Hyundai Creta 1.0 turbo vale a pena? Conheça a versão Limited
Avaliamos o novo Hyundai Creta Limited, a versão intermediária com motor 1.0 TGDI , no dia-a-dia e também numa viagem de 1.200 km
Vale a pena comprar o novo Hyundai Creta 1.0 turbo? Esta é uma pergunta que muitos consumidores fazem, pois a versão topo de linha usa o motor 2.0 aspirado. Para tirar a dúvida, rodamos uma semana com o Creta Limited, a versão intermediária com o motor 1.0 TGDI e câmbio automático de 6 marchas.
De cara, vale dizer que o Creta Limited é R$ 11.000 mais caro do que o Creta 1.0 Comfort. A diferença está basicamente no sistema blueLink, que permite acessar vários itens do carro pelo smartphone. O serviço é gratuito por três anos.
Ele acrescenta ainda alarme antifurto volumétrico, sensor de estacionamento traseiro, aletas para trocas de marcha no volante, faróis de neblina, chave presencial, retrovisores rebatíveis eletricamente, indicador de temperatura externa e carregador do celular por indução. De resto, é o mesmo carro.
Preços do Hyundai Creta
Creta Comfort 1.0 turbo - R$ 121.790
Creta Limited 1.0 turbo - R$ 132.790
Creta Platinum 1.0 turbo - R$ 145.290
Creta N Line 1.0 turbo - R$ 160.890
Creta Ultimate 2.0 - R$ 166.690
Na cidade e na estrada, o Hyundai Creta 1.0 TGDI (turbo com injeção direta) se mostrou mais interessante do que na pista de testes. O desempenho foi até surpreendente, considerando que estamos falando de um motor feito sob medida para o Hyundai HB20, que é um carro menor e mais leve.
O desempenho foi o esperado para um carro de 120 cavalos com relação peso/potência de 11,3 kg/cv. Na cidade, está de bom tamanho – é um carro bastante ágil, fácil de estacionar, com bom porte para carregar pessoas e coisas.
Na estrada o carro anda muito bem e é razoavelmente econômico. A vantagem do motor é que os 172 Nm de torque estão disponíveis em baixas rotações, já a 1.500 giros. Assim, o Creta é ágil. Durante toda nossa avaliação, o Creta Limited 1.0 TGDI esteve abastecido com etanol.
O consumo na cidade não foi bom. Ele fez apenas 4,5 km/l com etanol (a mareca oficial é 8,2). Na estrada, entretanto, ele foi bem melhor. Na Rodovia Castello Branco, o Creta chegou a fazer 10,9 km/l, um bom número com etanol e numa estrada rápida, pois sua marca oficial no Inmetro é 8,9. Também medimos o Cresta em estradas sinuosas no Paraná e sua pior média foi 9,4 km/l.
Na viagem de volta, a maior parte à noite e com chuva, o Creta consumiu média de 9,5 km/l de etanol. O piloto automático, facílimo de usar, ajudou bastante nessa viagem, pois ele dá uma rodagem linear (o que reduz o consumo) e também permite descansar um pouco as pernas.
O carro teve um bom comportamento dinâmico nas curvas, feitas sem exagero. Na pista, ele havia demonstrado excessiva rolagem da carroceria. Mas o Creta é um carro para ser usado com uma tocada mais conservadora; não tem apelo esportivo. É preciso saber usar.
O carro melhorou bastante na questão do espaço interno, dos itens de segurança e da conectividade. A posição de dirigir é muito boa e deixa o motorista elevado, bem ao gosto do público. Ele tem 190 mm de distância para o solo, o que deixa o carro bastante versátil na cidade e no off-road.
A suspensão é macia e os bancos são muito confortáveis. A posição de dirigir agrada muito, pois o volante tem boa empunhadura. A multimídia, entretanto, embora tenha melhorado e possua conexão sem fio, tem um detalhe irritante. Toda vez que você liga o carro tem que repetir o lento e enfadonho ritual para conectar o Android Auto.
Fazer isso duas ou três vezes no dia até vá lá, mas 10, 15 ou 20 vezes, se você precisa desligar e sair do carro várias vezes ao dia, acaba se tornando cansativo. A multimídia do Creta Limited é a mesma do Creta Comfort, blueMedia. Na Comfort e na Limited o display central é menor, de 8”.
Para ter o BlueNav, que é a multimídia das versões superiores, é preciso, entretanto, abrir mão da conexão sem fio. Mas, entre o cabo do celular e a obrigação de fazer um ritual toda hora que liga o carro, o cabo é o menor dos males. A questão aqui é que o Creta Platinum com BlueNav parte de R$ 145.290, que já é um preço bem mais salgado.
O visual já não é mais tão polêmico. A impressão que deu é que as pessoas se acostumaram com as linhas ousadas do novo Hyundai Creta. Considerando todos os prós e contras, podemos garantir que a compra do Hyundai Creta 1.0 TGDI vale a pena, sim.
Qual versão? Depende mais da sua disponibilidade de dinheiro. Desde a versão de entrada o Hyundai Creta 1.0 é uma boa compra. O Creta Limited é mais bonito e traz itens interessantes, como foi citado no início do texto. A grande vantagem do Creta Platinum é a multimídia e os sistemas de segurança que acrescenta.
Os números
Preço: R$ 132.790
Motor: 1.0 turbo flex
Potência: 120 cv a 6.000 rpm (g/e)
Torque: 172 Nm a 1.500 rpm (g/e)
Câmbio: 6 marchas AT
Tração: 4x2 (dianteira)
Comprimento: 4,300 m
Largura: 1,790 m
Altura: 1,635 m
Entre-eixos: 2,610 m
Vão livre: 190 mm
Ângulo de entrada: 20,4 graus
Ângulo de saída: 28,3 graus
Peso: 1.270 kg
Pneus: 215/60 R17
Porta-malas: 422 litros
Carga útil: 430 kg
Tanque: 50 litros
0 a 100 km/h: 11s5
Velocidade máxima: 180 km/h
Consumo cidade: 12,0 km/l (g)
Consumo estrada: 12,2 km/l (g)
Emissão de CO2: 110 g/km