PUBLICIDADE

Jogo de Fly, O Pequeno Guerreiro diverte, mas é um RPG de ação raso

Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai adapta a clássica série de anime

28 set 2023 - 09h25
(atualizado às 09h27)
Compartilhar
Exibir comentários
Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai chega em 28 de setembro para as plataformas PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch e Xbox Series X/S.
Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai chega em 28 de setembro para as plataformas PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch e Xbox Series X/S.
Foto: Reprodução/Square Enix

O que as séries As Guerreiras Mágicas de Rayearth, Dragon Ball e As Aventuras de Fly, o Pequeno Guerreiro têm em comum aqui no Brasil? Se você perguntar para alguém que era fã de animes em meados da década de 1990, a resposta é que todos eles passavam nas manhãs e tardes de programas infantis da época, marcando a infância de muito otaku marmanjo por aí - o qual eu estou incluído.

E é justamente sobre o último que vamos falar hoje, já que o game de RPG de ação Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai, dos estúdios Square Enix, GameStudio e Kai Graphics, é baseado nesta série, que por sua vez se originou a partir do sucesso do RPG Dragon Quest, lançado pela primeira vez em 1986 para o saudoso NES.

Dragon Quest: The Adventure of Dai surgiu originalmente como uma série de mangá escrita por Riku Sanjo e ilustrada por Koji Inada em 1989, com o objetivo de surfar na onda de sucesso dos games Dragon Quest, que na época contava com três jogos lançados para o NES.

O mangá ganhou uma primeira adaptação em anime em 1991, que chegou a ser transmitida na TV aberta aqui no Brasil, mas infelizmente sua produção foi interrompida e ficou incompleta, com apenas 46 episódios. Em 2020 uma nova série de anime foi feita, desta vez adaptando toda a história do mangá, com um total de 100 episódios.

E se você está perguntando quem é "Dai", esse é o nome original do nosso protagonista, que foi rebatizado na década de 1990 com o seu lançamento ocidental por "Fly", como ficou mais conhecido aqui no Brasil. Isso aconteceu para evitar confusão com a palavra inglesa "die", que possui pronúcia parecida mas que significa "morrer".

Agora que estamos devidamente contextualizados, confira aqui o que achamos do game Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai.

As Aventuras de Dai/Fly

Quando o anime chegou ao ocidente, Dai foi rebatizado como Fly
Quando o anime chegou ao ocidente, Dai foi rebatizado como Fly
Foto: Reprodução/Square Enix

Se você nunca assistou aos animes e não sabe nada sobre a obra, não precisa se preocupar, pois o game tem como foco adaptar a história do anime desde o início e apresentar todos os seus carismáticos e estilosos personagens, o que vai acontecendo de forma natural no decorrer da aventura.

A história é ambientada em um mundo de fantasia medieval e tem como protagonista o jovem garoto chamado Dai, o único humano que vive em paz em uma ilha habitada por monstros pacíficos e que sonha um dia ser um herói. 

Mas a sua vida muda completamente com a ressurreição de Hadlar, o Lorde das Trevas, que agora está trabalhando para alguém ainda mais poderoso, o Grade Rei Demônio Vearn. Dai então parte em uma missão para salvar o mundo, conhecendo pelo caminho novos instrutores e amigos, formando um grupo para explorar terras distantes e se tornar um herói de verdade.

Além de Dai, outros personagens marcantes estão presentes de forma jogáveis como Popp, Maam e Hyunckel, enquanto revivem no game cenas e eventos emblemáticos da série animada. E para garantir uma boa qualidade na apresentação, os gráficos são no estilo cel-shading, que reproduzem fielmente todo o estilo artístico do anime, que é muito criativo e colorido, afinal, é baseado no trabalho original de Akira Toriyama, o criador de Dragon Ball, que também atua como criador de personagens na franquia principal Dragon Quest.

Jogue com um grupo com até quatro personagens.
Jogue com um grupo com até quatro personagens.
Foto: Reprodução/Square Enix

Em relação ao gameplay, Infinity Strash apresenta combates em tempo real com um sistema bastante dinâmico, prático e bastante acessível, que se assemelha ao utilizado no ótimo Final Fantasy VII Remake, onde é possível combinar ataques massivos juntamente com seus quatro companheiros de equipe para esmagar os inimigos.

