Tande relembra infarto silencioso que o deixou à beira da morte: 'Escutei a voz da minha mãe'

"Respeito todas as crenças, credos, tudo, né? Mas eu escutei a voz da minha mãe, cara, no meu ouvido falando: 'Vai para o hospital'. Isso era 1:30 da manhã", disse ele em entrevista à revista GQ Brasil.

O ex-atleta, medalhista de ouro nas Olimpíadas de Barcelona em 1992, apresentou sintomas como tontura, ardência nos pulmões e falta de ar em diferentes ocasiões, em diferentes ocasiões como durante uma viagem em família à Disney World, nos EUA, ou a caminho de uma palestra no Caribe. No entanto, ele demorou a procurar ajuda médica especializada.

Em uma consulta com um médico no Rio, Tande foi alertado que estava à beira da morte. No entanto, só decidiu ir ao hospital após se sentir mal durante um jogo de vôlei com amigos e receber um sinal inusitado.

"Quando estava indo embora, foi o que aconteceu — respeito todas as crenças, credos, tudo, né? Mas eu escutei a voz da minha mãe, cara, no meu ouvido, dizendo: 'Vai para o hospital'. Isso era 1h30 da manhã", contou ele em entrevista à revista GQ Brasil.

Após uma bateria de exames, ficou constatado que o sistema cardiovascular de Tande passou por um infarto.

Segundo descrição do Ministério da Saúde, o infarto agudo do miocárdio, conhecido como ataque cardíaco, configura-se como a morte de células do músculo cardíaco, geralmente em consequência da formação de coágulos que interrompem o fluxo sanguíneo. O ataque ocorre de forma súbita e intensa. 

Tande foi encaminhado a um centro de tratamento intensivo, onde passou cinco dias, sendo submetido a um cateterismo. O cenário descoberto, porém, foi estarrecedor: 98% de entupimento da artéria descendente anterior, uma das mais importante do coração, somada a 74% de obstrução em outra de suas artérias colaterais.

"Papai do céu me deu uma chance", declarou ele nas redes sociais dias depois, já em recuperação. Para salvá-lo, a equipe do hospital foi capaz de desobstruir as duas vias sem a necessidade de abertura do tórax ou instalação de ponte de safena.

O ex-atleta conta que possui um paladar infantil, tendo doces e batata frita como alimentos preferidos. Somado a outros fatores clínicos, manteve a taxa de colesterol alto, aspectos que contribuíram para o momento dificílimo que viveu. Ele também revelou que, nos anos pós-pandemia, acabou descuidando-se do acompanhamento clínico rotineiro, mas que esta fase ficou para trás.

"Não estou pedindo para você se tornar atleta ou ser a pessoa mais perfeita da nutrição. Estou pedindo que vá fazer check-up. Se não por você, por quem você deixará saudade", encerrou.