Vasco mantém sua sina em campeonato à parte contra rebaixamento
Time de Ramón Díaz comemora empate com Cruzeiro, mas segue devendo diante de adversários diretos
Luta contra o rebaixamento é um campeonato à parte. Ainda mais quando se trata de um clube grande, por todo o desgaste emocional envolvido, escapar do Z4 se torna uma corrida paralela ditada por regras próprias. E a mais elementar delas é bem simples: vencer confrontos diretos.
Nessa disputa, apesar da notável reação no segundo turno, o Vasco pode acabar pagando caro por todas as oportunidades que desperdiçou de tirar pontos dos adversários. À exceção dos últimos colocados Coritiba e América-MG, o time cruzmaltino não venceu nenhum concorrente no Campeonato Brasileiro.
Diante do Cruzeiro, em jogo disputado sem público no Mineirão, não faltaram oportunidades para a equipe de Ramón Díaz romper essa sina. Começou jogando melhor e abriu o placar com um belo gol de Pumita, aproveitando vacilo do zagueiro Luciano Castán.
Pela imposição dos 15 primeiros minutos, os visitantes tinham a faca e o queijo na mão para controlar a partida, mas recuaram demais e chamaram o time cruzeirense, que virou o jogo em apenas cinco minutos. Arthur Gomes e Bruno Rodrigues, de pênalti.
Com três gols anulados por impedimento, o Vasco buscou o empate após as mexidas de Ramón Díaz. Payet, que segue como opção no banco, mas já pede passagem entre os titulares, cobrou escanteio no segundo pau, Sebastián escorou e Gabriel Pec finalizou bem de primeira, sem chances para Rafael Cabral. O mesmo Sebastián perdeu um gol sozinho dentro da área, ao cabecear para fora.
Pela diferença técnica entre os times, a troca recente de técnico no Cruzeiro, que fez apenas o segundo jogo sob o comando de Paulo Autuori, e a ausência de torcida, a equipe vascaína mais uma vez deixou passar uma grande chance de, finalmente, fazer “seis pontos”. Ganharia um respiro na tabela, subiria para o 13º lugar e abriria cinco pontos da zona do rebaixamento.
O empate mantém a igualdade em pontuação com o Cruzeiro – leva vantagem por ter uma vitória a mais no critério de desempate – e o risco de voltar ao Z4 caso perca para o Athletico na próxima rodada. Sem contar a dificuldade dos quatro jogos restantes na competição.
No primeiro turno, o Vasco perdeu em casa para Cruzeiro, Bahia, Goiás e Santos. Embora tenha evoluído bastante com Ramón Díaz, não conseguiu devolver nenhuma das derrotas no segundo turno, sendo que, em três das quatro oportunidades de revanche, saiu à frente no placar e acabou cedendo o empate. Tivesse vencido pelo menos dois desses concorrentes, já estaria praticamente sem chances de cair.
Acumulando pecados em seu campeonato à parte, o Vasco continua vivo na luta contra o que seria o quinto rebaixamento de sua história. Precisa de, no mínimo, mais um empate e uma vitória para escapar, sobretudo no duelo contra o Corinthians, em São Januário. Pode ser que até lá o time paulista, que já tem 44 pontos, não seja mais um adversário direto. Para sorte dos vascaínos.