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Dois problemas crônicos frustram o início de Diniz na seleção

Fragilidade nas laterais e série de lesões comprometem jogo pretendido pelo treinador, que amarga mais uma derrota nas Eliminatórias

16 nov 2023 - 23h44
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Diniz perdeu Vinicius Jr.  no início do jogo contra a Colômbia
Diniz perdeu Vinicius Jr. no início do jogo contra a Colômbia
Foto: Staff Images/CBF

A expectativa em torno do futebol brasileiro cresceu após Fernando Diniz ter conduzido o Fluminense ao título inédito da Libertadores. Para a cultura resultadista mais afeita à vitórias que a desempenho, uma taça de peso no currículo seria a senha imediata para o treinador deslanchar na seleção. 

Nesse sentido, o começo contra a Colômbia foi bastante animador, com muita mobilidade e aproximação dos quatro atacantes. Assim, em uma tabela entre Vinicius Jr e Martinelli, que marcou seu primeiro gol pelo Brasil, o time de Diniz abriu o placar em estilo típico do técnico consagrado nas Laranjeiras.

Mas, em menos de 15 minutos, dois problemas crônicos voltaram a aparecer e ajudaram os donos da casa a tomar o controle da partida. O mais explorado pelos colombianos foi a persistente fragilidade da seleção brasileira nas laterais. Com velocidade nas transições, principalmente com Luis Díaz, craque do Liverpool, a Colômbia passou a levar vantagem investindo em bolas nas costas pelos lados.

Emerson Royal e Renan Lodi sofreram tanto na defesa quanto na construção ofensiva. Diniz tem o exemplo de Marcelo no Fluminense, que já não goza do mesmo vigor na marcação, mas compensa com técnica altamente refinada para armar jogadas. Na seleção, não há laterais que inspirem confiança nem em uma só fase do jogo.

O problema se arrasta desde o ciclo de Tite, que encontrou como solução paliativa o posicionamento por dentro e mais contido dos alas. Ainda assim, bancou a convocação de Daniel Alves para a última Copa do Mundo aos 39 anos, sinal da carência em posições que já tiveram nomes como Carlos Alberto Torres, Djalma Santos, Cafu, Junior, Roberto Carlos e Marcelo.

Além das laterais, outro inconveniente que atrapalha a consolidação do trabalho de Diniz na seleção – e que foge ao controle do treinador – é a recorrência de contusões. Com a saída de Vini Jr, que sentiu o posterior da coxa esquerda aos 25 do primeiro tempo, o técnico acumula a décima baixa por lesão desde que assumiu o cargo, em julho.

Para um estilo que preza pela intensidade e a posse de bola, problemas físicos se tornam uma dor de cabeça ainda mais preocupante. Logo na primeira convocação, Diniz precisou cortar justamente o atacante do Real Madrid, também por lesão muscular, e convocar Raphinha para substituí-lo. Em seguida, foi a vez do ponta do Barcelona desfalcar a equipe por ocorrência médica semelhante à de Vini.

Contra a Venezuela, quem se machucou foi Danilo, o mais utilizado na lateral direita desde a era Tite. Seu substituto na partida foi o jovem Yan Couto, que acabou preterido por Diniz nesta convocação e perdeu espaço para Emerson Royal e Pepê, acionado diante da Colômbia como opção improvisada na esquerda, no segundo tempo.

A falta de sequência, sobretudo para um time que também perdeu sua principal referência técnica, Neymar, lesionado na derrota para o Uruguai, acabam minando os maiores trunfos do dinizismo: repetição e entrosamento. Contra os colombianos, para piorar, as alterações do técnico, que escolheu João Pedro para substituir Vini, desconfigurando a formação inicial de um ataque mais flexível, e sacou Rodrygo, o mais lúcido em campo, terminaram de dissolver o time.

Encontrando facilidade para chegar pelas laterais e alçar bolas na área, a Colômbia encontrou a virada em jogadas aéreas finalizadas por Luis Díaz, que dedicou os gols ao pai recém-libertado de um sequestro que durou quase duas semanas. O último deles, se antecipando a Emerson Royal pelo alto, em bonita cabeçada no canto de Alisson.

Pela primeira vez nas Eliminatórias, a seleção brasileira perdeu para a Colômbia e acumula dois reveses consecutivos. O quinto lugar após cinco jogos certamente pesa mais nas costas de Diniz, agora carregando o fardo redobrado de expectativas turbinadas pelo título da América.

No entanto, os problemas vão além do treinador, e dificultariam a vida de qualquer outro em busca de afirmação que tivesse de encará-los simultaneamente, além de um duelo com potencial implosivo diante da líder e campeã do mundo Argentina, no Maracanã, na próxima terça-feira.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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