Jorge Jesus e Sampaoli: alvos de xenofobia?
Uma troca de declarações acaloradas entre os técnicos Jorge Jesus, do Flamengo, e Alberto Valentim, do Botafogo, após o clássico disputado na noite dessa quinta, no Rio, acendeu mais uma vez um alerta para quem pretende combater atos de xenofobia. Valentim, ao rebater o rival, questionou. “Que termo ele acha que veio usar aqui no Brasil?”
Estava contrariado com uma declaração de Jesus, na qual criticava o modo de jogar do Botafogo, paralisando a partida com muitas faltas no confronto realizado no Engenhão e vencido pelos Rubro-Negros por 1 a 0.
O técnico do Flamengo dissera que o adversário viera promover uma “caça ao homem”, numa referência ao que considerou antijogo dos botafoguenses.
Ficou evidente que Valentim quis destacar a condição de estrangeiro do português Jorge Jesus ao fazer seu comentário.
Mas isso não é um fato isolado. Antes da semifinal da Libertadores, Renato Gaúcho, do Grêmio, também atacou Jesus, desprezando o currículo, que tratou como muito fraco, do colega de profissão.
Antes disso, em agosto, Vanderlei Luxemburgo, do Vasco, já havia menosprezado o trabalho do argentino Jorge Sampaoli, do Santos, durante um debate de TV.
Pior foi o técnico Levir Culpi, também num programa de TV, em maio, ao falar sobre Sampaoli. Irônico, e com clara intenção de diferenciá-lo dos treinadores nascidos no Brasil, declarou que o argentino seria o comandante da Seleção brasileira.
“Ele vai ser o treinador porque vai para o treino de bicicleta, tem tatuagem e é argentino.”