Cada personagem jogável tem o seu estilo de combate, combos e habilidades especiais, sendo que o jogador pode mudar a qualquer momento com quem quer jogar. Dai, por exemplo, é muito forte com técnicas de espada, enquanto Popp é especialista em magias à distância, e Maam pode oferecer tanto ataques de curta quanto de loga distância, além de atuar como uma importante suporte de cura.

Os combates ganham ainda mais profundidade quando levamos em consideração os bloqueios e esquivas, além de ser possível de coletar e equipar acessórios que podem aumentar as habilidades e estatísticas do personagem, como é o caso dos Bond Memories, ou Vínculo de Memórias, que mostra cenas do mangá original.

Templo da Memória é masmorra desafiadora para quem quer encarar batalhas além da campanha principal
Templo da Memória é masmorra desafiadora para quem quer encarar batalhas além da campanha principal
Foto: Reprodução/Square Enix

Quanto mais a história vai avançando, mais difícil os combates contra o Exército das Trevas e os chefões vão se tornando. Mas caso esteja com muita dificuldade, é possível colocar no nível de dificuldade Storyteller, que oferece uma aventura mais "mamão com açucar" e mais focada na história.

Além do Modo História, o jogo também oferece o Templo da Memória, que é uma masmorra onde os jogadores travam batalhas aleatórias com dificuldade crescente e que possuem uma variedade de recompensas ao alcançarem a vitória, além de ser um bom lugar para evoluir os personagens caso necessário. Os inimigos e armadilhas escondidas mudarão a cada vez que for explorada, oferecendo uma dificuldade única para quem busca enfrentá-la nas profundezas desta masmorra.

Algumas pedras no caminho

Em termos de aúdio, o jogo oferece uma boa trilha sonora e conta com vários diálogos dublados em inglês monótono, ou com um mais empolgante japonês. Mas infelizmente temos a ausência da localização em português, sendo que o jogo é totalmente em inglês (ou em outros idiomas), o que pode dificultar, e bastante, quem não conhece o idioma para poder acompanhar a longa história do game.

Infelizmente, esse não é o único problema que Infinity Strash apresenta. Algo que me incomodou no jogo é ele ser bem limitado no quesito exploração, não sendo possível desbravar cenários mais extensos e abertos, com o jogador avançando no mapa global de forma linear em pontos determinados, ou Quests, como são chamados. Se você espera um RPG nos moldes tradicionais, não vai encontrar aqui.

The Adventures of Day não tem localização para o português, o que pode ser um obstáculo para quem não domina o inglês
The Adventures of Day não tem localização para o português, o que pode ser um obstáculo para quem não domina o inglês
Foto: Reprodução/Square Enix

E falando nas Quests, elas são divididas em três tipos: Adventure Quest, que são só cenas de anime, sem combates; Story Quests, que possui cenas de anime e algum combate e Free Quests, onde só há combate. As primeira horas do jogo contam com poucas Free Quests, então espere assistir a muitas cenas animadas - mas elas podem ser puladas, se desejar.

E já que entramos no assunto, as cenas animadas, se é que posso chamá-las assim, também podem incomodar fãs do gênero, já que em sua grande maioria elas não passam de cenas fixas que vão mudando, como slides, enquanto os diálogos do personagens vão passando. Tendo uma série animada de alta qualidade feita em 2020, fica a pergunta: porque não utilizaram as cenas da série de anime, ou até mesmo a própria engine do jogo, ao invés desses clipes animados? Passa a impressão de um trbalho feito às pressas e de baixo orçamento.

Após um tempo jogando, também notei uma certa repetição em cenários, inimigos e combates, tornando a experiência cansativa. Mas vale dizer, algumas lutas, especialmente com chefões, são bem divertidas e capturam todo o espírito do anime.

Considerações

Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai é um bom jogo que adapta bem as aventuras de Dai/Fly, já que o material de origem possui uma boa história e personagens carismáticos. No entanto, como um RPG de ação, o jogo poderia oferecer um conteúdo bem mais robusto e melhor trabalhado. Se você for fã da franquia, certamente vale uma conferida (mas espere por uma boa promoção), especialmente para os nostálgicos que assistiam o Pequeno Fly na década de 1990.

Infinity Strash: Dragon Quest The Adventures of Day - Nota 7
Infinity Strash: Dragon Quest The Adventures of Day - Nota 7
Foto: Game On / Divulgação

Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai chega em 28 de setembro para as plataformas PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch e Xbox Series X/S.

*A análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Square Enix.

Fonte: Game On
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade