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Tênis

Wimbledon espera Olimpíada com barracas de champanhe a R$ 315

9 jul 2012 - 10h08
(atualizado às 10h15)
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Marcelo do Ó
Direto de Londres

É uma espécie de Maracanã do tênis. Quem acompanha o esporte chama sua quadra de "grama sagrada". Wimbledon, que recebeu neste final de semana uma final histórica entre Andy Murray e Roger Féderer, se prepara para sediar o torneio olímpico da modalidade, que será disputado a partir de 28 de julho. Mais do que uma arena esportiva, é um espaço de convivência que teria tudo para servir de cenário para um programa no estilo "Ricos e Famosos".

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Wimbledon, na verdade, é o "nome fantasia" do All England Lawn Tennis and Croque Club (AELC). Uma agremiação com mais de 300 membros efetivos e que vai oferecer em 2012 mais de 16 milhões de libras (cerca de R$ 54 milhões) em prêmios em seus torneios. "Recebemos aqui cerca de 26 mil pessoas durante os campeonatos. Para a Olimpíada, a expectativa é que esse público supere 38 mil torcedores a cada dia de competição", afirma Johnny Perkins, Relações Públicas do clube.

Além da consagrada quadra central, que tem capacidade para abrigar 17 mil torcedores, e a quadra número um, há outras 19 a disposição dos praticantes. Todas com piso de grama cortada a oito milímetros do solo. Além delas, há outras cinco indoor e mais 22 para treinamento. Tudo para suportar um ano intenso em campeonatos, que reúnem cerca de 450 mil pessoas em toda a temporada.

Para os frequentadores, há de lojas segmentadas e praças de alimentação. O paladar exigente do público requintado de Wimbledon nem sempre gosta do fast food. Caminhando com um funcionário do clube, fomos abordados por um torcedor que perguntava onde havia "comida de verdade". Foi indicado um restaurante mais completo em outra área à esquerda da quadra central. O destaque fica para as barracas que vendem champagne, em frente à quadra central. Para celebrar a vitória do seu tenista favorito, basta comprar uma taça simples a 5,49 libras (cerca de R$ 16). Quem prefere uma boa garrafa paga 100 libras (aproximadamente R$ 315).

Terminado o torneio mais importante da temporada de grama do tênis mundial, hora de pensar nos Jogos Olímpicos. Johnny Perkins não fala sobre valores, mas diz que o principal trabalho na adaptação de Wimbledon para a Olimpíada é a identidade visual. "Temos que trocar as cores dos tapumes das quadras, trocar os relógios, que são de um outro patrocinador. Basicamente, a parte 'cosmética' do evento", explica o relações públicas do AELC.

Para fazer parte desse mundo durante algumas horas não basta só pagar. É preciso ter sorte. Em torneios como o Grand Slam de Wimbledon, os interessados passam por um sorteio e só então podem comprar os ingressos. O ticket mais barato custa 17 libras (R$ 58) e pode ver os jogos sentados no chão da Hermann Hill, um morro gramado ao lado da quadra número 1 e que homenageia Tim Hermann (ex-número 1 do mundo). Já o mais caro é de 130 libras (aproximadamente R$ 450). Já para o torneio olímpico, a comercialização das entradas é de total responsabilidade do Comitê Organizador Local (LOCOG). Mas a Família Real já terá o seu espaço reservado. A quadra central de Wimbledon conta com o Royal Box, reservado para o príncipe William, Kate Middleton, a rainha Elizabeth II e amigos.

Segunda Olimpíada

Em 1869, no Aorangi Park, no bairro de Wimbledon, nascia o All England Croquet Club. Para quem não conhece, croquet é um esporte que lembra a bocha, praticada no Brasil. O major Walter Clopton Wingfield , em 1875 realizou a primeira competição de tênis na grama (lawn tennis), que tornaria o clube famoso no mundo inteiro nos anos seguintes.

Quarenta anos depois de sua fundação, a quadra recebia o torneio olímpico de tênis. O campeonato foi dominado pelos britânicos. Josiah Ritchie levou ouro no masculino. Dorothea Chambers levou a melhor entre as mulheres. Nas duplas e na quadra coberta, a Grã-Bretanha venceu tudo. Naquele ano, 50 tenistas de 10 nações participaram. Nenhum sul-americano.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o clube serviu de estacionamento e guarida para ambulâncias, carros de bombeiro, viaturas e unidades de descontaminação. Em 1940, a quadra central, construída em 18 anos antes, foi atingida por uma bomba de 500 quilos. Mais de 1500 lugares foram destruídos. Na segunda Olimpíada sediada na terra da Rainha, em 1948, não houve competição na modalidade. A quadra central de Wimbledon, construída 26 anos antes, ficaria fora da festa.

Com mais de um século de vida, em 2009, ganhou seu teto retrátil. Hoje, o clube é presidido pelo Duque de Kent, o príncipe Edward. A patrona é a Rainha Elizabeth II. Nos últimos anos, o All England Club comemora o aumento considerável de seu superávit. Números recentes não são divulgados, mas entre 1998 e 2008, o lucro chega a 33 milhões de libras por ano (R$ 112 milhões, aproximadamente). Segundo o site oficial de Wimbledon, 90% deste valor é revertido para o desenvolvimento do tênis na Grã-Bretanha.

Neste domingo, o escocês Andy Murray foi o primeiro britânico a chegar à final do Grand Slam de Wimbledon após 74 anos. Número quatro do mundo, foi derrotado pelo suíço Roger Federer por 3 sets a 1, na última grande história do AELC até o início da sua segunda Olimpíada, a partir de 28 de julho.

Londres 2012 no Terra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.

Fonte: Terra
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