CBF vai pedir à Fifa banimento de diretor que foi ao STJ
Dino Gentile é diretor de Patrimônio da confederação; secretário-geral Eduardo Zebini também é alvo
A CBF encaminhará nessa sexta-feira (4) à Fifa o pedido de banimento do diretor de Patrimônio da entidade, Dino Gentile, que recorreu à Justiça comum para tentar assumir o controle da confederação. A Fifa proíbe que as federações nacionais de futebol sofram interferência externa (da justiça não esportiva ou de governos) e não admite que um dirigente do esporte, como é o caso de Dino, provoque tal iniciativa.
O documento em elaboração deve ainda abranger o mesmo pedido contra o secretário-geral da CBF, Eduardo Zebini, com a alegação de que ele teria dado suporte à medida tomada por Dino.
Os dois estão no centro de uma disputa de poder na CBF e são aliados de dois vice-presidentes, Gustavo Feijó e Castellar Guimarães, que, por sua vez, seguem determinações de Marco Polo Del Nero (ex-presidente da CBF, afastado do esporte pela Fifa por envolvimento em escândalos de corrupção) para ter a entidade sob o poder deles.
Na outra ponta do embate está o presidente interino Ednaldo Rodrigues, que conta com o apoio de pelo menos 22 das 27 federações estaduais de futebol e da maioria dos clubes das Séries A e B do Brasileiro.
Na semana passada, em sentença monocrática, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, muito próximo a Gustavo Feijó, determinou que o diretor mais idoso da CBF assumisse a presidência da entidade interinamente e marcasse uma assembleia geral para a rediscussão das normais eleitorais da CBF, atendendo assim a uma demanda do Ministério Público do Rio de março de 2017.
O juiz que acolheu o caso, Mário Olinto Cunha Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, suspendeu a decisão de Martins por dois meses ao ser informado que CBF e MP estavam chegando a um acordo para que houvesse uma nova assembleia, já convocada para segunda-feira (7), com a pauta em questão – a confederação e o Ministério Público acertaram isso posteriormente a partir de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Se o TAC for cumprido, como querem as duas partes, a ação deve ser extinta. Mas não seria o último capítulo da novela. Colecionador de processos na condição de réu, em Alagoas, Gustavo Feijó e Castellar Guimarães prometem continuar movendo as peças do tabuleiro seguindo a orientação do tutor, Marco Polo Del Nero.