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Retrospectiva 2022: Di Grassi faz história e Sette Câmara alcança milagre na Fórmula E

Em primeiro — e único — ano de Venturi, Lucas Di Grassi demorou a engrenar, mas subiu o nível na reta final. Sérgio Sette Câmara, por outro lado, conseguiu dois pontos milagrosos — que poderiam ser quatro — com uma Dragon que não conseguia competir

29 nov 2022 - 05h01
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Di Grassi venceu uma vez e chegou a 1.000 pontos na Fórmula E em 2022
Di Grassi venceu uma vez e chegou a 1.000 pontos na Fórmula E em 2022
Foto: FIA Fórmula E / Grande Prêmio

A Fórmula E já está em seus preparativos finais para o início da pré-temporada de 2023, e os dois brasileiros que disputam o grid da categoria — Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara — estão confirmados para mais um campeonato no ano que vem, ambos em novas equipes. Mas olhando para o que se passou em 2022, como foi a temporada do Brasil na Fórmula E? É isso que o GRANDE PRÊMIO relembra na retrospectiva desta terça-feira (29).

Campeão da Fórmula E na temporada 2016/2017 pela Audi, Di Grassi defendeu uma equipe diferente na categoria pela primeira vez em 2022. Em seu único ano pela Venturi, já que o brasileiro está fechado com a Mahindra para 2023, Lucas viveu um início de campeonato claudicante. Demorou um certo tempo a se encontrar com o carro da equipe monegasca, mas subiu de ritmo na segunda metade da temporada e terminou o ano consideravelmente em alta.

As duas primeiras corridas do ano, em Diriyah, trouxeram um bom início de campeonato ao brasileiro: um quinto lugar e um pódio, em terceiro, que lhe valeram 25 pontos no primeiro fim de semana. No entanto, as boas atuações rarearam a partir daí — nas cinco etapas seguintes, Lucas saiu zerado em três e somou apenas 12 pontos, resultados que o afastaram da briga pelo topo.

A segunda metade da temporada, entretanto, apresentou um Di Grassi consideravelmente mais consistente. Ainda que tenha novamente zerado em Nova York 2 e Seul 2, o brasileiro anotou 60 pontos nas seis corridas que definiram o campeonato — NY, Londres e Seul. Para efeito de comparação, seu companheiro Edoardo Mortara marcou 30 tentos no mesmo período, sendo 25 deles no eP de Seul 2 — quando venceu.

Di Grassi subiu de nível no fim da temporada e chegou ao ápice de 2022 com a vitória em Londres
Di Grassi subiu de nível no fim da temporada e chegou ao ápice de 2022 com a vitória em Londres
Foto: Fórmula E / Grande Prêmio

O eP de Londres 2 reservou a melhor atuação de Lucas no ano, com um misto de velocidade e estratégia que não havia aparecido na temporada até ali. Em um fim de semana até então dominado pelo britânico Jake Dennis, o brasileiro surgiu no fim da segunda corrida para tomar a ponta do piloto da casa na base da estratégia, garantindo que não cederia a liderança na reta final.

Mesmo com o modo de ataque de Dennis ativado, Di Grassi segurou a ponta até o fim e conquistou sua única vitória em 2022, que acabou sendo também sua única pela Venturi. Ainda que não tenha brigado pelo título, o ano será memorável para Lucas: foi nesta temporada que ele bateu três marcas históricas na Fórmula E — maior número de vitórias da categoria, primeiro piloto a alcançar 100 corridas e primeiro a bater a marca de 1.000 pontos. Não é pouca coisa.

Se faltou algo a Di Grassi, foi conseguir resultados melhores em ritmo de classificação. O brasileiro, um dos maiores nomes da história da categoria, não conseguiu largar da posição de honra uma vez sequer durante o ano. Pior, viu o companheiro Mortara anotar suas duas primeiras poles e já encostar em Lucas, que conseguiu apenas três ao longo de sua carreira na Fórmula E.

Jean-Èric Vergne e Sébastien Buemi, com 98 corridas no currículo — duas a menos que Di Grassi — já conquistaram 15 e 14 poles, respectivamente, e são os líderes no quesito.

