Peugeot recorda 50 anos de carros presidenciais na França
Desde o Peugeot 604 de Giscard d'Estaing até o atual Peugeot 5008 de Emmanuel Macron, marca francesa relembra seus carros presidenciais
A Peugeot é a fornecedora oficial de carros presidenciais da França há quase 50 anos. Desde 1975 com o Peugeot 604 de Valéry Giscard d'Estaing até o Peugeot 5008 do atual presidente, Emmanuel Macron, a montadora francesa recorda quase meio século de serviços prestados ao governo francês. Confira:
A "pré-história" da Peugeot e da República Francesa começou na década de 1920. Eleito presidente da república em 23 de setembro de 1920, Alexandre Millerand (1920-1924) dirigiu um Peugeot Type 156 a partir de 1921. O Type 156 foi o primeiro carro a ser fabricado em Sochaux (França) e foi o topo de gama da marca na época. Ele era equipado com um enorme motor de 6 cilindros em linha de 5.954 cm3, que oferecia apenas 25 cv de potência.
Mais de meio século depois, o presidente Valéry Giscard d'Estaing (1974-1981) levou a montadora francesa para o Palácio Elysée em 1975, ano em que o novo carro-chefe da marca, o Peugeot 604, foi lançado. Na época, o chefe de Estado também decidiu que os carros presidenciais seriam da cor verde musgo. Ao todo, quatro unidades do sedã foram encomendadas durante o mandato de sete anos.
Três deles eram modelos de produção, versões SL topo de gama equipadas com um motor 2.6 V6 de 136 cv. Ao lado deles, a quarta unidade era uma limusine presidencial reservada para ocasiões cerimoniais. Feito em colaboração com o construtor de ônibus Heuliez, o Peugeot 604 limusine tem uma distância entre-eixos alongada em 62 cm, beneficiando espaço para os bancos traseiros, e um teto coberto com imitação de couro preta.
De acordo com o governo francês, o protocolo define precisamente a decoração do carro presidencial. Quando o presidente francês está no carro em uma ocasião oficial, o carro é decorado com uma bandeira francesa presa à frente direita do veículo no lado onde o Chefe de Estado entra e sai. Quando um segundo Chefe de Estado ou governo está com o presidente francês, a bandeira de seu país é fixada para o lado esquerdo dianteiro, do lado onde ele entra e sai do veículo.
Até a década de 1970, o Palácio Elysée tinha o uso reservado de placas numéricas 1PR75 a 5PR75 para o carro do presidente. Vários veículos foram registrados no 1PR75. Essa tradição chegou ao fim, e os carros presidenciais agora carregam placas de número normais atribuídas cronologicamente, como para todos os veículos, pelo Serviço de Registro de Veículos francês.
Em 1991, o Palácio Elysée adquiriu um Peugeot 605 que havia sido alongado e blindado pela empresa Breton Labbé (que mais tarde se tornou Centigon, a empresa que preparou o atual Peugeot 5008 presidencial). Este modelo trazia um motor V6 de 170 cv, e foi equipado com blindagem de aço de alta resistência e janelas feitas de vidro à prova de balas e composto de policarbonato.
Com isso, o peso total do modelo era de 2.500 kg, 1 tonelada a mais do que um Peugeot 605 de produção. Esta limusine foi usada principalmente por chefes de Estado hospedados na França, como Mikhail Gorbachev (URSS), Hosni Mubarak (Egito) e o Papa João Paulo II (Vaticano).
Durante sua passagem de doze anos no Palácio Elysée, o ex-presidente Jacques Chirac (1995-2007) usava regularmente o Peugeot 607 que se juntou à Presidência da República na frota de carros. Na mesma época, a primeira dama francesa também dirigia um Peugeot 205 SR de 1984, que tinha pintura na cor vermelha.
Pouco depois, o Peugeot 607 Paladine foi provavelmente o carro presidencial mais espetacular e de curta duração da Quinta República. Em 2007, a equipe de Nicolas Sarkozy (2007-2012) procurava um veículo que simbolizasse o período de governo quando o novo presidente dirigiu até a Champs Elysées no dia de sua posse. A solução foi o carro-conceito Peugeot 607 Paladine apresentado no Salão de Genebra de 2000.
A pedido da equipe de Nicolas Sarkozy, o Peugeot 607 Paladine foi levado do Museu Peugeot e foi conduzido pela famosa avenida Champs-Elysées. Produzido para a Peugeot pelo construtor de ônibus Heuliez, o 607 Paladine é uma limusine transformada em um landaulet com um teto de vidro retrátil cobrindo os bancos traseiros. O comprimento é superior a 5 metros.
O interior é luxuosamente equipado pelos estofados Hermès com couro azul e creme, duas poltronas eletricamente ajustáveis e um assento dobrável com as costas para a estrada. Por outro lado, o mecanismo de teto retrátil reduziu a capacidade do tanque de combustível para apenas 6 litros. O que não era um problema para um carro conceito se tornou um desafio ao usá-lo regularmente, dado o peso do carro e o consumo do motor V6.
Por isso, decidiu-se não usar mais o Peugeot 607 Paladine. Atualmente, o modelo é mantido pelo Musée de l'Aventure Peugeot, junto com as limusines Peugeot 156 de Millerand (1920-1924), Peugeot 604 de Giscard d'Estaing (1974-1981), e o Peugeot 605 de François Mitterrand (1981-1995). No entanto, outros carros presidenciais também são mantidos na oficina de carros Elysée, outros são vendidos ou entregues a museus.
Já o atual presidente, Emmanuel Macron (2017-presente), manteve um Peugeot 5008 durante os seus cinco primeiros anos de mandato. Por razões óbvias de segurança, o governo francês impõe sigilo sobre algumas das especificações do carro. No entanto, a Peugeot explica que o SUV foi modificado pela empresa Centigon, uma empresa especializada em Breton que realizou a blindagem do veículo.
Além disso, as únicas informações fornecidas sobre o Peugeot 5008 presidencial dizem respeito ao layout dos bancos traseiros – o SUV tem apenas 2 assentos em vez de 3, com um console central específico. Outras mudanças no modelo de Emmanuel Macron são o encaixe dos pisca-piscas dianteiros na grade do radiador e o emblema da Presidência da República afixado na carroceria.
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