PUBLICIDADE

Seleção dos Estados Unidos tem recorde de jogadores negros na Copa do Mundo

Número de jogadores negros aumenta desde 1994 e pode inspirar novas gerações a perseguirem carreiras no futebol, e não só na NBA ou na NFL

25 nov 2022 - 05h10
Compartilhar
Exibir comentários

Pela primeira vez, quase metade dos jogadores convocados para a seleção americana na Copa do Mundo é composta por jogadores negros. Os Estados Unidos enfrentam a Inglaterra nesta sexta-feira, pelo Grupo B, já pela segunda rodada da primeira fase no Catar.

Dos 26 convocados, 12 são negros, três a mais do que na última vez que o time se classificou para o mundial, em 2014. O número é, também, igual à quantidade somada de jogadores negros convocados nos anos de 1994, 1998 e 2002. A seleção é, também, a mais jovem da Copa, com idade média de 25 anos.

O atacante Jesús Ferreira é um dos principais destaques da seleção dos Estados Unidos neste ano. Nascido na Colômbia, ele é filho de David Ferreira, ex-jogador de futebol do FC Dallas.

Timothy Weah, filho de George Weah, presidente da Libéria e lendário ex-atacante do Paris Saint-Germain, Monaco e Milan, joga a primeira Copa do Mundo, feito que era um dos sonhos de seu pai nos tempos de jogador. Weah fez o primeiro gol dos Estados Unidos na Copa do Mundo no Catar, em partida contra o País de Gales.

De acordo com reportagem no jornal americano The Washington Post, a mudança no perfil de convocados para a Copa do Mundo deste ano mostra uma maior diversidade no esporte no país, uma conquista para uma modalidade historicamente de jogadores brancos - diferentemente do que acontece em outros esportes, como basquete, beisebol ou futebol americano.

"Eu diria que o maior contraste daquela época com agora é que era solitário", disse Desmond Armstrong, ex-jogador que atuou na defesa e no meio-campo pela seleção americana em 1990. "Não é apenas um cara como eu por aí, entre aspas, carregando a bandeira de cada potencial jogador afro-americano."

Na equipe americana, quatro jogadores eram responsáveis por quase todos os 3.000 minutos jogados por negros. Os meio-campistas Tyler Adams e Weston McKennie se provaram indispensáveis quando estão saudáveis e disponíveis. Antonee Robinson e Miles Robinson (que não são parentes) também solidificaram suas posições na linha de trás.

Maurice Edu, meio-campo da seleção americana na Copa de 2010, tem esperanças de até mesmo existir uma escalação apenas de jogadores negros e reforça a importância de atletas negros que sejam um referencial para as próximas gerações. "Ainda há mais espaço para crescimento, mas se essa equipe tiver sucesso, apenas continuará esse pipeline", disse Edu. "Vendo jogadores como eles, haverá mais jovens negros focados no esporte."

Segundo reportagem da revista Forbes, não está claro qual é o principal motivo para a mudança que levou a um maior número de jogadores negros escalados para a seleção americana na Copa do Mundo no Catar.

O assunto não é normalmente pauta para discussão na seleção dos Estados Unidos. As conversas são frequentes são sobre o aumento da representação, desenvolvemento, recrutamento e reteção de talentos latino-americanos, e não negros, segundo a Forbes.

Em todo caso, a reportagem lembra que a maior participação de jogadores negros pode inspirar uma nova geração de talentos para a seleção americana, que passará a ver no futebol uma oportunidade de carreira, e não só na NBA ou na NFL.

A partida diante da Inglaterra será nesta sexta-feira, às 16h.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade