Veja armas chilenas que o Brasil deve se preocupar em BH
O sucesso da equipe chilena nesta Copa do Mundo, eliminando por exemplo a campeã do mundo Espanha, se deve a diversos fatores. Com uma filosofia semelhante a apresentada pelo seu mestre Marcelo Bielsa, o técnico Jorge Sampaoli se destaca pela forma ofensiva de colocar seu time em campo e pela intensidade do jogo dos chilenos neste Mundial. O Terra juntou algumas armas do adversário que a Seleção Brasileira terá de se preocupar neste sábado, a partir das 13h, no Estádio do Mineirão.
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Confira abaixo os obstáculos que o técnico Luiz Felipe Scolari e os seus comandados terão de superar para avançar às quartas de final da Copa do Mundo:
Variação tática
O argentino Sampaoli já testou duas formações que deram certo na equipe chilena nesta Copa do Mundo. Na partida de estreia diante da Austrália, com vitória de 3 a 1, a equipe sul-americana atuou no 4-4-2, com a presença de dois meias de armação (Valdivia e Vidal) para serem responsáveis pela criação do time. Já no jogo contra a Espanha, o treinador apostou em um 3-5-2, sacando Valdivia e colocando o zagueiro Silva. O time ganhou uma solidez na defesa, mas em nenhum momento deixou de atacar, pressionando o time espanhol para ficar com a posse de bola e saindo bem para o setor ofensivo, principalmente por conta das arrancadas de Aranguiz. A presença de dois esquemas de sucesso pode fazer com que o Chile confunda Felipão, já que alguns meios de imprensa garantem que Valdivia entrará em campo, enquanto outros não creem na mudança do esquema que deu certo contra os espanhóis.
Atacantes velozes e dribladores
Diferente do Brasil que joga com um centroavante postado no meio dos zagueiros, os chilenos apostam em dois jogadores com mais mobilidade em sua equipe. Vargas, que teve passagem boa pelo Grêmio em 2013, e Alexis Sanchez, atacante do Barcelona, são os responsáveis pelos gols chilenos. Os dois jogadores variam entre quem sai mais da área e quem funciona como uma espécie de falso 9. Os dois tem se especializado em fazer tabelas rápidas e a cair em cima dos laterais adversários.
O brasileiro Marcelo terá um motivo maior de preocupação, já que Sanchez tem feito grandes jogadas pela ponta direita. O jogador do Barcelona é o atleta que mais aplicou dribles até o momento na Copa. Foram 19 em três jogos, seis a mais do que Neymar, segundo números da Footstats. O chileno ainda é o jogador que mais sofreu faltas no torneio: 17 ao todo, oito a mais do que o brasileiro.
Apoio dos laterais
Principalmente quando atuam no esquema 3-5-2, as participações na partida dos laterais Mauricio Isla e Eugenio Mena são frequentes no setor de ataque do Chile. Este tipo de jogada tem sido um problema para a Seleção Brasileira desde o início da competição, tanto que os dois gols que a equipe verde e amarela tomou saíram em jogadas nas costas do lateral Daniel Alves. Para quem está acostumado a ver Mena jogando pelo Santos, terá uma surpresa pela sua participação ofensiva muito mais efetiva. Sem a necessidade de acompanhar os atacantes até o fim, o lateral costuma ser a principal "válvula de escape" do time chileno.
Jorge Sampaoli e o "espírito argentino"
Discípulo de Marcelo Bielsa, Sampaoli tem a intensidade no trabalho semelhante ao de seu mestre. Assim como Bielsa, ele é um workaholic, colocando o time chileno para treinar normalmente em dois períodos. As atividades normalmente são cercadas de segredo, sem ser permitida a entrada da imprensa para ver as jogadas nos treinamentos. Sampaoli usa um software, chamado Kizanaro, onde armazena dados como passes errados, recuperação de bola e chutes a gol e identifica como se movem os jogadores rivais. Em função disso, elabora jogadas de ataque e defesa. Trabalha dezenas de vezes cada jogada.
Tantas preocupações tem resultado em campo, pela intensidade que o time joga e pressiona o adversário para roubar a bola. Campeão por três vezes com a Universidad do Chile, Sampaoli conhece muito bem o elenco, já que trabalhou com diversos jogadores na equipe chilena. Pelo discurso dos atletas, o mais importante que o técnico tem conseguido passar é o espírito de sempre crer que será campeão, semelhante ao que a Argentina (país de origem do treinador) sempre usou como conceito. "Às vezes nos falta crer mais. Os argentinos sempre creem que podem ser campeões do mundo. E nos falta querer dar essa alegria ao Chile", disse recentemente o atacante Aléxis Sanchez.
Torcida
Assim como têm feito as demais torcidas sul-americanas que participam da Copa do Mundo, os chilenos contaram com apoio maciço de seus seguidores durante a primeira fase do Mundial. Sem parar de cantar um minuto e dominando os estádio por onde passaram, eles foram um fator preponderante para a equipe se sentir em casa no Brasil. Ao todo foram vendidos cerca de 10% dos 52 mil ingressos para chilenos na partida deste sábado, no Mineirão. Porém, o governo estadual calcula que de 20 a 30 mil chilenos estão hospedados em Belo Horizonte. Assim como aconteceu nas outras partidas, muitos deles compraram ingressos de cambistas, o que ajudou a aumentar o número de aficcionados chilenos no estádio.
Por esses motivos, a grande chance de o Brasil ver uma repetição do que aconteceu no duelo contra o México, pela fase de grupos. Na ocasião, os mexicanos nas arquibancadas, mesmo em menor número, rivalizaram com a torcida brasileira na torcida e pareciam se sentir como mandantes do confronto na Arena Castelão, em Fortaleza.