Entre céu e inferno, Brasil trava jogo mental com Chile
Enquanto brasileiros se preocupam com variações táticas do rival e pressão de não decepcionar em casa, chilenos lutam contra bloqueio diante de brasileiros; Felipão tentou tirar o peso de uma possível derrota, mas José Maria Marin disse antes da Copa: "se perdermos, vamos todos para o inferno"
A partir de agora, não há mais espaço para erros. O Brasil começa a disputa do mata-mata de uma Copa do Mundo em casa, 64 anos depois da derrota na final do Maracanã, consciente de que irá conviver entre a glória e o fracasso a cada 90 minutos, ou 120 em caso de prorrogação. E o primeiro obstáculo é o Chile, adversário que reservará ao Brasil um jogo cheio de testes mentais a partir das 13h (de Brasília), no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. O Terra acompanha minuto a minuto.
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Pelo lado dos brasileiros, além da pressão natural de não decepcionar em casa, existe a preocupação de enfrentar um time que apresenta variantes táticas e escondeu o jogo ao longo da semana. O Brasil treinou para enfrentar uma linha de três zagueiros na quinta, assim como os chilenos fizeram nas últimas duas partidas, mas Jorge Sampaoli não revelou se optará pelo esquema da estreia contra a Austrália, no 4-4-2.
O troco vem também em mistério. Diferentemente do que costuma fazer, Luiz Felipe Scolari só vai revelar os titulares minutos antes do jogo. Parte por estratégia, parte por problema. David Luiz sentiu dores nas costas nos últimos dois dias e é dúvida. Fernandinho ganhou a vaga de Paulinho para melhorar a transição entre meio-campo e ataque, mas a presença de Maicon no lugar de Daniel Alves para ajustar a marcação na lateral, testada em treino, ainda é incerta.
“Vamos pressionar e defender. Vamos montar a equipe conforme o nosso padrão. Vamos montar a nossa equipe baseado naquilo que queremos. Se der certo ou errado, temos alternativas de como nos comportar nas situações”, afirmou o técnico Luiz Felipe Scolari.
Uma das apostas brasileiras será na bola aérea. O Chile tem média de altura de 1,75 m, a mais baixa da Copa. O Brasil tem 1,81 m, mas até agora não conseguiu sucesso em bolas levantadas na área.
A guerra psicológica envolveu ainda a pressão em cima da arbitragem. Alexis Sanchez admitiu que um possível favorecimento ao time da casa preocupa, a imprensa chilena repercutiu e teve reposta oficial da CBF. “Respeitem a Seleção”, disse o assessor Rodrigo Paiva em meio à entrevista de Felipão. Árbitro da final da Copa, o inglês Howard Webb apitará o jogo neste sábado.
Histórias para serem mudadas
O presidente da CBF, José Maria Marin, disse com todas as letras antes do Mundial: “se perdermos, vamos todos ao inferno”. Luiz Felipe Scolari sempre apresentou um discurso de confiança com o hexacampeonato, colocando o Brasil como favorito. Porém, antes de iniciar a fase de mata-mata, o treinador tentou tirar um pouco do peso desta cobrança dizendo que ninguém vai se atirar de um poço caso o País fracasse pela segunda vez em um Mundial em casa.
“Claro que não ficaremos satisfeitos de não seguirmos em frente, estamos trabalhando. Mas do outro lado tem oponente que faz trabalho com qualidade. Se forem melhores que nós, não podemos ficar com a cabeça baixa. Não pode se jogar no poço, tem de seguir a vida e temos de valorizar o adversário”, disse.
Porém, uma derrota para o Chile na visão do torcedor passional deixará a Seleção em um situação mais próxima da visualizada por Marin, a caminho de um inferno de críticas. O rival mostrou força ao eliminar a Espanha e vive ótima fase, mas contra o Brasil venceu apenas sete de 68 partidas no confronto direto, sofreu três derrotas categóricas em Copas e não ganha desde 2000.
O bloqueio psicológico no confronto foi combatido durante toda a semana pelos chilenos. Valdivia disse que a história está nos museus e o goleiro Bravo vê muito a perder em caso de derrota. A promessa é de valentia e ousadia para derrubar a freguesia.
Para isso, toda uma preparação foi feita. Com a vaga à Copa garantida, encarou Inglaterra, Espanha e Brasil em amistosos. O bloqueio contra os brasileiros continuou com uma derrota por 2 a 1 em novembro de 2013, em Toronto.
“A experiência que os jogadores viveram é importante. Tenho um grupo de jogadores que tenha convicção do que faz, tem jogadores com pouca idade e estão fazendo um Mundial impressionante. Hoje o mais importante é como os jogadores chegam para jogar, como a proposta pode ser respeitada em 90 minutos enfrentando um rival que é candidato a ganhar a Copa”, disse Sampaoli.
Brasil e Chile se enfrentaram nas oitavas de final da Copa de 2010 também, quando ainda eram dirigidos por Dunga e Marcelo Bielsa. Dos times que estiveram em campo os brasileiros mudaram mais, com apenas Júlio César como remanescente entre os titulares. No Chile são cinco.
