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Como o WEC cresceu 240% e conquistou o público brasileiro

Da corrida de nicho ao evento de massa: os fatores que impulsionaram o crescimento das 6 Horas de São Paulo

10 dez 2025 - 10h22
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6 Horas de São Paulo de 2025
6 Horas de São Paulo de 2025
Foto: Paulo Abreu / Parabólica

Quando as 6 Horas de São Paulo desembarcaram no Autódromo José Carlos Pace (Interlagos) pela primeira vez, em 2012, a categoria ainda era um projeto ambicioso da FIA World Endurance Championship (WEC) para levar o espírito de Le Mans ao mundo. Poucos imaginavam que, anos depois, o evento voltaria ao Brasil com tamanha força: arquibancadas cheias, Fan Zone lotada e um público cada vez mais apaixonado. O crescimento das 6 Horas de São Paulo se tornou um símbolo da consolidação do endurance no país, e entender esse salto mostra como a prova evoluiu de corrida técnica para um festival completo de automobilismo.

Na estreia em 2012, cerca de 25 mil pessoas foram a Interlagos curiosas com o formato de seis horas de corrida, dominado por protótipos e carros de fábrica. A Toyota Racing, com Alexander Wurz e Nicolas Lapierre, venceu um evento voltado aos entusiastas tradicionais de longa duração, um público fiel, mas limitado. Em 2013, a Audi Sport Team Joest venceu com André Lotterer, Marcel Fässler e Benoît Tréluyer, e o público subiu para aproximadamente 38 mil pessoas. Já em 2014, a Porsche Team levou a vitória com Romain Dumas, Neel Jani e Marc Lieb, e embora não haja registro oficial de público, sabe-se que o número se manteve estável, ainda restrito a fãs do nicho, com um evento que não tinha Fan Zone estruturada, apenas serviços básicos e pequenos estandes.

O WEC deixou o calendário depois disso, por uma combinação de custos elevados para trazer equipes, questões logísticas e a falta de garantias de público. A FIA priorizou etapas na Ásia e no Oriente Médio. O retorno chegou a ser anunciado para 2020, mas a pandemia cancelou a prova antes de acontecer. A volta real só ocorreu em 2024, em um momento em que o campeonato já havia crescido globalmente e se reposicionado como um produto mais atrativo.

O impacto foi imediato: mais de 73 mil pessoas passaram por Interlagos em 2024. A Toyota Gazoo Racing (#8) venceu com Sébastien Buemi, Brendon Hartley e Ryo Hirakawa. Em 2025, o público aumentou novamente, chegando a 84.741 espectadores, um crescimento de quase 16%. A Cadillac Racing (#12), com Alex Lynn, Norman Nato e Will Stevens, venceu em dobradinha, reforçando o novo momento do WEC com mais montadoras e competitividade.

Esse salto de popularidade não veio por acaso. Ele é resultado direto da transformação do evento. O WEC deixou de ser uma categoria restrita aos fãs aficionados de endurance e passou a combinar tecnologia, espetáculo e proximidade com o público. Se nas primeiras edições o grid ainda parecia distante, hoje o campeonato reúne gigantes como Ferrari, Toyota, Cadillac, Peugeot e BMW, todas competindo com hypercars híbridos que impressionam pela estética e pela performance. A presença de marcas reconhecidas facilita a identificação do público, que passa a enxergar o evento como algo familiar e empolgante.

McLaren GT3 Evo durante passagem pela subida dos boxes, sob olhar atento do público
McLaren GT3 Evo durante passagem pela subida dos boxes, sob olhar atento do público
Foto: Matheus Fernandes

A classe LMGT3 também ajudou a aproximar ainda mais o público, com carros visualmente mais próximos da realidade do público, os famosos, carros de rua, ou aqueles que nós fãs de corrida pilotamos no Forza.

A Fan Zone se tornou outro pilar desse crescimento. Em 2025, ela foi ampliada e ganhou shows de artistas consagrados, como Raimundos, CPM 22 e Capital Inicial, além de mais opções de gastronomia e ativações das montadoras. Essa expansão ajudou o público a entender melhor quem eram as equipes, o que representavam e qual era o papel das montadoras no evento. A corrida passou a ser apenas parte da experiência,  que agora envolve música, interação, tecnologia e entretenimento.

O Pit Walk segue como o momento mais marcante do fim de semana para muitos fãs, permitindo a entrada na pista, contato direto com pilotos, fotos, autógrafos e a sensação de estar “dentro do evento”. Ver de perto figuras importantes do automobilismo, como Jenson Button ou até, Valentino Rossi cria memórias que vão além da arquibancada.

Pilotos da #83 AF Corse, campeões de Le Mans 2025, interagindo com o público nas 6 Horas de São Paulo durante o Pit Walk
Pilotos da #83 AF Corse, campeões de Le Mans 2025, interagindo com o público nas 6 Horas de São Paulo durante o Pit Walk
Foto: Paulo Abreu / Parabólica

O WEC também se destaca por ser mais acessível que a Fórmula 1, o preço dos ingressos mais baratos, permite a presença de fãs que normalmente não teriam dinheiro para ir em um GP. Mas a diferença não é só econômica: nas 6 horas de São Paulo, o público consegue chegar perto dos pilotos, dos carros e das equipes, criando uma sensação de pertencimento que atrai novos fãs a cada edição.

A soma de todos esses fatores, montadoras globais, pilotos conhecidos, shows, Fan Zone fortalecida e imersão explica como as 6 Horas de São Paulo se transformaram. De um evento de nicho que começou com cerca de 25 mil pessoas em 2012, a prova saltou para quase 85 mil em 2025. Um aumento superior a 240%, consolidando o WEC como um dos maiores eventos automobilísticos do país.

E, se a tendência continuar, as 6 Horas de São Paulo têm tudo para se firmar não apenas como uma etapa importante do calendário mundial, mas como uma das grandes celebrações da paixão brasileira pela velocidade.

Parabólica
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