Mitsubishi Xforce é estudado no Brasil, mas sem confirmação
CEO da HPE Automotores afirma que o SUV menor que o Eclipse Cross teria espaço no mercado brasileiro, principalmente na versão híbrida
No Brasil, a Mitsubishi Motors concentra suas forças nos SUVs e picapes. Após o grande lançamento da nova Triton, a marca vai investir em versões especiais dos seus modelos, diz Mauro Correia, CEO da HPE Automotores, empresa que reúne a Mitsubishi e Suzuki Veículos no Brasil.
Mas será que há algum novo modelo que poderia vir para o Brasil?
Em entrevista, o executivo conversou sobre a possibilidade da vinda do Xforce, um SUV menor do que o Eclipse Cross. Perguntamos se há um espaço para um modelo mais compacto do que o crossover médio. Mauro disse que não vê um conflito entre os dois veículos.
"Eu acho que não se intrometeria. É uma discussão, é uma conversa que temos, mas não tem nada definido. Porque esse é um carro desenvolvido para a Ásia. Nós estamos discutindo como ele se enquadra no Brasil", explica Mauro.
Os índices de emissões e de segurança dos automóveis do sudeste asiático ainda são obstáculos para a importação de carros da região.
Como é o Xforce
O Xforce tem uma proposta que enfrentaria uma grande concorrência no Brasil, ainda mais se viesse com o propulsor 1.5 aspirado. Além disso, há a alíquota de importação - ou seja, para ser competitivo, o SUV precisaria ter produção local.
Entretanto, há uma luz no fim do túnel: sua configuração híbrida. Recém-lançada na Tailândia, país onde o SUV é fabricado, a versão conta com um motor 1.6 aspirado aliado a um sistema híbrido. E a Mitsubishi enxerga um futuro híbrido para o mercado brasileiro.
A base e motorização são as mesmas da minivan Xpander. O propulsor 1.6 aspirado rende 107 cv a 6.000 rpm e 13,6 kgfm a 4.500 giros. É um rendimento tímido, porém, como se trata de um híbrido paralelo, o auxílio do motor elétrico garante uma boa força extra, entregando 116 cv e expressivos 26 kgfm. A transmissão tem duas velocidades, uma para baixas velocidades e outra para elevadas.
Como no Toyota Corolla Hybrid e outros modelos do tipo, a potência e torque não são somados de uma forma aritmética simples. A Mitsubishi não revela os números totais.
Por outro lado, a marca divulga consumo de até 24,4 km/l - lembrando que o índice foi obtido com gasolina de especificação diferente da brasileira, ou seja, o consumo tenderia a ser maior no Brasil. É possível rodar no modo inteiramente elétrico (o alcance não é divulgado), híbrido ou de regeneração de bateria.
Com 4,39 metros de comprimento e 2,65 m de entre-eixos, o Xforce se enquadraria bem no segmento dos SUVs compactos. E seria um belo rival para o futuro Toyota Yaris Cross Hybrid, que será lançado ainda em 2025.
Sua lista de equipamentos é recheada: há assistentes de direção ativa, ar-condicionado digital de duas zonas, sistema de som da Yamaha, central multimídia de 12,3 polegadas, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros (com quatro sensores cada), porta-objetos do console com refrigeração, entre outros.
Curiosamente, o Xforce também é chamado de Outlander Sport, o antigo SUV de entrada baseado no ASX, que foi descontinuado por aqui no início de 2022. Seria um bom prenúncio?
O que a Mitsubishi tem de novidades para 2025
Além do novo Outlander híbrido plug-in e as versões especiais do Eclipse Cross, há também novidades em relação às picapes. Mauro adianta que as versões especiais serão os próximos lançamentos após o SUV.
"Para os próximos meses, o que vamos ter é o nosso DNA das séries especiais, isso sempre foi um diferencial da marca Mitsubishi", adianta o executivo.
A L200 antiga também será descontinuada. Embora não deva seguir por muito tempo, os números de vendas são bons. A picape fez dobradinha com a nova geração da Triton nos emplacamentos de abril. Foram 632 unidades vendidas, contra 781 da sua sucessora.
Quanto ao desenvolvimento do motor 1.5 turboflex, o projeto está distante. Ainda há desafios em relação ao sistema de injeção direta e outros pontos, segundo o Mauro, que defende que a confiabilidade mecânica da marca não pode ser comprometida.
O programa Mover ainda não está a impactando diretamente, porém, se for necessário, a nacionalização de mais componentes pode ser feita em Catalão (GO) - "facilmente", de acordo com o executivo.