De volta, Minotauro aposta na resistência para vencer Nelson
Treinador da segunda edição do reality show The Ultimate Fighter Brasil, Rodrigo Minotauro foi derrotado por Fabrício Werdum no evento que promoveu a final do programa e está fora dos octógonos desde então. O retorno do brasileiro está marcado para a próxima sexta-feira, no UFC Fight Night: Nogueira vs. Nelson, em Abu Dhabi, quando terá pela frente o americano Roy Nelson em luta pelos pesados.
Recuperado de lesão sofrida no braço durante o revés para Werdum, o brasileiro se diz preparado para o evento desta semana. A missão de Minotauro será superar Roy Nelson, que vem de duas derrotas, mas promete dar trabalho para o brasileiro: ele nunca foi finalizado na carreira e jamais perdeu por nocaute em sua trajetória no UFC.
Isto significa aguentar cinco rounds com o "gordinho" no octógono? Se esta for a realidade, Minotauro se diz preparado. "Perdi uns cinco quilos para a luta. Como é de cinco rounds, então tenho que estar mais magro, com a resistência boa. Não vai ser uma luta tão de força, mais de agilidade e resistência", disse o brasileiro em entrevista ao Terra.
Confira a seguir a entrevista completa com Minotauro:
Minotauro -
Eu tive um camp de três meses e meio pra essa luta, mas já venho me preparando deste o final do ano, cuidando da parte física, da alimentação. Perdi uns cinco quilos para a luta. Como é de cinco rounds, então tenho que estar mais magro, com a resistência boa. Não vai ser uma luta tão de força, mais de agilidade e resistência. Treinei para a parte em pé para defender o boxe do Roy Nelson, treinei bem com o Luiz Dórea, o Edelson Silva, que é o mesmo do Anderson Silva. Treinei também a minha parte do wrestling , o jiu jitsu. Nos últimos dias o Ricardo Aruna está aqui comigo, veio me ajudar no treinamento. Estou há 15 dias em Dubai fazendo a aclimatação, fazendo os últimos treinos. Fizemos bastante a parte de estratégia.
Terra - Como foi sua recuperação depois da luta contra o Werdum?
Minotauro -
Eu operei o ligamento colateral do braço esquerdo, e como é um ligamento, não tem como não ser uma recuperação menor do que seis meses, é o tempo que o ligamento volta. Fiquei um bom tempo aí parado, fui voltar às atividades lá por novembro, dezembro, para conseguir treinar bem mesmo só em janeiro. Coordenamos bastante a alimentação, fiz musculação, fiz fortalecimento. Mas tem três meses que me foquei mais. Antes estava viajando bastante, inauguramos seis academias. Apressei um pouco, foquei mais na parte de luta. Pedi férias e voltei a treinar.
Terra - Quando o Roy Nelson perde, é por decisão dos jurados. Acha que é possível terminar a luta antes?
Minotauro -
A luta é longa, a ideia é essa, mães estou preparado para os cinco rounds. Eu sei que ele é um cara difícil de finalizar, de nocautear, é resistente, forte, perigoso, todo mundo que lutou com ele tem uma certa cautela porque a mão dele é muito pesada. Mas a se tiver a oportunidade de nocautear, vou tentar, a ideia é essa.
Terra - O Nelson tem um bom jiu jitsu. Acha que a luta deve ocorrer pelo chão, já que nocauteá-lo é quase impossível?
Minotauro -
Ele tem um perigo na parte da trocação, mas é um cara difícil de por para baixo. O (Stipe) Miocic colocou só algumas vezes. Ele tem uma base boa, pesa bem, mas acho que ele puxa mais na trocação da luta. É um cara que tem a mão pesada, tem que movimentar, mas estou preparado para ir para o chão também. O caminho dessa luta é a agilidade e a resistência.
Terra - A luta vai acontecer no Oriente Médio, onde muitos brasileiros foram ensinar o jiu jitsu. Acha que isso pode trazer a torcida para o seu lado?
Minotauro -
A gente tem 200 e poucos brasileiros em um projeto muito bonito aqui que colocou o jiu jitsu como matéria obrigatória para os locais, tem bastante brasileiros, muitos amigos. A primeira leva que veio para cá foi praticamente toda da Brazilian Top Team, e eu tenho muitos amigos aqui. E eu sou do jiu jitsu, sempre como um representante.
Terra - Você vem assistindo o TUF? O que espera para a luta entre o Wanderlei Silva e o Chael Sonnen?
Minotauro -
Estou na expectativa, estou assistindo. Tem dois atletas da nossa academia indo muito bem. É legal esse peso para mostrar que o Brasil também é forte. O nível técnico meio que misturou com o peso de baixo. Essa rivalidade entre o Wanderlei e o Sonnen cria uma expectativa muito grande. O Wanderlei é desbocado, fala tudo o que vem na cabeça, gosto muito dele.
Terra - Como você viu a proibição do TRT pela comissão de Nevada e no Brasil? Acha que havia uma vantagem desleal para quem usava a terapia de reposição de testosterona?
Minotauro -
É uma questão muito polêmica. Não sei, rapaz. Acho que o atleta quando chega a uma certa idade, também tem uma certa desvantagem. É uma questão delicada. Se está dando uma vantagem para ele sobre os outros, acho que não é legal. Perdi um pouco de massa muscular, sinto isso, mas mais por causa das contusões. Sou um cara que treina bastante. Consigo me manter fisicamente bem treinando bastante. Eu passo por períodos em que tenho que parar por três meses por cirurgia, e a volta é muito difícil. Mas consigo me manter com treinos, tenho um excelente fisiologista, o Cláudio Pavanelli.
