Com banho de piscina e descontração, Uruguai vive euforia por feito

Fábio de Mello Castanho

Direto de Arequipa

O fim do tabu de 84 anos sem disputar uma Olimpíada provocou euforia nos uruguaios responsáveis pela façanha no Sul-Americano Sub-20. Após a vitória por 1 a 0 sobre a Argentina e a garantia de um lugar nos Jogos de 2012, os jogadores viveram momentos de festa, descontração e homenagens.

Ainda no estádio, os uruguaios demoraram a ir embora e fizeram do vestiário do Monumental de Unsa o segundo palco das celebrações. O primeiro foi ainda no gramado, com muitos abraços, gritos e agradecimentos à pequena torcida presente no estádio, ainda mais em êxtase pelos rivais argentinos estarem praticamente fora da Olimpíada.

Ao chegarem ao Derrama Magisterial, hotel em que o país está concentrado em Arequipa para o torneio, os uruguaios ignoraram o frio próximo dos 10° C e pularam na piscina para celebrar a classificação que dará ao país a chance do tricampeonato olímpico. O Uruguai ganhou a competição em 1924 e 1928.

No dia seguinte ao feito, treino leve durante a tarde e uma descontraída sessão de entrevistas no começo da noite. Durante a janela de uma hora aberta para a imprensa, os jogadores, liderados pelo camisa 9 Federico Rodriguez, pegaram emprestada a câmera de um cinegrafista uruguaio e brincaram de repórter por mais de 15 minutos.

Até o presidente da Associação Uruguaia de Futebol, Sebastián Bauzá, que chegou na quarta-feira para acompanhar o jogo contra a Argentina, foi alvo de brincadeiras dos atletas. O vice-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, o uruguaio Eugenio Figueredo, também esteve na sessão de entrevistas que ganhou contornos de nova comemoração.

A partir desta sexta-feira, a promessa uruguaia é encerrar o clima de festas e iniciar a preparação para o jogo contra o Brasil, de sábado para domingo, às 0h10 (de Brasília). Um empate garante o título do torneio aos uruguaios e o técnico Juan Verzeri acredita que as comemorações não vão interferir no desempenho do time.

"É uma mudança de foco que é difícil, mas também é importante ter uma válvula de escape. Já faz 33 dias que eles estão concentrados e tem que ter um equilíbrio. Fizemos assim sempre neste Sul-Americano, com um dia de transição depois das partidas. A partir de amanhã (sexta) voltamos a trabalhar com tudo para entrar com fome de leão", afirmou.