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Liga dos Campeões

Vítima do Barça, Rafinha diz: 1min de descuido você leva gol

Brasileiro do Bayern de Munique encarou o trio MSN e lamentou erros que custaram a eliminação dos alemães da Liga dos Campeões

4 jun 2015 - 08h42
(atualizado às 09h02)
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O lateral direito brasileiro Rafinha foi titular durante toda a temporada no Bayern de Munique, em mais um período de relativo sucesso do clube alemão comandado por Pep Guardiola. No âmbito nacional, a equipe sobrou no campeonato e caiu nos pênaltis para o Borussia Dortmund na semifinal da Copa. Na Liga dos Campeões, a equipe do brasileiro encarou o Barcelona e, muito desfalcada, sofreu contra os catalães, caindo também na semi.

Rafinha foi um dos jogadores da defesa encarregada de conter o trio Messi, Neymar e Suárez durante os 180 minutos do duelo entre espanhóis e alemães. Em avaliação feita em entrevista exclusiva ao Terra, Rafinha disse que seus companheiros faziam um ótimo trabalho na difícil tarefa, até que dois vacilos no final da partida de ida praticamente certificaram a eliminação do Bayern da competição.

“No segundo tempo, em cinco minutos de desatenção nossa, perdemos a eliminatória. Perdemos duas bolas, jogada que não costumamos errar. Com jogadores dessa qualidade de Neymar, Messi e Suárez é difícil, é um minuto de descuido e você leva um gol”, lembrou o brasileiro, em uma prévia do que a Juventus terá pela frente no próximo sábado, às 15h45 (de Brasília).

Rafinha em ação contra o Barcelona: jogador relata dificuldades para brecar ataque catalão
Rafinha em ação contra o Barcelona: jogador relata dificuldades para brecar ataque catalão
Foto: Matthias Hangst/Bongarts / Getty Images

Apesar da eliminação, o brasileiro destacou a campanha do Bayern na temporada 2014/15 e lamentou muito as ausências de Robben e Ribéry na eliminatória contra o Barcelona. Tanto o holandês quanto o francês seriam os jogadores encarregados das jogadas mais incisivas dos alemães contra os espanhóis, um espelho do que Messi e Neymar fizeram. No entanto, nenhum dos dois estava em condições de entrar em campo, deixando um buraco na estratégia de Guardiola.

“Com o Robben e com o Ribéry, não digo que a gente ia ganhar, mas é claro que seria outro jogo. A gente estava defendendo bem e na hora de atacar a gente teria os jogadores para dar esse desafogo para gente. Eles estavam completos e nós estávamos sem os dois. Não que seja uma desculpa. Já passou, é só parabenizar o Barcelona. E nossa equipe está no caminho certo. Não é todo ano que se ganha a Liga dos Campeões, mas a temporada foi ótima”, comemorou Rafinha, que não poupou elogios ao clube.

Aos 29 anos, o lateral direito construiu sua carreira no futebol alemão, inicialmente no Schalke 04 e depois no Bayern, onde foi campeão de tudo o que era possível. Feliz no clube, o brasileiro disse que encara com naturalidade não ser chamado para a Seleção Brasileira. Uma convocação, é claro, seria bem-vinda, mas para Rafinha isso não é mais uma preocupação.

Rafinha durante festa do Bayern de Munique: três títulos do Campeonato Alemão no clube
Rafinha durante festa do Bayern de Munique: três títulos do Campeonato Alemão no clube
Foto: Lars Baron/Bongarts / Getty Images

O brasileiro tem mais dois anos e meio de contrato com o Bayern de Munique, onde tem o prazer de trabalhar com Guardiola, técnico que “evoluiu o futebol” nos seus tempos de Barcelona, de acordo com o lateral. Mesmo assim, ele não vê a hora de voltar para o Brasil e ficar perto da família após dez temporadas na Europa. “Tenho certeza e fé que vai dar tudo certo, eu vou voltar para o Brasil, ficar perto da minha família e encerrar minha carreira aí. Com certeza vou voltar para o Brasil e jogar ainda”, concluiu o brasileiro.

Confira a seguir tudo o que disse o lateral direito do Bayern sobre todos esses temas e outros, como a polêmica com os jogadores do Shakhtar Donetsk na Liga dos Campeões.

Marcar o trio MSN:

“Os três juntos fizeram mais de 100 gols, então não cabe a ninguém questionar a qualidade deles. Nós, como nosso time tem muita qualidade também, um minuto às vezes te custa a classificação. A gente conseguiu segurar 80 minutos jogando muito bem, tivemos nossa chance no Camp Nou com o Lewandowski, que não conseguiu concluir em gol. Nesses jogos aparecem poucas. No segundo tempo, em cinco minutos de desatenção nossa, perdemos a eliminatória. Perdemos duas bolas, jogada que não costumamos errar. Com jogadores dessa qualidade de Neymar, Messi e Suárez é difícil, é um minuto de descuido e você leva um gol. É mais um aprendizado para gente. Há dois anos, jogamos contra eles, eles sem o Messi, o Xavi, não tinha Neymar, Suárez, fizemos duas belas partidas, com sete gols, e classificamos para a final. O Barcelona tem uma equipe muito qualificada, não é só Messi, Neymar e Suárez - está certo que eles fazem os gols - mas a equipe do Barcelona é fantástica, só tem méritos.”

Favoritismo na decisão:

“Por ter experiência de ter disputado duas finais, não tem como você falar que o Barça é favorito. Ele tem uma equipe fantástica, todo mundo sabe, mas se a Juventus chegou até a final, é porque tem seu valor também. É um time muito forte, sabe se defender muito bem, então é desse jeito que as coisas vão ser. O Barça tem um ataque fantástico e a Juve uma defesa muito forte, então acho que tem tudo para ser um grande jogo. Mas na minha opinião não tem favorito. Os dois têm chances, é um jogo só, uma situação única para os jogadores que vão estar disputando. Ninguém está em vantagem.”

Diferencial Guardiola:

“Eu trabalhei com alguns treinadores aqui, com o Heynckes a gente conquistou a tríplice coroa, é um treinador de uma qualidade incrível. Deixando bem claro que o Guardiola mudou a característica do futebol. Essa coisa de posse de bola, o sistema que ele implantou no Barcelona evoluiu o esporte. É um treinador moderno, dos melhores do mundo que conseguiu implantar uma coisa que hoje todas as equipes tentam copiar, mas é claro que é difícil: você tem que ter a matéria, os jogadores de qualidade para exercer esse sistema que ele gosta, de ter a bola sempre. Tendo bons jogadores e um treinador da qualidade dele é muito mais fácil dentro do campo. Ele deu uma revolucionada no futebol.”

Rafinha tem o respeito de Guardiola e dos companheiros do Bayern
Rafinha tem o respeito de Guardiola e dos companheiros do Bayern
Foto: Alexander Hassenstein/Bongarts / Getty Images

Bayern batendo na trave na Champions:

“Há dois anos a gente conquistou a Liga. Ano passado saímos na semifinal para o Real Madrid, que foi o campeão, e esse ano chegamos à semi de novo e caímos para o Barça. A gente não tem que explicar o porquê, porque se você olhar na história da Liga dos Campeões, nenhuma equipe conquistou ela duas vezes seguidas (no formato atual). O Bayern chega todo ano na semifinal. Essa é minha quinta temporada, a gente já disputou duas finais e três semifinais, então todo mundo sabe o poder da nossa equipe. A gente sabe jogar a Liga dos Campeões, chegar às finais. Nesse momento, pegamos o Barcelona em ótima fase, com o time completo. Nós estávamos muito bem na competição, mas não estávamos como quando jogávamos com o Robben e o Ribéry. No meu modo de ver, perdemos para o Barcelona lá porque nós mesmos falhamos no jogo e sofremos os gols. Mas com o Robben e com o Ribéry, não digo que a gente ia ganhar, mas é claro que seria outro jogo. A gente estava defendendo bem e na hora de atacar a gente teria os jogadores para dar esse desafogo para gente. Estávamos sem esse cara que vai para o um contra um, que é o Messi e o Neymar no Barça. Eles estavam completos e nós estávamos sem eles. Não que seja uma desculpa. Já passou, é só parabenizar o Barcelona. E nossa equipe está no caminho certo. Não é todo ano que se ganha a Liga dos Campeões, mas a temporada foi ótima. O clube está de parabéns. Tivemos muito azar com lesões graves: Robben, Ribéry, Badstuber, Alaba, Stark. Isso nos prejudicou, mas acontece.”

Polêmica com jogadores do Shakhtar:

“Foi uma brincadeira entre amigos que tenho no telefone. Imagine, não sabia que uma pessoa mal-intencionada fosse falar. Quem não comenta, claro, fui infeliz na declaração porque estava falando entre amigos, porque nem conheço eles. No jogo teve discussão, coisa normal. Depois eu falei com o Douglas e me desculpei somente com ele, porque não foi legal mesmo. Eles têm razão de ficarem chateados, mas eu expliquei o que aconteceu e ponto. Eles ficaram chateados, mas isso foi uma pessoa que não sabia do nível da brincadeira... é um aprendizado. Já me retratei com eles, expliquei a situação e ele entendeu. Eu não falei mais com eles e não vou falar mais. Não preciso ficar falando com os outros, porque foi uma brincadeira que não gostaram mesmo. Já inventaram a história que o Douglas Costa pediu camisa e isso foi uma brincadeira que eu tinha feito com um amigo meu que tinha pedido a camisa para o Scheweinsteiger e não tinha nada a ver com o Douglas Costa. Eu nem vi ele depois do jogo para falar a verdade. Vou para meu 14º ano de futebol profissional e nunca tive problema com ninguém, todo mundo sabe do meu caráter"

Rafinha e Schweinsteiger provocam brasileiros do Shakhtar:

Cuidado com brincadeiras feitas nos bastidores:

“Não vi esse vídeo. Quem não conversa com um amigo no telefone e comenta sobre outra pessoa? Isso é a coisa mais normal do mundo. Só que às vezes tem pessoas que, para arrumar confusão, fazer gracinha, acabam repassando e isso fica chato. Tem que ter cuidado mesmo, porque às vezes você está brincando entre algumas pessoas e elas não têm consciência do que está se passando, para fazer média com outras, vai e repassa as coisas, para ferrar com a pessoa mesmo. Tem que ter cuidado, porque às vezes chegam retorcidas às pessoas, não da forma real que são.”

Seleção Brasileira:

“Vou ser sincero: meu trabalho é no Bayern, minha cabeça está no Bayern. Não vou falar da Seleção porque não estou nela. Quando estiver eu falo. É claro que todo o jogador tem vontade de estar na Seleção e meu caso não é diferente, mas minha cabeça está no Bayern, é aqui que estou jogando, trabalho. Se achar que tem que me convocar, maravilha. Se não, está bom também porque eu estou aqui no Bayern, mas é claro que o sonho de todo jogador é estar na Seleção. Se me convocar, vou ficar muito feliz, mas estou feliz porque estou em um dos maiores clubes do mundo e estou fazendo um grande trabalho. A seleção está bem servida de lateral e não é uma coisa agora que me tira o sono.”

Retorno ao Brasil:

“Tenho 29 anos, tenho mais dois anos de contrato. Vou para 11 anos na Alemanha, graças a Deus conquistei todos os títulos que podia ter conquistado pelo Bayern. Estou muito feliz aqui, tenho mais dois anos e meio de contrato e acabando meu contrato tenho certeza e fé que vai dar tudo certo, eu vou voltar para o Brasil, ficar perto da minha família e encerrar minha carreira aí. Com certeza vou voltar para o Brasil e jogar ainda.”

 
Fonte: Terra
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