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Governo goiano "justifica" sonho de Copa para CT polêmico de R$ 4 mi

Reforma de sede do Goiás teve mudança de lei, aporte de dinheiro público e deve receber só um treino da Seleção. Governador fez críticas às discórdias

3 jun 2013 - 21h23
(atualizado em 4/6/2013 às 00h05)
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O governo do Estado de Goiás e o próprio Goiás Esporte Clube se uniram, com a presença de José Maria Marin, para apresentar a conclusão das obras na Serrinha, no início da noite desta segunda-feira, na capital goiana. A obra, orçada em cerca de R$ 4 milhões, teve mais da metade dos recursos provenientes dos cofres públicos, e só foi possível graças a uma mudança de lei. Presente ao evento, o governador Marconi Perillo (PSDB) minimizou o investimento e sinalizou com o sonho de se integrar à Copa do Mundo como justificativa.

Para que tudo fosse possível foram necessárias mudanças na intenção original do Proesporte, programa do governo estadual. Inicialmente, o projeto lançado em 2004 indicava o repasse de R$ 5 milhões do arrecadado em ICMS para projetos esportivos. As alterações foram arquitetadas por Perillo e tiveram o Esporte Clube Goiás como principal beneficiado. 

<p>A Seleção Brasileira irá realizar apenas um treinamento na Serrinha</p>
A Seleção Brasileira irá realizar apenas um treinamento na Serrinha
Foto: Celso Paiva / Terra

O valor total do Proesporte foi elevado a R$ 6,5 milhões, mas não foi só. Originalmente, cada projeto poderia receber só 5% do valor total, mas a cota máxima foi elevada a quase 40%. Com isso, o Goiás será auxiliado em R$ 2,5 milhões dos R$ 4 milhões que precisou investir na reforma da Serrinha. Dois novos campos, vestiários e outras melhorias foram realizadas para receber a Seleção, prioritariamente. Mesmo assim, a equipe de Luiz Felipe Scolari deve fazer pouco uso do espaço.

Ainda que vá permanecer em Goiânia até a próxima sexta, quando embarca a Porto Alegre para amistoso com a França, a Seleção irá realizar apenas um treinamento na Serrinha - marcado para a manhã de terça. As demais atividades para esta semana estão previstas para o centro de treinamento do Goiás, localizado em outra área da capital. O fato foi minimizado por Perillo.

"Fizemos nossa parte para atender bem a Seleção. (...) Fizemos o possível e o impossível para trazer a Seleção. Se eu fosse o governador anteriormente, faria o possível para Goiás ser uma das sedes (da Copa das Confederações e da Copa do Mundo). Mas como não foi possível, fiz esse pedido ao José Maria Marin (de receber o Brasil) e fomos atendidos. Mostramos que estamos dispostos a receber a Seleção e outras que quiserem vir para cá na Copa do Mundo. Temos recursos totais para receber", declarou.

Perillo, por sinal, rebateu as críticas pelo contexto em que se inseriu a reforma da Serrinha, sede social do Goiás. "É uma hipocrisia, um cinismo, dizer que estamos justificando os R$ 2,5 milhões. Tem estado gastando R$ 1 bilhão para receber jogos. Essa hipocrisia nos levou a perder outros grandes eventos. (...) Faria qualquer modificação necessária para ter a Seleção. Não é um treino só, é um legado para o Estado de Goiás e todo o Brasil", defendeu. 

Marin evita perguntas e elogia, mas CBF não deve atender goianos em 2014

Também presente ao evento na Serrinha, José Maria Marin respondeu poucas perguntas, mas em discurso oficial elogiou o trabalho realizado pelos goianos. "Não é o governo e o Goiás que devem agradecer a CBF, é o contrário. Aqui temos um grande exemplo de integração. Quando se junta o governador ao presidente da Federação Goiana e ao meu amigo João Bosco Luz (presidente do Goiás), os objetivos são alcançados".

O acerto para que a Seleção passe praticamente duas semanas em Goiânia foi realizado anteriormente à troca de comando na CBF, ainda durante a administração de Ricardo Teixeira. A intenção principal do governador é também receber o Brasil durante a preparação da Copa de 2014. No discurso feito, Marin chegou a se mostrar sensibilizado com os esforços dos goianos. 

Felipão ironiza transmissão dos treinos da Seleção:

"Tínhamos certeza que se algo faltasse, o governador não mediria esforços para resolver e solucionar. A CBF estará sempre de portas abertas para atender aos pedidos do governo de Goiás. Estar aqui é o mínimo que poderíamos ter feito pelo esforço do governador, da Federação Goiana de Futebol e do Goiás".

Apesar dos elogios, a tendência é que a passagem da Seleção se limite à atual e a próxima semana. O presidente da CBF, provavelmente, se verá obrigado a atender a demandas de outros estados que ficaram de fora da Copa de 2014.

A Seleção Brasileira permanece na capital goiana até sexta, quando embarca a Porto Alegre para amistoso contra a França no domingo. No dia seguinte, retorna a Goiânia e permanece por mais dois dias até o embarque a Brasília para a estreia na Copa das Confederações, dia 15, diante do Japão. 

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Fonte: Terra
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