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Copa da Rússia

Na 1ª Copa do VAR, quase metade dos gols foi de bola parada

Dos 169 gols marcados, 72 não saíram em outros tipos de jogadas

15 jul 2018 - 15h26
(atualizado às 15h41)
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Na Copa do Mundo do árbitro de vídeo (VAR), quase metade dos gols marcados na Rússia no último mês surgiu em lances de bola parada. Foram jogadas de escanteios, cobranças de falta e até laterais levantados na área, além de pênaltis, que bateram recordes no Mundial disputado em solo russo, graças ao inédito apoio do vídeo.

Dos 169 gols marcados nesta Copa (média de 2,6, abaixo do 2,7 do Mundial de 2014), 72 saíram de bola parada, o que equivale a 42,60%. Trata-se da média mais alta entre as últimas seis edições do Mundial. Antes da Rússia, a média mais elevada era a Copa de 1998, na França, com 38% - foi o primeiro evento com 32 seleções.

Quarta colocada em solo russo, a seleção inglesa foi a que mais soube aproveitar as bolas paradas. Dos 12 gols da equipe, nove saíram em lances deste tipo. Foi do time inglês que saiu o artilheiro da Copa, Harry Kane. O atacante marcou seis gols, sendo cinco de bola parada. Três foram de penalidades.

A Copa da Rússia foi a primeira a contar com o auxílio do vídeo
A Copa da Rússia foi a primeira a contar com o auxílio do vídeo
Foto: Dylan Martinez / Reuters

De acordo com números da Fifa, nos Mundiais anteriores, um gol era convertido a cada 45 cobranças de escanteio. Na Rússia, os times conseguiam fazer um gol a cada 30 escanteios, segundo o Grupo de Estudos Técnicos da entidade máxima do futebol mundial.

A própria final do Mundial, com triunfo da França sobre a Croácia por 4 a 2, neste domingo, foi emblemática quanto aos gols de bola parada no torneio. Dos seis gols marcados no Luzhniki Stadium, em Moscou, metade saiu em lances deste tipo. Um deles foi resultado direto da intervenção do árbitro de vídeo, a grande marca desta Copa, na marcação de uma penalidade.

As marcações de pênalti se tornaram um diferencial neste Mundial, em razão do VAR, que acabou se tornando fator importante de desequilíbrio na média de gols de bola parada. O árbitro de vídeo foi o responsável pelo recorde de penalidades na Rússia, com 29 cobranças - uma delas na final deste domingo - contra apenas 18 nas edições de 1990, 1998 e 2002.

O VAR também contribuiu para os gols de bola parada por aumentar a rigidez dos árbitros em eventuais faltas dentro ou próximas da área. A ajuda do vídeo gerou certo temor entre os defensores em relação às penalidades. Logo, a marcação dos zagueiros se tornou mais frouxa, permitindo mais gols de bolas alçadas na área.

A competição na Rússia também foi a Copa dos gols contra. Foram 12 gols anotados desta forma, um novo recorde em Mundiais - a marca anterior era de 6, em 1998. O último deles saiu justamente na final deste domingo, em cabeçada de Mandzukic, no primeiro gol marcado na decisão, em favor da França.

Parte dos gols contra em solo russo se tornaram alvo de polêmicas por se tratarem de leves desvios da defesa. Em outros torneios, seriam certamente atribuídos ao ataque. Porém, a Fifa mudou a definição de gol contra a partir desta Copa ao apontar que vale o último toque na bola antes de a bola balançar as redes.

A Copa da Rússia também se destacou por ser a primeira em que todas as 32 seleções balançaram as redes pelo menos duas vezes num Mundial de 32 equipes. E, pela primeira vez, houve uma sequência de 37 partidas seguidas sem nenhum 0 a 0 no placar. A série acabou sendo interrompida no empate sem gols entre França e Dinamarca, ainda pela fase de grupos.

Lloris lamenta a lambança que resultou no segundo gol da Croácia enquanto Mandzukic corre para repor a bola em jogo
Lloris lamenta a lambança que resultou no segundo gol da Croácia enquanto Mandzukic corre para repor a bola em jogo
Foto: Dylan Martinez / Reuters

Marcas individuais

Ao menos quatro grandes marcas individuais foram atingidas neste Mundial. O craque português Cristiano Ronaldo se igualou a Pelé e aos alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose como os únicos a marcarem gols em quatro Copas diferentes. O atacante se despediu da Copa nas oitavas de final junto com a seleção portuguesa.

Mesmo eliminado ainda na fase de grupos, o Egito deixou a Rússia com um recorde para se orgulhar. O goleiro Essam El-Hadary se tornou o mais velho a disputar um jogo de Copa, aos 45 anos e 161 dias. O feito foi alcançado na derrota do Egito para a Arábia Saudita por 2 a 1, pelo Grupo A.

Eliminado pelo Brasil nas oitavas de final, o México também deixou sua marca. O zagueiro mexicano Rafa Márquez igualou-se ao seu compatriota Antonio Carbajal, ao alemão Lothar Matthäus e ao italiano Gianluigi Buffon ao disputar uma Copa pela quinta vez na carreira. Somente os quatro jogadores ostentam esta marca.

Já a seleção brasileira, derrotada pela Bélgica nas quartas de final, deixou a Rússia retomando o topo de importantes estatísticas da história das Copas. O Brasil voltou a superar a Alemanha em número de gols marcados em Copas: 229 a 226. E também lidera o ranking geral em número de vitórias em Mundiais: 73 a 67.

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Estadão
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