CBF para Federação do Rio: “Vocês são subservientes ao Fla”
Reunião para tratar da volta da torcida aos estádios terminou em bate-boca e teve outros incidentes
A reunião online nessa quinta (24) que discutiu o que teria de ser feito para a volta do público aos estádios terminou em bate-boca entre o presidente da CBF, Rogério Caboclo, e o da federação do Rio, Rubens Lopes, e sem nenhuma proposta objetiva. Mas, antes mesmo do desfecho, o dirigente da entidade máxima do futebol nacional já havia se envolvido em outras situações constrangedoras.
Partiu dele, por exemplo, um pito no presidente da federação paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, num momento em que este utilizava o celular, curvando-se um pouco para sair do campo visual dos demais.
“Vamos prestar atenção, Reinaldo, deixe o celular.”
Também houve um leve mal-estar quando o presidente da federação pernambucana, Evandro Carvalho, tecia suas considerações sobre o tema central da reunião e foi advertido para que não se alongasse.
Caboclo disse inicialmente para os representantes dos 20 clubes da Série A e demais participantes virtuais do encontro que não gostaria que o evento demorasse tanto quanto na reunião que definiu a volta dos jogos do Brasileiro, meses atrás. Na oportunidade, foram quatro horas de debates. Isso já contrariou alguns, como o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.
Mas o apogeu do desentendimento ocorreu com a discussão entre Caboclo e Lopes. Isso se deu porque o presidente da CBF quis botar em votação a pauta sobre o retorno do público aos estádios simultaneamente em todas as praças. O dirigente do Rio protestou, afirmando que a questão específica deveria ser tratada em assembleia convocada para esse fim e não na reunião então em curso.
No meio do falatório, Caboclo levantou o tom e acusou a federação carioca de se submeter passivamente às diretrizes do Flamengo.
“Vocês são subservientes ao Fla.”
Foi quando Rubens Lopes, irônico e irritado, lembrou que havia um médico ao lado de Caboclo – referia-se ao secretário-geral da CBF, Walter Feldman -, sugerindo que o presidente da CBF tomasse um “Gardenal” (tranquilizante).