Casos da Bola: O ano em que o Timão foi pior do que o Íbis
Em 2000, o Corinthians foi do céu ao inferno: depois de vencer o Mundial, sofreu 10 derrotas seguidas e perdeu mais do que os pernambucanos
O ano de 2000 parecia que seria perfeito para o Timão. Logo em janeiro conquistou o primeiro Mundial chancelado pela Fifa, derrotando o Vasco nos pênaltis.
Na Libertadores, tudo ia bem até o Corinthians cruzar com o Palmeiras na semifinal da competição. Depois de ser eliminado novamente nas penalidades, a torcida se revoltou, invadiu o Parque São Jorge, chegou a agredir Edílson, que acabou deixando o Timão, assim como Vampeta. Antes, Rincón já havia se transferido para o Santos logo após o título mundial.
O clima ruim afetou o desempenho da equipe na Copa João Havelange, que naquele ano substituiu o Brasileiro. Foram dez derrotas seguidas, incluindo um jogo pela Copa Mercosul.
Eu trabalhava no site SportsJá! e resolvi pesquisar se o Timão havia batido o recorde do Íbis, que no fim da década de 70 ganhou o apelido de pior time do mundo. Recorri ao amigo Paulo Vinícius Coelho, que na época trabalhava na Revista Placar, e os números mostravam que a equipe pernambucana tinha sofrido nove derrotas consecutivas, mesmo número do Corinthians quando fui atrás da história.
Liguei então para o presidente do Íbis, Osir Ramos, que logo fez uma proposta. “Quero ver se o Corinthians topa fazer um jogo para ver quem é o pior time do mundo", disse o dirigente.
Com bom humor, Ramos seguiu provocando. "O Corinthians já se igualou ao Íbis. Espero que não perca mais jogos. Se perder mais de dez, não topo o desafio. Ficaria muito humilhante o Íbis jogar com um time pior do que ele.”
Liguei para o então vice-presidente do Corinthians, Antônio Roque Citadini, que irritado recusou a proposta do time pernambucano. Só que a sina do Timão continuou até o fim do ano. A equipe perdeu o décimo jogo, superando o Íbis, e só interrompeu a sequência, empatando com o São Paulo em 0 x 0. Depois, foi derrotado mais duas vezes e terminou na última colocação. Por sorte, não havia rebaixamento naquele ano.