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Paulistão acumula aberrações que punem bons trabalhos e premiam a sorte

Regulamento ajuda o São Paulo em classificação na bacia das almas e mina campanhas sólidas como a do São Bernardo

10 mar 2024 - 19h13
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No mesmo grupo do São Bernardo, tricolor de Carpini avança com gol de pênalti nos acréscimos
No mesmo grupo do São Bernardo, tricolor de Carpini avança com gol de pênalti nos acréscimos
Foto: Rubens Chiri/São Paulo / Jogada10

Com o intuito de promover o maior número possível de clássicos entre os grandes, o insólito formato do Campeonato Paulista segue repleto de aberrações ano após ano. Mesmo somando mais de 20 pontos e a quinta melhor campanha geral na competição, o São Bernardo acabou eliminado graças ao derradeiro gol de pênalti do São Paulo contra o Ituano, nos acréscimos, que salvou o tricolor da queda logo na primeira fase.

Por outro lado, a Portuguesa, que flertou com o rebaixamento praticamente durante todo o torneio, se classifica com 10 pontos e a quarta pior campanha na chave mais fraca do Paulistão, que contou com os rebaixados Santo André e Ituano. Há mais de 20 anos na elite estadual, o time de Itu caiu sem ter a oportunidade de enfrentar os frágeis concorrentes de grupo – à exceção do Santos, dono do segundo melhor desempenho geral.

A discrepância do regulamento, que não permite duelos entre equipes das mesmas chaves na primeira fase, também contribuiu para evitar a eliminação do São Paulo, classificado sem ter precisado enfrentar os ótimos times do Novorizontino e São Bernardo, com maior potencial de tirar pontos dos são-paulinos em confrontos diretos que Portuguesa, Santo André e o próprio Ituano.

Por ter vencido os três duelos diante dos fiéis da balança, o time de Thiago Carpini chegou à última rodada dependendo das próprias forças para se classificar. Esteve à frente no placar por duas vezes, mas, pela baixa eficiência do ataque e as mexidas nada felizes do treinador, cedeu o empate aos 43 do segundo tempo.

Aos 48, Juan sofreu pênalti, convertido por Lucas Moura, que salvou a pele de Carpini e garantiu a passagem de fase do tricolor. Mais sorte que juízo de um time que, depois de quebrar o incômodo tabu em Itaquera e vencer a Supercopa do Brasil, caiu de produção e chegou a acumular quatro jogos sem vencer no Paulista antes da partida em Itu.

Outros grandes não podem (nem devem) reclamar do regulamento do campeonato. O Corinthians amargou eliminação antecipada e merecida, castigado pelo mau início sob o comando de Mano Menezes. Já o Palmeiras, pelo terceiro ano consecutivo, termina a fase de grupos invicto e com a melhor campanha geral.

De qualquer forma, as seguidas distorções deveriam instigar a Federação Paulista de Futebol (FPF) a rever o formato de disputa. Em 2022, por exemplo, Botafogo-SP e Mirassol foram eliminados com pontuação suficiente para se classificar em qualquer outro grupo.

Agora, o São Bernardo fica pelo caminho com mais de 20 pontos, enquanto a Lusa avança com 10. A insistência em recompensar a sorte, seja de quem cai no grupo “certo” ou de quem escapa de confrontos mais difíceis, punindo bons trabalhos, não faz o menor sentido.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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