PUBLICIDADE

LANCE!

São Paulo volta da pausa com a mesma ideia, mas sem potência

Diversos jogadores deram demonstrações de falta de ritmo e não foram bem individualmente, o que prejudicou o jogo coletivo da equipe. Derrota tem que ligar o alerta

24 jul 2020 - 08h03
(atualizado às 08h27)
Compartilhar
Exibir comentários

A derrota do São Paulo para o Red Bull Bragantino no reinício do Paulistão foi uma decepção para aqueles que esperavam uma atuação soberba e um deleite para os que olham torto para Fernando Diniz e gostam de pregar terra arrasada a cada resultado ruim. Mas há análises menos superficiais a se fazer.

Antes de qualquer coisa: dessa vez, ao contrário de outros tropeços da temporada, não foi um resultado enganoso. O São Paulo não produziu o suficiente para vencer, foi derrotado com justiça.

A notícia boa é que a ideia de jogo que fez a equipe atuar bem em praticamente todas as partidas antes da pandemia e entusiasmar boa parte de sua torcida estava ali. Em todos os momentos do jogo, ganhando, empatando ou perdendo, o São Paulo buscou o toque e a aproximação a partir do goleiro, algo que vinha dando certo e tem tudo para voltar a funcionar quando os atletas retomarem o ritmo de jogo.

O camisa 9, aliás, parece ser o são-paulino que menos sofre com a falta de ritmo. E mais: o que menos liga para a falta de público na arquibancada. Assim como na vitória por 2 a 1 sobre o Santos, também com portões fechados, ele marcou dois gols. E dessa vez iniciando como titular na vaga de Antony, pela direita, algo que sabe fazer bem, apesar da desconfiança de muitos.

Pablo não é e nunca será Antony. Não pela qualidade, mas pelas características. O São Paulo perde jogadas em velocidade e profundidade pela direita, mas ganha um jogador que sabe se movimentar e achar espaços deixados pelo deslocamento do centroavante (como no primeiro gol, de cabeça, dentro da área) ou dar opção para os meias (como no segundo, aproveitando bola ajeitada por Daniel Alves e chutando de longe). Essa movimentação permitiu até que Juanfran, que não é um lateral exatamente ofensivo, fizesse boas jogadas de fundo.

O que não funcionou desta vez foi a troca de um zagueiro por um homem mais ofensivo, estratégia que Diniz já havia usado contra Santo André e Santos - ambas com sucesso em termos de volume de jogo, embora a equipe tenha perdido no ABC. Felipe Conceição, provavelmente ciente do que o técnico do São Paulo pretendia ao colocar Reinaldo na zaga e Everton como um ala pela esquerda, manteve sua equipe marcando no campo de ataque. Reinaldo pouco conseguiu se descolar da posição de zagueiro para gerar superioridade numérica na frente.

Além de "enferrujarem" o jogo do São Paulo, os quatro meses de pausa serviram para os treinadores adversários analisarem ainda melhor os pontos fortes dessa equipe e criarem antídotos. Será preciso encontrar outras alternativas, como as tentadas com Helinho e Paulinho Boia pelos lados nos minutos finais. Ainda é pouco.

São Paulo voltou ao Paulistão com derrota: 3 a 2 para o Red Bull Bragantino (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
São Paulo voltou ao Paulistão com derrota: 3 a 2 para o Red Bull Bragantino (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Foto: Lance!
Lance!
Compartilhar
Publicidade
Publicidade