Peugeot 2008 GT evolui e vende bem, mas ainda não embalou; veja a avaliação

SUV compacto agrada pelo visual e comportamento, mas enfrenta concorrência interna e externa

Por: Rodrigo Tavares

19 jun 2025 - 00h03

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O Peugeot 2008 é uma das boas ofertas da Stellantis no mercado de SUVs compactos, e evoluiu bastante em relação à geração anterior. Nova plataforma, bom motor e desenho atraente jogam a favor, mas o carro ainda não conseguiu deslanchar em vendas.

Lançado no Brasil em 2024, a nova geração do SUV usa a plataforma CMP, a mesma do irmão 208, e vem importada da Argentina. O SUV completa a linha com o "irmão" elétrico e-2008 é é oferecido no mercado brasileiro nas versões Active, Allure e GT, esta última avaliada pelo Jornal do Carro.

Versão topo de linha GT é completa e bem acabada

Peugeot 2008 GT
Foto: Rodrigo Tavares/Estadão / Estadão

Topo de linha, a GT se destaca pelas rodas de 17" com acabamento diamantado, que divide opiniões. Nas laterais, vincos na seção próxima da traseira deixam o modelo com aparência mais volumosa, ornando bem com a nova proposta do carro. Na traseira, luzes de LED completam o conjunto. Contudo, a única crítica fica com os emblemas na cor preta, que expostos numa peça também preta ou mesmo na cor avaliada Cinza Selenium (opcional de R$ 2 mil), somem.

Na interna, bons materiais de revestimento recebem bem o motorista, apesar dos plásticos comuns. Contudo, o pequeno volante, parte da proposta do i-cockpit, que dependendo do ajuste pode obstruir o painel digital 3D, requer um tempo para acostumar-se. No painel central, a multimídia é de 10,25 polegadas e permite conexão com Android Auto e Apple CarPlay sem o uso de fios.

Controles da multimídia podem ser acessados por um pequeno painel sensível ao toque, abaixo da tela, pouco intuitivo. Bancos de couro, teto solar panorâmico, freio de estacionamento eletrônico e travamento com chave de presença do tipo "walk-away" são pontos positivos. Renovado, o modelo agora mede 4,30 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,54 m de altura, 2,61 m de entre-eixos e 419 litros de capacidade no porta-malas. O bom espaço agrada.

Comportamento dinâmico agrada, transmissão CVT poderia ser melhor

No desempenho, não há nada espetacular, e isso não é demérito. O modelo usa o mesmo 1.0 Turbo (T200) de demais produtos Stellantis, como a família Citroën C3 e Basalt, Fiat Strada, Pulse e Fastback, bem como o irmão menor 208. São 130 cv no etanol e 125 cv na gasolina, e o torque sempre de 20,4 mkgf. A dirigibilidade agrada, aliada à direção elétrica, mas a transmissão CVT "mansa" não permite arroubos mais ágeis e esportivos. A situação melhora no ativar do modo Sport, em um botão escondido à esquerda do volante, mas não muito.

Apesar dos pneus de perfil baixo, o modelo é confortável ao rodar, e firme quando se exige mais nas curvas. O conjunto de suspensão, do tipo independente do tipo McPherson, na dianteira, e eixo rígido na traseira, entrega comportamento dinâmico que lembra a de hatches menores, uma vez considerada a posição de guiar mais alta. Dentro dos SUVs Stellantis equipados com o T200, é o melhor nesse quesito.

Testamos o modelo usando etanol, e o conjunto até superou as médias de fábrica na cidade, com melhor valor de 9,6 km/l. Na estrada, chegamos aos 10 km/l. Para se ter uma ideia, o modelo faz, segundo o Inmetro, 8,6 km/l na cidade de 9,8 km/l na estrada, com etanol. Com gasolina, os números sobem para 12,3 km/l e 13,7 km/l.

Conclusão: 2008 é um bom SUV, mas a concorrência o corrompe

Mesmo com seus predicados, seja do bom espaço interno ao bom comportamento dinâmico, o 2008 enfrenta dificuldade para "embalar" no mercado. Nas vendas da categoria, o modelo "patina" frente aos rivais, e apesar de acumular 5.751 unidade de janeiro a maio, ainda não disputa de igual para igual nas vendas. Dentro da marca Peugeot, entretanto, é o mais vendido.

Além disso, a concorrência interna também é uma dificuldade a ser transposta. Vendido por R$ 173.990 (ou R$ 160.990, com desconto dependendo do estoque da marca, o modelo ainda peca pelo preço. Para se ter uma ideia, o Fiat Pulse Abarth, mais potente (até 185 cv) e recém-renovado, custa menos: R$ 157.990.

PRÓS

2008 tem bom comportamento dinâmico, interna bem acabada e espaço para ocupantes agradável, visual é melhor "embalagem" do conjunto T200.

Contras

Conjunto volante/painel i-Cockpit requer paciência, transmissão CVT "amansa" agilidade do SUV, principalmente em ultrapassagens, concorrência interna e externa ofusca modelo.