Começa o Carioca mais esvaziado das últimas décadas
Crise técnica e financeira afeta competição que já foi referência internacional
Pela primeira vez na história, o Campeonato Carioca se inicia, nesta terça-feira - o jogo de abertura reúne Flamengo e Nova Iguaçu, no Maracanã -, com dois de seus grandes clubes rebaixados à Segunda Divisão nacional. Isso, por si só, já mostra o nível técnico da competição. Mas, a fase de Vasco e Botafogo é só um exemplo do fiasco que se aproxima.
O Flamengo, campeão brasileiro, vai levar a campo um time alternativo pelo menos nas três rodadas que o contrato com a TV permite. No mais, vai fazer do Carioca um ensaio para a nova temporada. O Fluminense deve seguir na íntegra essa iniciativa do rival.
Sem atrativo técnico, até porque os oito times pequenos que formam a “elite” do Rio, composta, portanto, por 12, são muito fracos e não apresentam perspectiva nenhuma de animar o torneio com jogos de qualidade.
Com bilheterias fechadas e mais prejuízo à vista, o encerramento da longa parceria com a TV Globo, que vinha assumindo o Carioca desde 1999, é outro baque financeiro. Naquele ano, a emissora ofereceu aos clubes o total de R$ 21,5 milhões pelos direitos de transmissão e de comercialização da competição por um contrato inicial de quatro anos.
Mais de 20 anos depois, a TV Record adquiriu o Carioca num acordo que vai render aos clubes o total de R$ 11 milhões este ano.
Em que pese a autonomia dos clubes para faturar com o pay-per-view próprio do torneio, que está sob responsabilidade de Marcelo Campos Pinto, ex-executivo da Globo, e também com publicidade e direitos comerciais, as cifras atuais não acompanham nem de longe os valores de 21 anos atrás.
Durante muitos anos, o Carioca atraía a atenção do futebol europeu e, nas décadas de 60 e 70, era comum algum time do Rio ser convidado para torneios na Europa com grandes times da Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, etc, depois de se destacar no torneio caseiro. Isso, deifnitivamente, acabou já faz tempo.
-todfa726y0j7.jpg)
