Lesão, choro e medalha: ginástica rítmica fortalece laço entre mãe treinadora e filha atleta no Rio
Marcella e Giovanna Freitas, de São Gonçalo, compartilham no tablado uma relação de amor e superação em busca de sucesso na modalidade
Mãe e filha, Marcella e Giovanna Freitas, superam desafios e fortalecem vínculo como treinadora e ginasta durante o Mundial de Ginástica Rítmica no Rio de Janeiro.
O Mundial de ginástica rítmica, disputado no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, desde a última quarta-feira, 20, e com janela até o domingo, 24, mais do que proporcionar a chance de o público ver de perto as maiores ginastas do mundo, abre espaço também para que emoções esportivas familiares sejam desabrochadas.
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Dessa maneira, a ginástica rítmica atravessa as histórias de Marcella Freitas, de 46 anos, e de Giovanna Freitas, 13. Moradoras de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, além de serem mãe e filha, elas também nutrem um vínculo como treinadora e atleta.
Marcella, que iniciou sua trajetória profissional como professora de balé, apaixonou-se pela modalidade por causa do interesse da filha. Atualmente, é integrante da comissão técnica da escolinha Hayani Cunha de ginástica, no bairro do Colubandê, localizado no município onde vive, enquanto Giovanna é uma das jovens ginastas que sonham em viver do esporte.
Contudo, em meio à rotina de treinos e a expectativa em desempenhar um bom papel nas competições, uma lesão na tíbia, sofrida em 2024, nas vésperas do primeiro campeonato oficial que disputaria, marcou a precoce carreira de Giovanna.
Por conta da fratura, teve de colocar dois parafusos no local da contusão e ficou aproximadamente um mês sem sequer conseguir apoiar o pé no chão. "Foi difícil ficar calma nesse momento", diz Marcella. A pupila, por sua vez, relembra o que sentiu quando percebeu que havia se lesionado. "Na hora que eu caí, ouvi um estalo e fiquei muito preocupada. Há três anos, minha mãe quebrou o pé, então eu já sabia mais ou menos como era. Foi muito parecido, fazendo o mesmo movimento", conta.
Durante o período de recuperação, Giovanna lembra-se de ficar acompanhando as amigas pelo celular e exercendo a fé para estar apta fisicamente o quanto antes. "A minha irmã também compete. Eu ficava assistindo e também rezando para melhorar logo. Deu certo", declarou a adolescente emocionada.
Com muita disciplina e o lado espiritual fortalecido, aproximadamente um mês e meio depois, contrariando algumas previsões médicas, lá estava ela: completamente curada para, enfim, subir no tablado e disputar o primeiro campeonato oficial de sua vida. Não bastasse a satisfação por estar fazendo o que ama, Giovanna ainda conquistou o ouro na Copa São Gonçalo de Ginástica Rítmica. "Ela é muito serena e muito determinada", vibrou Marcella.
Dessa forma, mais do que um trabalho ou promessa de carreira vitoriosa, o esporte serviu novamente para estreitar os laços da família Freitas. Poder contemplar as maiores ginastas do mundo, tão perto de casa, soa como um presente para coroar uma relação de tanta cumplicidade e que está somente em seus primeiros capítulos.