Script = https://s1.trrsf.com/update-1751565915/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Juventus tenta virar SAF, tem 3 propostas, mas escancara crise política em processo turbulento

Duas empresas deixam reunião no clube, que teve conselheiros afastados de última hora, por acreditar que procedimentos estão 'com cartas marcadas'

14 jun 2025 - 17h48
(atualizado em 16/6/2025 às 13h01)
Compartilhar
Exibir comentários

Sem calendário para o futebol profissional em 2025, o Juventus tem bastidores em ebulição. Em cenário incerto sobre o futuro político do clube, o Conselho Deliberativo conheceria, neste sábado, três propostas de compra do futebol e transformação em SAF. Apenas uma foi apresentada, já que outras duas empresas deixaram a reunião, em protesto ao que acusam ser um "processo de cartas marcadas". As três, contudo, ainda concorrem.

As companhias que ficaram descontentes com a condução do procedimento foram a italiana Almaviva e a Total Player. A primeira já fez outras duas tentativas de comprar o clube, em 2022 e 2024, enquanto a última pertence ao ex-jogador Paulo Jamelli e teve uma proposta no ano passado. Ambas disponibilizaram suas ideias para os conselheiros, mesmo com o protesto na reunião.

Quem de fato a apresentou proposta no encontro deste sábado foi a REAG Capital Holding. Ela preve R$ 20 milhões ao clube social e reforma da sede social em seis meses, além de um investimento inicial de R$ 300 milhões no futebol.

Proposta de SAF prevê transformação do Estádio da Rua Javari em arena.
Proposta de SAF prevê transformação do Estádio da Rua Javari em arena.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

A companhia é ligada aos empresários Claudio Fiorito e Federico Pastorello, ambos da P&P Sport Management, representante de jogadores e com forte atuação na Itália.

A proposta também envolve transformar o Estádio da Rua Javari em uma arena, formar jovens talentos para exportar ao mercado europeu e o acesso à elite do futebol paulista até 2027. O material de divulgação mostra uma possível fachada do estádio, que afetaria o tombamento feito pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) em 2019.

Concorrentes apontam falta de transparência, e conselheiros opostos à SAF são afastados

Em manifestação oficial, a Almaviva e a Total Player reiteram que não se retiraram da disputa e que permitiram que os conselheiros acessassem suas propostas mesmo sem a apresentação. Os representantes legais do grupo Almaviva são o escritório CSMV, junto de Francisco Manssur, co-autor da lei de SAF no Brasil.

Em paralelo, conselheiros foram afastados pelo presidente do Conselho Deliberativo e não puderam participar do encontro. A maioria deles é contrário a transformar o futebol do Juventus em SAF e integra o grupo opositor do presidente do clube, Tadeu Deradelli, reeleito em abril.

Na última semana, uma das conselheiras suspensas, Eloisa Machado, entrou com ação judicial para suspender as reuniões que tratam sobre venda do Juventus até que houvesse o procedimento de avaliação do valor da marca e do clube.

Ela acabou impedida de entrar na reunião deste sábado, sob argumento de que teria difamado o Tadeu Deradelli em um post de rede social. O presidente chegou a registrar um boletim de ocorrência, o que sustentou a suspensão temporária da conselheira.

Na próxima terça-feira, dia 17, o Conselho Deliberativo vai votar se acata a ideia de o Juventus virar SAF. Para ser aprovada, a proposição precisa de maioria qualificada (no mínimo, dois terços dos conselheiros).

Em caso de aprovação, a proposta válida será aquela considerada "mais viável", segundo edital de convocação do Conselho Deliberativo. Os critérios para isso, porém, não foram elaborados.

Juventus tem dúvidas sobre futuro da gestão e certeza de endividamento

Após a reeleição de Deradelli, por 53 votos a 51, a sua gestão anterior teve as contas reprovadas. Isso, conforme estatuto do Juventus, prevê impeachment do presidente.

Entretanto, a reunião do Conselho Fiscal responsável por reprovar as contas foi colocada sob judice, pelo argumento de que um dos três integrantes não teve acesso ao parecer antes de este ser divulgado.

Uma sindicância, então, passou a analisar o caso. A conclusão foi de que há problemas na operação do Conselho Fiscal, que não tem frequência definida de reuniões e não toma registros dos encontros.

Conforme apurou o Estadão, isso não deve reverter o cenário de reprovação das contas, ainda que questione o processo. Caberá ao Conselho Deliberativo a decisão. Um pedido de impeachment com base nas finanças reprovadas, porém, perderia força.

A oposição de Deradelli, já prevendo esta conclusão, protocolou outro pedido, com base em supostas irregularidades na concessão de um espaço de restaurante na sede social do Juventus.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade