dos russos, Persico, um marinheiro de primeira classe a bordo do Squalus, viu razões para otimismo. "Mesmo sendo um dos últimos resgatados, nunca perdi a esperança", garantiu.

Ward, de Montville, Connecticut, serviu na Marinha durante o ápice da Guerra Fria, antes de ir para a reserva em 1975. Mas ele se identifica com os marinheiros russos presos no fundo do mar. "Todos os submarinos são uma espécie de irmandade", disse. "Formamos um grupo muito restrito. Apesar de termos sido inimigos no passado, dividimos algo que a maioria das pessoas não consegue perceber."

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