Racismo contra Aranha é "folclore", diz ex-cartola do Grêmio

O ex-presidente do Grêmio, Luiz Carlos Silveira Martins, conhecido por Cacalo, que comandou a equipe entre 1997 e 1998, levantou uma polêmica nesta terça-feira ao dizer que os insultos racistas proferidos ao goleiro Aranha, do Santos, são "folclores do futebol" e que o jogador "encenou" as reclamações ao árbitro da partida.

"É um absurdo, revoltante o Grêmio poder ser punido por isso. Se você virar para um afrodescendente na rua e falar: 'ô negro macaco', você está praticando um ato de racismo, mas nesse contexto do futebol, dessa forma, é o fim do futebol. Essa menina está sendo tratada como assassina por ter feito um grito de folclore do futebol", disse Cacalo em entrevista à Rádio Gaúcha.

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Com insinuações sobre o passado de Aranha, o ex-presidente ainda foi além. "Vai investigar o passado do Aranha em broncas para ver o que é que tem também. Esse 'coitadinho' desse 'santinho' do Aranha", ironizou. "Há transgressões e transgressões, algumas são simplesmente aceitas. O Aranha não deixou o jogo andar, interrompeu a partida e infringiu a lei o tempo inteiro. Ai ouviu um 'gritinho', coitadinho, foi lá e fez aquela cena teatral. Foi isso, uma cena teatral aquilo", acrescentou.

A declaração gerou indignação de um jornalista da bancada, que chegou a discutir com Cacalo. "Você vai defender racista? Eu me retiro! Pensa no filho do Aranha, na mulher dele, isso é nojento! Daqui a pouco você vai querer prender o Aranha. Vocês está defendendo os racistas do Grêmio, não vou deixar fazer isso", se irritou.

"Eu estou expondo minha opinião. Defendo quem eu quiser, essa é a minha opinião", finalizou o ex-presidente do Grêmio.