Al-Hilal faz história ao eliminar City e coloca Arábia Saudita nas quartas do Mundial contra o Flu
Ferrolho saudita de Simone Inzaghi vê funcionar disciplina defensiva e supera gigante inglês na prorrogação com três gols brasileiros e brilho de Marcos Leonardo
O Al-Hilal eliminou o gigante Manchester City do Mundial de Clubes ao vencer os ingleses por 4 a 3 na prorrogação. Os dois times protagonizaram uma das melhores partidas do torneio, com diferentes estratégias, que levaram o duelo para o tempo extra no Camping World Stadium, em Orlando. O resultado histórico coloca a equipe da Arábia Saudita no caminho do Fluminense nas quartas de final.
A primeira etapa da partida indicava vida fácil para o Manchester City, que só deixou de ir ao vestiário com uma goleada por uma bela atuação do goleiro marroquino Bono. O Al-Hilal, contudo, surpreendeu ao buscar a virada em menos de sete minutos na segunda etapa, o que motivou o City a buscar um novo empate e amassar o adversário. Não foi o suficiente para evitar a prorrogação, quando Koulibaly e Foden marcaram em nova igualdade. Marcos Leonardo superou as câimbras para fazer o gol derradeiro.
A partida entre sauditas e Fluminense, pelas quartas de final, ocorre nesta sexta-feira, dia 4, às 16h (de Brasília), também no Camping World Stadium. O vencedor enfrenta quem passar entre Palmeiras e Chelsea, que jogam no mesmo dia, mas às 22h, no Lincoln Financial Field, na Filadélfia.
O City manteve uma prática comum do time neste Mundial: marcar cedo. Aos 10 minutos, Aït-Nouri recebeu na área. O chute saiu errado, mas caiu para Bernardo Silva abrir o placar. Houve reclamação dos sauditas, por a bola ter tocado no braço, recolhido, do lateral. O árbitro Jesús Valenzuela validou o gol.
Com o placar aberto, a partida ganhou ritmo recreativo para o City, principalmente quando a equipe tinha a posse de bola. Como o Bayern fez com o Flamengo, os ingleses decidiam quando acelerar ou frear o jogo.
O Al-Hilal ensaiou ataques nas costas da marcação alta do City, mas perdeu chances com finalizações ruins. Sem esforço, o time de Pep Guardiola fechou o primeiro tempo com sete chutes no gol. Bono, com seis defesas, foi o melhor jogador do Al-Hilal ao evitar um placar elástico ainda antes da metade do jogo.
Por isso que o empate do Al-Hilal, logo com um minuto do segundo tempo, foi tão surpreendente. Mérito de Malcom, que carregou a bola pela direita e abriu para Cancelo. O português cruzou, a bola rebateu e caiu para Marcos Leonardo igualar.
Sem que o City assimilasse o empate, o Al-Hilal voltou a tentar a bola nas costas dos defensores. Em conta-ataque, Cancelo lançou Malcom, que fez mais um gol brasileiro e virou o jogo.
Guardiola agiu imediatamente, com três alterações. Entretanto, o novo empate, desta vez do City, não foi tático. O gol do até então apagado Haaland veio em um bate e rebate após escanteio.
Um pênalti em Malcom poderia novamente mudar o placar. Valenzuela, porém, recuou da marcação da penalidade ao constatar impedimento na origem da jogada.
Os ingleses, então, retomaram o domínio, trocando passes ao estilo de Guardiola. O Al-Hilal mantinha a aposta na disciplina defensiva do técnico Simone Inzaghi. Haaland quase deu fim ao empate e até superou Bono, mas Lajami salvou quase em cima da linha.
A pressão do Manchester City parou no ferrolho saudita até o minuto 90. O Al-Hilal ainda teve chance de retomar a frente, mas desperdiçou finalizações, com Kaio César e Marcos Leonardo.
A inevitável prorrogação deu o segundo escanteio do Al-Hilal no jogo. O City já tinha 16 àquela altura. Nesta segunda cobrança saudita, Rúben Neves cruzou na cabeça de Koulibaly. O zagueiro senegalês, que fazia uma exibição defensiva brilhante, mandou para o gol de Ederson.
Guardiola escolheu Phil Foden para mudar o jogo. O britânico entrou no lugar de Rodri, aumentando a presença na área. Cherki, então, cruzou em direção ao próprio Foden, que empatou por 3 a 3.
Esgotados, os atletas de ambos os times não conseguiam mais demonstrar intensidade. Marcos Leonardo sentiu câimbras, mas continuou em campo. Foi ele o escolhido pelo destino para chutar, já caído, a bola rebatida por Éderson em cabeceio de Milinkovic-Savic para o fundo das redes.
O jogo poderia acabar nos pés de Rúben Neves, mas o zagueiro Aké manteve as chances do City, mandando para escanteio o chute do português. A possibilidade não se confirmou, e o Al-Hilal saiu vitorioso.
MANCHESTER CITY 3 X 4 AL-HILAL
- MANCHESTER CITY - Éderson; Matheus Nunes (Aké), Rúben Dias, Gvardiol (Akanji) e Aït-Nouri; Reijnders (Cherki), Gundogan (Rodri) (Foden) e Bernardo Silva; Savinho, Doku e Haaland (Marmoush). Técnico: Pep Guardiola.
- AL-HILAL - Bono; João Cancelo (Hamad Al-Yami), Koulibaly, Al-Harbi (Al-Bulayhi) e Renan Lodi; Nasser Al-Dawsari (Al-Juwayr), Rúben Neves e Milinkovic-Savic; Malcom (Kaio César), Kanno (Lajami) e Marcos Leonardo. Técnico: Simone Inzaghi.
- GOLS - Bernardo Silva, aos 10 minutos do primeiro tempo; Marcos Leonardo, a 1, e Malcom, aos 6, e Haaland, aos 9 minutos do segundo tempo; Koulibaly, aos 3, e Foden, aos 12 minutos do primeiro tempo da prorrogação; Marcos Leonardo, aos 22 minutos da prorrogação.
- ÁRBITRO - Jesús Valenzuela (VEN).
- CARTÕES AMARELOS - Gvardiol, Matheus Nunes e Akanji (Manchester City) e Marcos Leonardo (Al-Hilal).
- PÚBLICO - 42.311 presentes.
- RENDA - Não disponível.
- LOCAL - Camping World Stadium, em Orlando, na Flórida.