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Jogadores

Animais de estimação integram comitivas de tenistas

1 set 2009 - 20h27
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Um chihuahua de 1,5 kg chamado Princess, pouco maior que uma bola de tênis com pernas, estava correndo alegremente sobre a mesa de bilhar posicionada em um dos cantos da sala de repouso das jogadoras, em um torneio disputado perto de Cincinnati algumas semanas atrás.

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A tenista ucraniana Kateryna Bondarenko, 23 anos, supostamente não deveria permitir que Princess saísse de sua mala Louis Vuitton para transporte de cachorros. Mas nenhum dos seguranças percebeu, e as demais tenistas não pareciam incomodadas.

Entre as colegas presentes estavam sua irmã e parceira de duplas, Alona, que em geral viaja acompanhada por um Yorkshire terrier chamado Emily, e Victoria Azarenka, que está no ranking das dez melhores tenistas femininas; Rolexx, o Yorkshire de Azarenka, tinha sido deixado em casa na Bielorússia, naquela viagem.

"Viajar com ela nunca é tedioso", disse Bondarenko sobre Princess, que ela comprou em junho em uma loja em Paris. "Ela é muito bonitinha e divertida", afirmou a tenista, que levava consigo, do lado de dentro da bolsa, além de um revestimento removível e lavável, um patinho de borracha, um saco de comida para cachorro e alguns lenços de papel para enfrentar acidentes.

Cachorros minúsculos são parte das comitivas de viagem das tenistas há décadas e diversos totós disfarçáveis certamente tomarão parte do Aberto dos Estados Unidos. Mas algumas jogadoras se preocupam com a possibilidade de que as restrições que vêm sendo impostas pelo setor de viagens e pela organização dos torneios em breve tornem impossível contar com a companhia de animais de estimação.

"A situação ficou mais difícil nas linhas aéreas e a despesa é pesada", disse Liezel Huber, uma das líderes no ranking de duplas, que viajava com Sam, um terrier, até dois anos atrás. "Quando tantas tenistas começaram a levar cachorros nas viagens, parece que as organizações não quiseram compreender o motivo", reclamou.

Françoise Durr talvez tenha sido a primeira tenista a viajar com um cachorro, um terrier chamado Topspin, que carregava sua raquete para a quadra. Billie Jean King e Rosie Casals levavam cachorros em muitas de suas viagens. Martina Navratilova tinha um fox terrier miniatura chamado KD (ou Killer Dog), que a acompanhou por todo o mundo durante 16 anos. O animal ficava acomodado em uma almofada na sala de repouso dos jogadores, enquanto Navratilova jogava.

"Era um esforço de levar alguma normalidade a uma vida muito anormal - uma forma de consistência e constância", disse ela em entrevista por telefone.

As tenistas, que tendem a ser mais jovens que os seus colegas do tênis masculino, em geral são ainda adolescentes quando começam a viajar para bem longe de casa, dos amigos e da família. Usualmente, viajam acompanhadas por uma ou duas pessoas - o pai ou mãe e um técnico, digamos, ou alguém que possa fazer esses dois papéis.

A maior parte de seu tempo é tomado por esperas. O calendário dos torneios ocupa a maior parte do ano, mas o tênis raramente ocupa a maior parte do dia.

Os cachorros oferecem companhia e distração. Em lugar de críticas, oferecem carinho. E exigem forte responsabilidade, algo que Navratilova vê como fator importante para as jovens atletas acostumadas a ter alguém que tome conta de tudo para elas.

Mas o papel principal dos cachorros é ajudar as tenistas a relaxar e a esquecer, ainda que por apenas um curto período, o quanto suas vidas se tornaram diferentes daquilo a que estavam acostumadas. "Em última análise, é uma forma de ser normal", afirma Huber, que ganhou seu cachorro de presente de Navratilova, em 2001. "Sempre digo que meus momentos de maior felicidade são aqueles em que estou relaxada, desligada e em paz. Um cachorro ajuda que isso aconteça. Ele distrai, e você esquece os problemas".

Mas hoje em dia ela tende a deixar Sam em casa, no Texas - ainda que chore sempre que parte -, porque levá-lo com ela se tornou muito complicado. Muitos países dificultam a entrada de animais de estimação. As tenistas não levam cachorros à Inglaterra, por exemplo, e raramente o fazem para torneios no Oriente Médio ou Ásia. As linhas aéreas em geral cobram pelo menos US$ 100 para transportar um cachorro que cabe embaixo do assento.

As regras dos torneios também costumam mudar de ano a ano, o que torna difícil avaliar se um cachorro poderá acompanhar a jogadora em uma série de torneios em alguma região distante. Alguns torneios facilitam as coisas, e até estabelecem creches caninas nas quais os torcedores podem ver os cachorros dos jogadores. Mas a tendência parece ser a de um circuito sem cachorros, dizem as jogadoras."Viajar com um cachorro é bom em diversos níveis", afirma Navratilova, "mas a maioria dos torneios não facilitam a vida das tenistas que têm cachorros".

No recente torneio realizado perto de Cincinnati, havia cachorros visíveis perto das quadras de treinamento e caminhando na área do clube. E depois que Olga Govortsova, 21 anos, da Bielorrússia, venceu sua partida na rodada de abertura, o primeiro beijo que recebeu ao retornar à sala de repouso não foi de sua mãe, Tatiana, mas de um Yorkshire linguarudo chamado Bentley.

Bondarenko - 212x300
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Foto: AP
The New York Times
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