Clima quente
Brasil x Chile será disputado às 13h (de Brasília) em Belo Horizonte sob forte calor. O clima quente deve se transferir para as arquibancadas, com maioria brasileira, mas grande número de chilenos. São esperados 30 mil na cidade.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X CHILE
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 28 de junho de 2014, sábado
Horário: 13h (de Brasília)
Árbitro: Howard Webb (Inglaterra)
Assistentes: Michael Mullarkey e Darren Cann (ambos da Inglaterra)
BRASIL: Júlio César; Daniel Alves (Maicon), David Luiz (Dante), Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho e Oscar; Hulk, Fred e Neymar Técnico: Luiz Felipe Scolari
CHILE: Bravo; Silva, Medel (Valdivia) e Jara; Isla, Aránguiz, Díaz, Vidal e Mena; Sánchez e Vargas
Técnico: Jorge Sampaoli
SERVIÇO
Há uma série de meios transportes distintos para chegar ao Mineirão, mas escolha as opções para o público. É bom verificar todos os detalhes. Veja como fazer para chegar ao estádio.
TEMPO
Brasileiros e chilenos devem atuar com sol e calor. Não há previsão de chuva. Saiba mais sobre o tempo em Belo Horizonte aqui.
SAIBA QUAIS ITENS SÃO PROIBIDOS DE LEVAR
- armas de qualquer tipo ou objetos que possibilitem a prática de violência;
- qualquer coisa que possa ser usada como arma ou para cortar, apunhalar ou esfaquear, ou como um projétil, especialmente guarda-chuvas longos ou guarda-sóis e outros objetos similares;
- garrafas, copos (exceto copos de plástico), jarras, latas ou qualquer outra forma de recipiente fechado, de qualquer tipo, que possa ser atirado e causar lesões, bem como outros objetos feitos de vidro ou qualquer outro material frágil, estilhaçável ou especialmente duro, embalagens Tetrapak ou caixas térmicas duras;
- fogos de artifício, sinalizadores, bombas e outros artifícios de fumaça e outros engenhos pirotécnicos ou dispositivos que produzam efeitos similares;
- líquidos de qualquer tipo (inclusive bebidas alcoólicas ou não), exceto se adquiridos dentro do Estádio, em copos de plástico, e em conformidade com os procedimentos de segurança aplicáveis aos Eventos;
- alimentos de qualquer tipo, exceto se adquiridos dentro do Estádio ou se forem alimentos especiais para diabéticos;
- narcóticos ou estimulantes;
- materiais relativos a causas ofensivas, racistas ou xenófobas, tema de caridade ou ideológico, incluindo mas não se limitando a cartazes, bandeiras, sinais, símbolos e folhetos, objetos ou roupas, que possam interferir com o aproveitamento do Evento por outros espectadores, tirar o foco desportivo do Evento ou que estimulem qualquer forma de discriminação;
- mastros de bandeiras ou de cartazes de qualquer tipo. Apenas mastros de plástico flexíveis e os chamados mastros duplos que não excedam 1 metro de comprimento e 1 cm de diâmetro e que não sejam feitos de material inflamável são permitidos;
- cartazes ou bandeiras maiores do que 2m x 1m50. Bandeiras e cartazes menores são permitidos, desde que sejam feitos de material considerado pouco inflamável, cumpram as regras e padrões nacionais e não sejam de outra forma proibidos nos termos deste Código de Conduta no Estádio;
- quaisquer tipos de animais, exceto os cães guia. Neste caso, o Visitante do Estádio que pretenda entrar no Estádio acompanhado de um cão guia dentro, deverá apresentar os documentos brasileiros originais, ou cópia autenticada dos mesmos, que (i) comprovem sua deficiência visual; e (ii) comprovem a qualificação do cão como cão guia, nos parâmetros estabelecidos pelas normas aplicáveis.
- quaisquer materiais promocionais ou comerciais, incluindo mas não se limitando a cartazes, bandeiras, sinais, símbolos e folhetos ou qualquer tipo de objeto, material ou roupa promocional ou comercial;
- bolas infláveis, tigelas e projéteis, independente do tamanho;
- latas de spray de gás, substâncias corrosivas, inflamáveis, tintas ou receptáculos contendo substâncias que são prejudiciais à saúde ou altamente inflamáveis. Isqueiros comuns de bolso para cigarros são permitidos;
- objetos volumosos tais como escadas, bancos, cadeiras dobráveis, caixas, recipientes de papelão, sacolas grandes, mochilas, malas e bolsas esportivas. “Volumoso” significa quaisquer objetos que sejam maiores do que 25cmx25cmx25cm e que não possam ser guardados embaixo dos assentos no Estádio;
- grandes quantidades de papel e/ou rolos de papel;
- instrumentos que produzam volume excessivo de barulho, tais como megafones, sirenes ou buzinas a gás;
- qualquer instrumento musical, independente do tamanho, inclusive vuvuzelas;
- instrumentos que emitam raios laser, apontadores a laser ou instrumentos similares;
- grandes quantidades de pó, farinha e substâncias similares;
- câmeras (exceto para uso privado e, neste caso, com apenas um conjunto de pilhas sobressalentes ou recarregáveis), quaisquer tipos de câmeras de vídeo ou outros equipamentos de gravação de som e vídeo;
- computadores pessoais e outros dispositivos (incluindo, por exemplo, laptops ou PC tablets) usados para os fins de transmissão ou disseminação de sons, imagens, descrições ou resultados dos eventos pela internet ou outros meios; e
- outros objetos que comprometam a segurança pública e/ou prejudiquem a reputação do Evento, conforme avaliação ao exclusivo critério das Autoridades da Copa do Mundo da Fifa
Ouça as principais músicas do Mundial: