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vc repórter: fãs relembram morte de Senna: "chorei por dias"

1 mai 2014 - 08h21
(atualizado às 08h22)
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Senna estoura champanhe após vitória; reverências na semana de 20 anos de sua morte
Senna estoura champanhe após vitória; reverências na semana de 20 anos de sua morte
Foto: AFP

A manhã do dia 1º de maio de 1994 ficou guardada na memória dos brasileiros. Naquele dia, o País perdeu um de seus maiores ídolos, o piloto Ayrton Senna. Aos 34 anos, o tricampeão de Fórmula 1 sofreu um acidente fatal no circuito de Ímola, em San Marino, na Itália. Os minutos que sucederam a batida e, posteriormente, o anúncio de que ele não havia sobrevivido são momentos difíceis de serem esquecidos.

O Terra recebeu, em cerca de seis horas, mais de 50 relatos emocionantes sobre o que os leitores faziam no dia da morte do piloto e como reagiram à notícia. Confira, abaixo, os 15 textos selecionados:

Jaquelyne Doerl, Rio de Janeiro (RJ)

“Nunca esquecerei este dia. Eu tinha 11 anos e tínhamos acabado de nos mudar para a casa nova. O dia anterior foi de festa, casamento da minha tia e fomos todos dormir tarde, por isso minha mãe não me acordou para ver a corrida. Acordei e desci as escadas, minha mãe me encontrou no meio do caminho e falou ‘ – O Senna sofreu um acidente’. Meu coração doeu um pouquinho, mas Deus não faria isso! Não levaria o ídolo de uma criança. Fomos almoçar com a família toda, ainda estávamos em clima de festa. Logo as notícias começaram a chegar e não eram boas... Eu não comi, não bebi. Fiquei ali, em frente à TV rezando. Logo o plantão anunciou: Senna tinha morrido. Chorei, como nunca havia chorado. Era a primeira vez que eu perdia alguém. Chorei por dias, acompanhei o cortejo, o enterro, vi todos os jornais, especiais, guardei todas as notícias. Meu pai me chamava de ‘viúva Senna’, e eu me sentia assim. Tiraram uma grande parte de mim, meu ídolo... E as manhãs de domingo nunca mais foram as mesmas...”.

20 anos sem Senna: relembre a rivalidade do piloto com Prost:
Albano Pereira, São Bernardo do Campo (SP)

“Com de costume - e paixão - estava assistindo à corrida. Estava marcado um churrasco em casa com a família. Todos estavam vendo a corrida e, quando aconteceu o acidente, todos na sala ficaram calados. O silêncio predominou por muitos minutos. Ninguém acreditava o que estava acontecendo. A imagem que mais me marcou foi o instante em que a cabeça do Ayrton pendeu para o lado, para mim o instante de sua morte. Deixei a sala num pranto disfarçado para as pessoas não perceberem o que estava sentindo. O churrasco aquele dia ficou por conta das mulheres, mais em função da fome das crianças. Os homens grudaram na televisão à espera de informação, e ela acabou chegando como uma bomba. Todos ficaram arrasados. Até hoje, inclusive escrevendo agora, me emociono. Para mim, foi e sempre será o maior herói nacional, difícil esquecê-lo”.

Paulo Capretti Del Fiori, São Paulo (SP)

“No dia 1º de maio de 1994, tinha nove anos e me lembro como se fosse ontem... Naquela manhã de domingo, dormia. Não era comum, pois sempre era acordado pelo meu pai para acompanharmos as corridas de F1. Mas, naquele dia, meu pai somente foi me acordar depois de começada a corrida e, me sacudindo, ansioso, agoniado disse a seguinte frase: “Filho, o Senna bateu e rachou a cabeça.” Me lembro de cada palavra e também do sacudir no meu ombro pra que eu acordasse... A partir de então me levantei e ficamos absolutamente paralisados diante da televisão. A imagem mais marcante para mim foi aquela em que se vê o emblemático capacete amarelo e azul lenta e discretamente se deitar para o lado esquerdo, quase apoiado na lateral do carro. Ali perdemos o ídolo... Depois, nos restou acompanhar incrédulos e chocados a chegada de uma notícia pior que a outra vinda do hospital. Mais tarde, já anunciada oficialmente a morte dele, nem mesmo a vitória de virada do Palmeiras sobre o São Paulo no Morumbi pôde atenuar a imensa dor e o vazio que duram até hoje, 20 anos depois”.

Exclusivo: Cabrini relembra anúncio da morte de Senna:
Deive de Oliveira Sousa, Cuiabá (MT)

“Naquela manhã de domingo eu e meu amigo já falecido, Marcelo Assunção, havíamos chegado da balada já no raiar do dia. Lá pelas 9h minha mãe foi no meu quarto e me acordou com a notícia que Ayrton Senna havia batido o carro. E, por infelicidade, ele foi enterrado no dia 5 de maio de 1994, data do meu aniversário...”.

Leonel Esmeraldo de Souza, Santos (SP)

“Assim como milhões de pessoas eu estava diante da TV assistindo à corrida de F1. Quando houve a batida percebi que era grave aquele acidente, fiquei acompanhando muito preocupado, mas em um determinado momento vi que o Ayrton mexeu a cabeça para o lado. Aí tive um pouco de esperança de ele estar bem. Mas como demorou muito para ele ser retirado do carro, fiquei bem preocupado. Nesse dia eu tinha que viajar e fui ouvindo a rádio Jovem Pan. E, em um determinado momento, o locutor de F1 Claudio Carsughi disse: “Senna morto”. Nessa hora eu estava na rodovia Castello Branco seguindo minha viagem e cheguei a chorar sozinho dentro do meu carro. Naquele momento sabia que tinha perdido um companheiro das manhãs de domingo, um ídolo que será para mim sempre o maior de todos”.

Freda Salvador, de São Paulo (SP)

“Estava sentada na beira da cama assistindo a corrida. Já estava meio cabreira devido à morte do Ratzenberger e o acidente do Rubinho. Quando o Ayrton bateu no muro eu não sei dizer o motivo, mas no momento eu já sabia que ele tinha morrido. Gritei para o meu ex-marido que estava na cozinha: ‘Corre aqui, o Ayrton bateu no muro e ele morreu’. Ele perguntou como eu sabia que ele tinha morrido, eu disse que só sabia. Depois dessa corrida nunca mais assisti a Fórmula 1!!!”.

Denny Villela, Rio de Janeiro (RJ)

“É incrível falar deste dia. Eu trabalhava com recreação infantil e alugava equipamentos para festas, como pula-pula e piscina de bolinhas. Na época criei uma ‘Auto Pista’: um circuito emborrachado com carros elétricos importados, túnel e placas. Os clientes adoraram a ideia e alugavam bastante. Mas, o que muito me marcou foi a estreia desse circuito para festas que aconteceu exatamente no dia do acidente. Muitos associaram o tema com o triste ocorrido”.

Daniel Silva, São Paulo (SP)

“Eu tinha nove anos. Acordei cedo para ver a corrida, pois a velocidade já estava no sangue! Tinha acompanhado as primeiras provas do ano e esperava muito uma vitória do Ayrton em Ímola. Lembro do safety car, da relargada e do acidente. De primeira, eu fique frustrado! Bravo pelo Ayrton sair da corrida cedo novamente. Mas com a demora em sair do carro veio a preocupação, a angústia... um sentimento muito ruim... Se encerrava ali o último ato do maior gênio do automobilismo mundial”.

Fãs visitam túmulo 20 anos após a morte de Ayrton Senna:
José Alves, São Vicente (SP)

“Pela manhã assisti a corrida e vi o acidente. À tarde fui ver o jogo de futebol com meu filho, entre Palmeiras e São Paulo, no Morumbi. A morte de Senna foi anunciada pelo telão. E, em um coro só, as duas torcidas cantavam: ‘Olê, Olê, Olê, Senna, Senna!!!”. A saudação foi cantada pela torcida por um bom tempo. Foi muito triste. Torcedores choravam, inclusive eu”.

Maria Martins, Brasília (DF)

“Estávamos reunidos com alguns parentes para um almoço. Eu fazia comida enquanto minha cunhada fazia um bolo. Na época eu não perdia uma corrida de Fórmula 1 só para ver o Ayrton ganhar. E naquele dia não era diferente. Eu estava na porta da cozinha vendo a TV na sala e, de repente, houve a batida. Fiquei esperando ele sair do carro, e o socorro não vinha. E demorando. De repente eu achei que ele havia morrido e depois veio a notícia do hospital confirmando a morte. Nunca mais torci por Fórmula 1, nem mesmo pelos brasileiros. E até hoje conservo um relógio de parede com a foto dele. Tenho um livro dele e me emociono até hoje com tudo que fala do Ayrton Senna do Brasil”.

Carlos Ely, Brasília (DF)

“No dia do acidente que vitimou Ayrton Senna eu estava com a minha família na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Como milhões de brasileiros, estava assistindo - com o meu filho Carlos Gustavo de 10 anos - à corrida de Ímola. Nós nunca perdíamos uma corrida, pois o Ayrton era e sempre será a melhor pessoa que já representou o Brasil no mundo esportivo. Assim que ocorreu o acidente, saí de casa com a minha mulher e filho, pois não suportava ver o sofrimento dele com aquela situação. Na rua, dirigindo por Itaipava, veio a triste notícia. Ficamos em silêncio absoluto e o nosso dia acabou. Senna o único herói nacional”.

José Moacir, Cabedelo (PB)

Estava prestes a disputar uma meia maratona na cidade de João Pessoa quando aconteceu a primeira batida, aquela logo após a largada. Uns minutos depois foi a largada da meia maratona e eu já tinha percorrido coisa de cinco quilômetros. Quando passei por uma banca de revista fui informado que Senna tinha batido, que era grave, e que estavam esperando um helicóptero para levá-lo. Foi assim que a cada quilômetro que eu percorria, e via alguém sintonizado na corrida, perguntava sobre a situação. Sempre recebia a mesma resposta: Senna tinha batido e era grave. Terminei a meia maratona com aquela sensação ruim de perda. Não esperei pelo final da premiação e fui direto pra casa, onde ouvi a notícia que Ayrton Senna tinha falecido há poucos momentos na Itália”.

Carla Barreto, Porto Alegre (RS)

“Eu estava dando à luz minha filha Yasminn Barreto de Oliveira quando entrou na sala de cirurgia uma enfermeira desesperada informando que o Ayrton Senna havia morrido. Poucos minutos depois minha filha nasceu. Eu fiquei um pouco confusa e decidi não acreditar. Lembro que até pensei: ‘Ayrton Senna morto? Não pode! Essa mulher tá louca! Ela não ouviu direito’. Sempre que minha filha comemora seu aniversário, eu me lembro da morte desse ídolo. Sempre contei a história para ela”.

Edy Paulo, Nova Venécia (ES)

"No dia em que Ayrton morreu, eu estava dormindo. Minha cunhada estava no quarto com meus sobrinhos e, quando eu acordei, ela me disse que ele tinha batido com o carro e estava em estado grave. Foi algo muito triste, porque parecia que ele era inatingível. O Ayrton era como se fosse um parente bem próximo, pois era de costume assistirmos às corridas aos domingos, pois ele estava nos representando e aquilo era um belo programa esportivo para a nossa geração. Sua morte nos deixou órfãos de atletas de caráter, integridade e amor pela nação". 

José Henrique Batista, Campo Mourão (PR)

“Estava trabalhando, era colheita de algodão. Época brava, trabalhava de domingo a domingo, de janeiro a julho. Algumas pessoas pesavam o fardo de algodão com o rádio de pilha ligado. Foi quando ouvimos a notícia. Éramos pessoas muito simples e, com a notícia, todos pararam e foram para casa. A tarde de domingo entristeceu”. 

Os leitores Albano Pereira, de São Bernardo do Campo (SP), Jaquelyne Doerl e Denny Villela, do Rio de Janeiro (RJ), Paulo Capretti Del Fiori, Freda Salvador e Daniel Silva, de São Paulo (SP), Deive de Oliveira Sousa, deCuiabá (MT), Leonel Esmeraldo de Souza, de Santos (SP), José Alves, de São Vicente (SP), Maria Martins e Carlos Ely, de Brasília (DF), José Moacir, de Cabedelo (PB), Carla Barreto, de Porto Alegre (RS), Edy Paulo, de Nova Venécia (ES), e José Henrique Batista, de Campo Mourão (PR), participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

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