Nova VW Kombi não vende (bem) e é cancelada, mas apenas por um ano
Combinação de preços proibitivos com autonomia limitada contribui para queda nas vendas e paralisação da produção em 2026 nos EUA
Sim, é fato que a VW ID.Buzz está longe de ser o mesmo sucesso da Kombi, a van que ela se destinava a suceder. E essa realidade ficou mais evidente com a decisão da Volkswagen de suspender a produção da minivan elétrica para o mercado americano.
"O ID Buzz continua sendo um produto de destaque importante para a marca Volkswagen", disse um porta-voz da VW em um comunicado. "Após uma avaliação cuidadosa das condições atuais do mercado de veículos elétricos, tomamos a decisão estratégica de não prosseguir com a produção do ID Buzz modelo 2026 para o mercado americano."
Segundo informações do site MotorTrend a VW tem muitos ID. Buzz 2025 parados nos estoques das concessionárias e precisa se desfazer deles. Aparentemente, a situação ficou tão crítica que a empresa acha necessário pausar a produção por cerca de seis meses para reduzir o estoque a um nível que corresponda à demanda.
Em entrevista ao portal, o presidente e CEO do Grupo Volkswagen da América, Kjell Gruner, confirmou que a minivan ID Buzz não foi cancelada para os Estados Unidos e que a produção será retomada em algum momento de 2026 para o ano modelo 2027.
"Quero deixar claro: não estamos cancelando este produto no mercado americano. Para otimizar o estoque, estamos utilizando os modelos de 2025 para dar suporte às nossas concessionárias até meados do ano, e estamos animados para receber o modelo de 2027 em 2026", disse.
De acordo com dados da consultoria norte-americana Motor Intelligence, existem aproximadamente 2.600 vans não vendidas nos estoques das concessionárias, o que equivale a 200 dias de estoque, considerando o ritmo atual de vendas.
Isso representa mais de seis meses, ou aproximadamente o período em que a VW planeja interromper a produção. Portanto a paralisação é completamente estratégica.
Um dos motivos das vendas prejudicadas segundo o portal americano foi o cancelamento antecipado do crédito fiscal de US$ 7.500 para veículos elétricos no final de setembro - contribuindo para um aumento imediato do preço da reeleitura da Kombi, a tornando proibitiva para o consumidor médio nos EUA.
Com preço inicial de US$ 61.545, o equivalente a R$ 332.343, a versão básica oferecia uma autonomia de apenas 234 milhas (377 km) — um alcance considerado insuficiente para um veículo familiar em um país de distâncias continentais. A situação se agravava na configuração topo de linha: equipada com tração integral e pintura em dois tons, o valor beirava os US$ 70.000 (R$ 378.000), enquanto a autonomia caía para 231 milhas (372 km).