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Multas por quebra de protocolo passam de R$ 1,1 mi em 2020

Balanço do STJD mostra que problemas mais comuns se referem à troca de camisas e uso indevido ou ausência de máscaras

24 jun 2021 - 10h10
(atualizado às 10h26)
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Todos os clubes da Série A quebraram pelo menos uma vez os protocolos de prevenção da covid-19 na temporada 2020. Foram 190 infrações que geraram 234 processos. Os problemas mais comuns se referem à troca de camisas em campo, uso indevido ou ausência de máscaras, desrespeito ao distanciamento no banco de reservas e delegações maiores que o permitido.

Esses dados fazem parte do balanço realizado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol sobre o descumprimento do protocolo da covid-19. As regras sanitárias da CBF para retorno com segurança do futebol brasileiro foram implementadas em julho de 2020, depois da parada das atividades por causa da pandemia. Vários clubes tiveram surtos de contaminação em seus elencos.

Jogadores do Flamengo posaram sem máscara para foto dentro de avião
Jogadores do Flamengo posaram sem máscara para foto dentro de avião
Foto: Divulgação/Flamengo / Estadão

A partir daí, o descumprimento gerou uma notícia de infração e, em consequência, uma denúncia. Os clubes com maior número de processos foram São Paulo e Internacional (com 15 notificações), seguidos de Flamengo e Vasco (com 12 cada um) e Bahia, Fortaleza e Goiás (11).

As penalidades foram revertidas em multas na chamada transação disciplinar. Cada infração equivale a R$ 2,5 mil. Em caso de reincidência, o valor dobra e assim sucessivamente. O total de dinheiro gerado pelas advertências foi de R$ 1,1 milhão, distribuído para diversas instituições filantrópicas, entre elas, a ação Médico sem Fronteiras. Os clubes que amargaram as maiores multas pecuniárias foram Internaconal (R$ 92,5 mil) e Flamengo (R$ 82,5 mil).

O tribunal mostrou preocupação com a quantidade de infrações, principalmente as reincidências. "O número de reincidências preocupa porque demonstra que os clubes continuam não cumprindo o protocolo de segurança", afirmou Ronaldo Piacente, procurador-geral do STJD. Segundo o tribunal, todos eles foram orientados e receberam cartilhas contendo as recomendações e protocolos. A CBF chegou a afirmar que essa era a única forma de voltar com o futebol em meio à pandemia da covid-19.

Piacente identifica dois movimentos no cumprimento dos protocolos ao longo da temporada. "Os números foram altos e preocupantes. Após as conversas com advogados dos clubes e as transações feitas com a Procuradoria do STJD, as denúncias diminuíram, mas infelizmente não cessaram", avalia. "Os protocolos feitos pela CBF são rigorosos e bem elaborados, mas nem sempre são cumpridos pelos atletas, comissão técnica e clubes, por isso a ocorrência de tantas denúncias", completa.

O órgão afirma que a saída para melhorar a segurança é a conscientização dos envolvidos no jogo e cumprimento rigoroso dos protocolos. Além das multas, os clubes realizaram campanhas de vídeo com atletas sobre as práticas de prevenção à covid-19 e se comprometeram a orientar e fiscalizar seus atletas e demais integrantes a cumprirem as regras médicas. Casos de atletas fora do campo de jogo não foram notificados.

Estadão
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