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Jogos de Paris

EUA querem manter status de 'Dream Team' no basquete

Seleção americana masculina enfrenta a França pelo quarto ouro consecutivo e o 16º na história dos Jogos Olímpicos

6 ago 2021 - 05h11
(atualizado às 05h36)
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Pedidos de dispensas dos principais astros, como LeBron James e Stephen Curry, desfalques por causa da covid-19 e jogadores se apresentando para jogar na véspera da estreia. A seleção de basquete dos Estados Unidos viveu um verdadeiro pesadelo na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Agora tem chance de conquistar mais um ouro, manter sua hegemonia e até seguir utilizando o status de 'Dream Team', expressão que surgiu em Barcelona-1992, com o time que tinha Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird.

A final será nesta sexta-feira, às 23h30 (horário de Brasília), diante da França, na Saitama Super Arena. Os americanos vão atrás do 16º ouro na história da Olimpíada, sendo o quarto consecutivo, em uma revanche contra os franceses. O time francês venceu os Estados Unidos logo na estreia em Tóquio (83 a 76) e ainda foi o responsável pela eliminação nas quartas de final do Mundial de 2019, na China.

Kevin Durant durante partida entre Estados Unidos e Austrália pelas semifinais do torneio de basquete dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
05/08/2021 Geoff Burke-USA TODAY Sports
Kevin Durant durante partida entre Estados Unidos e Austrália pelas semifinais do torneio de basquete dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 05/08/2021 Geoff Burke-USA TODAY Sports
Foto: Reuters

"Todos esses caras se sacrificaram. Foi uma jornada difícil. Você percebe que eles querem estar aqui. Eu apenas acredito neles", afirmou o técnico americano Gregg Popovich, que citou Khris Middleton como exemplo. "Sua mulher deu à luz e ele veio no dia seguinte e depois das finais da NBA. Os sacrifícios foram enormes."

Khris Middleton, citado por Popovich, Jrue Holiday e Devin Booker se juntaram ao time americano às vésperas da estreia em Tóquio. Eles estiveram envolvidos nas finais da NBA entre Milwaukee Bucks e Phoenix Suns até 21 de julho. O primeiro jogo dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos aconteceu apenas quatro dias depois, com o trio em quadra na derrota diante da França.

O revés logo no primeiro jogo na Olimpíada não foi o único nesta jornada pedregosa. Na preparação para Tóquio, os Estados Unidos foram surpreendidos por Nigéria e Austrália. O único triunfo foi diante da Argentina. Os americanos ainda fariam mais um amistoso, novamente contra os australianos, mas ele foi cancelado por causa da covid-19, outro problema que assolou o time americano.

Bradley Beal, Jerami Grant e Zach Lavine entraram no protocolo de saúde e foram isolados. Dos três, no entanto, apenas o primeiro testou positivo para o coronavírus e ficou fora dos Jogos de Tóquio. Para completar, Kevin Love, considerado peça importante por Popovich, pediu dispensa alegando uma lesão na panturrilha. Keldon Johnson e JaVale McGee foram convocados de última hora.

Apesar dos inúmeros problemas e da derrota na estreia, os Estados Unidos conseguiram atingir um bom nível ao longo da competição em Tóquio. Venceram Irã e República Checa na primeira fase e depois passaram por Espanha (quartas) e Austrália (semifinal) para chegar à decisão da medalha de ouro.

Segundo Popovich, o crescimento aconteceu após o grupo entender o papel que cada um teria de desempenhar na seleção. Até aqueles que são astros em suas equipes na NBA, como Kevin Durant (Brooklyn Nets) e Damian Lillard (Portland Trail Blazers), teriam muitas vezes de passar em vez de arremessar.

"É uma grande transformação que não acho que todos realmente entendem. Eu realmente dou crédito ao grupo por ter esta inteligência e compreensão de que temos de jogar de forma diferente", explicou o treinador americano, que citou ainda o respeito da comissão técnica pelos adversários. "Esses caras entenderam desde o início esta mudança. As equipes cresceram, desenvolveram o jogo."

Os Estados Unidos terão pela frente uma equipe com seis dos 12 jogadores que atuam na NBA: Nicolas Batum, Evan Fournier, Rudy Gobert, Timothé Luwawu-Cabarrot, Frank Ntilikina e Vincent Poirier. Os franceses chegam invictos, com cinco vitórias.

A França quer se tornar apenas o quinto país campeão olímpico no basquete masculino. Além dos americanos, donos de 15 medalhas de ouro, apenas União Soviética (Munique-1972 e Seul-1988), Iugoslávia (Moscou-1980) e Argentina (2004) subiram na posição mais alta do pódio. Os franceses têm como melhor resultado o quarto lugar em Melbourne-1956.

Estadão
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