Sette Câmara, por outro lado, entrou em 2022 ciente de que teria um desafio bem diferente. Tudo começou na concepção do carro da Dragon para a Era Gen2 da Fórmula E, com um erro de cálculo que fazia com que o monoposto basicamente drenasse a energia de sua própria bateria — algo catastrófico nas corridas da categoria, baseadas nesse gerenciamento.

Trabalho de Sette Câmara na Dragon lhe rendeu outro contrato no grid para 2023
Trabalho de Sette Câmara na Dragon lhe rendeu outro contrato no grid para 2023
Foto: Fórmula EFree Practice 01 / Grande Prêmio

Ou seja, apesar de ser um carro 'normal' em ritmo de classificação, o Penske EV-5 via sua energia se esvair durante as corridas, sem a possibilidade de fazer o gerenciamento tão necessário para as corridas da categoria. Assim, Sérgio passou a temporada inteira buscando um ponto que tirasse a equipe do zero entre os Construtores, o que resultou em alguns episódios curiosos pelo caminho.

O principal deles aconteceu na ExCel Arena, em Londres, na corrida que consagrou a vitória de Jake Dennis — a primeira daquele fim de semana. Sette Câmara ocupava um nono lugar consistente nas últimas voltas da corrida, quando uma pane no sistema do carro revelou que a porcentagem de energia mostrada pelo painel era significativamente maior do que a quantidade real de bateria restante do carro.

Revoltado com a frustração nos últimos minutos, o brasileiro precisou encarar seu único abandono da temporada e recolheu aos boxes na última volta, já sem energia para continuar na disputa. "Eu estou parecendo um palhaço, e todos acham que sou um idiota", disparou Sérgio na ocasião.

Porém, nada como um dia após o outro, não é mesmo? Na segunda corrida do fim de semana, o grande nome da Dragon era Antonio Giovinazzi — que fez temporada terrível, mas garantiu a terceira posição no grid daquela disputa como único ponto alto de 2022 —, enquanto Sette Câmara sairia apenas em 19º e claramente desapontado depois da decepção do dia anterior.

Sette Câmara já participa dos primeiros testes com o carro Gen3 da NIO
Sette Câmara já participa dos primeiros testes com o carro Gen3 da NIO
Foto: NIO / Grande Prêmio

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Pois o brasileiro escalou o pelotão pouco a pouco, sempre se mantendo longe de acidentes e gerenciando a parca bateria do carro da Dragon, o que lhe possibilitou aproveitar algumas circunstâncias para buscar o top-10. Com mais um abandono de Giovinazzi por não conseguir lidar com o uso de energia, Sérgio agarrou a oportunidade e assumiu o décimo lugar com menos de oito minutos para o fim da corrida. Mitch Evans ainda abandonaria no fim, o que concedeu dois tentos ao brasileiro de uma vez.

A comparação com o companheiro de equipe, nesse caso, não indica o real nível do brasileiro. Giovinazzi foi o pior piloto da temporada com sobras, e seus oito abandonos em 16 corridas atestam isso. Enquanto o italiano ex-F1 não soube lidar com o gerenciamento de energia, Sette Câmara entendeu as limitações do carro e jogou tudo em pistas nas quais sabia que as características poderiam favorecê-lo.

Foi assim que o brasileiro conseguiu colocar o limitado carro no top-10 do grid de largada em algumas oportunidades, como os quartos lugares em Nova York e Londres, o sétimo posto em Berlim e a oitava colocação em Seul.

No ano que vem, Sette Câmara já tem um novo destino: a NIO, que terá o brasileiro e Dan Ticktum como titulares. O desafio, novamente, será grande — a equipe só ficou à frente da Dragon na Fórmula E 2021/2022. Ainda assim, ao menos demonstrou competitividade, algo que a equipe americana não conseguiu ter.

No ano de estreia da Era Gen3, o time chinês espera aproveitar os testes para subir o nível e oferecer ao brasileiro a possibilidade de brigar pelo top-10 regularmente nas corridas, e não apenas nas classificações como em 2022.

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Grande Prêmio
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