Imbatível no Brasil, Fiat vende menos do que a Rolls-Royce nos EUA
Veja como a Fiat teve um ano difícil nos Estados Unidos, vendendo apenas 605 carros num mercado de 15,5 milhões de veículos
A Fiat é a marca de automóves mais poderosa do Brasil há três anos, sem contar as décadas anteriores, quando também liderou. Mas, nos EUA, que tradicionalmente é difícil para as marcas europeias, a Fiat teve um ano difícil em 2023.
No segundo maior mercado de carros do planeta, de 15,5 milhões de unidades, a Fiat conseguiu a proeza de vender apenas 605 carros no ano. Foi uma queda de 34%, comparada com as 915 vendas de 2022.
Por incrivel que pareça, a Fiat vendeu menos carros nos Estados Unidos do que a Rols-Royce, a Ferrari, a McLaren, a Aston Martin, a Lamborghini e a Porsche, para citar apenas algumas marcas que vendem cada automóvel pelo preço de dois rins. Mas, por que?
Certamente, além da citada dificuldade das marcas europeias nos EUA, falta à Fiat estadunidense a ousadia, a agilidade e a energia que a Fiat tem de sobra no Brasil, onde dá aulas de inovação, marketing criativo e posicionamento de marca e produto.
Para começo de conversa, a grande aposta da Fiat nos Estados Unidos é o 500e, o simpático Cinquecento elétrico, que teve apenas 16 vendas. O modelo mais vendido foi o Fiat 500X com 554 unidades, seguido do Fiat Spider com 28. O menos vendido foi o Fiat 500L com 7 unidades.
Para 2024, a Fiat aposta em apenas dois carros: o 500X, que custa US$ 30.245 (R$ 149.000) e no 500e (sem preço no site, pois a produção do carro na Itália está suspensa até março, devido a baixas vendas). A Fiat tenta emplacar como marca tradicional e emocional nos EUA, tentando mexer com o imaginário da enorme comunidade italiana dos EUA.
Mas, no país das picapes, o fabuloso Fiat Toro, produzido no Brasil, não é sequer cogitado. Desde que nasceu, na fábrica da então FCA em Goiana, PE, a picape Fiat Toro foi considerada "pequena".
Nem.passou pela cabeça dos dirigentes da época a conhecidíssima campanha "Think Small" (Pense Pequeno), quando a Volkswagem emplacou o minúsculo Beetle (Fusca) num mercado de carrões enormes nos anos 1960.
Curiosamente, a Ford decidiu copiar a ideia da Fiat e fez a picape Maverick, só um pouco maior do que a Toro. Vende tudo que produz. Na mesma onda, a Hyundai lançou a picape Santa Cruz e também faz sucesso.
Para o futuro próximo, a Fiat pode tentar se impor como marca de carros elétricos na Califórnia e em Nova York, explorando o charme não só o 500e, mas também os novos Fiat 600e e Fiat Topolino.
É possível (ou provável?) que a Fiat não queira melindrar seus sócios da Ram (oriunda da Dodge). Uma pena. A Fiat não merece vender menos do que a Rolls-Royce e a Ferrari em nenhum lugar do mundo. Veja abaixo o ranking das 19 marcas europeias nos Estados Unidos em 2023, liderado pela BMW.
1º BMW - 362.244
2º Mercedes - 351.746
3º Volkswagen - 329.029
4º Audi - 228.550
5º Volvo - 128.701
6º Porsche - 75.415
7º Land Rover - 72.921
8º Mini - 33.497
9º Alfa Romeo - 10.898
10º Jaguar - 8.836
11º Polestar - 7.181
12º Maserati - 6.532
13º Bentley - 3.207
14º Ferrari - 2.993
15º Lamborghini - 2.803
16º Rolls-Royce - 1.433
17º Aston Martin - 1.364
18º McLaren - 761
19º Fiat - 605
Fontes: Car Sales Base e @CarIndustryAnalysis
