Script = https://s1.trrsf.com/update-1765224309/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Teremos novamente corridas com chuva na F1 atual?

Cada vez que a pista molha, o fã de F1 se pergunta se vai ter mesmo corrida. Os pneus são culpados por isso? Sim, mas não os únicos...

11 out 2022 - 08h00
Compartilhar
Exibir comentários
Alex Albon no aguaceiro do GP do Japão. Quando a F1 andará em um temporal?
Alex Albon no aguaceiro do GP do Japão. Quando a F1 andará em um temporal?
Foto: Williams Racing / Divulgação

O GP do Japão jogou de novo na mesa a pergunta entre os fãs: quando teremos novamente corridas com chuva na F1? O GP da Bélgica do ano passado levantou esta questão e as últimas duas provas desta temporada fizeram aumentar mais ainda a temperatura sobre o assunto...

O principal culpado eleito por muitos é a Pirelli. Afinal, ela é a responsável pelos pneus. As equipes e pilotos acabam fazendo críticas não tão veladas a qualidade dos compostos de chuva do fabricante.

Se olharmos para trás, o histórico da Pirelli da F1 não é dos melhores. Em tempos de múltiplos fornecedores, os italianos eram fornecedores de times pequenos/médios e não eram advogados de grandes investimentos na categoria. Quando assumiram a responsabilidade de atender a F1 em 2011, esta memória logo veio. Mas o trabalho duro veio, embora com muitas críticas ao longo do tempo. A principal desculpa da Pirelli é que cumpria as ordens que vinham do cliente.  

Não é de hoje que os pneus de chuva sofriam questionamentos. Mesmo na configuração anterior, as unidades utilizadas em pista molhada eram diferentes dos tipos de pista seca. Estas têm diâmetro e largura maiores, além de compostos com borracha mais macia. Tudo isso para tentar aumentar a aderência e o escoamento de água.

De acordo com a fabricante, os pneus intermediários e de chuva intensa escoam cerca de 30 e 85 litros de água por segundo a 300 km/h. Fazendo uma conta grosseira, o escoamento de um pneu de chuva extrema encheria uma caixa d’água de 1000 litros em 12 segundos...

Entretanto, mesmo com estes dados impressionantes, não é bastante. Em entrevista dada à Mariana Becker durante o GP do Japão, Mario Isola, o responsável pelo programa da Pirelli, declarou que as equipes não têm interesse em testar este tipo de composto. Atualmente, por regulamento, existem 30 dias de testes ao longo do ano com as equipes, preferencialmente nas pistas do campeonato.

Até aí, ok. Mas são poucas as pistas com infraestrutura para simular pista molhada. E por mais que seja feito trabalho em laboratório e simulações computacionais, o tempo de rodagem é importantíssimo. Aqui é o grande problema. E as equipes não cedem carros para a Pirelli para que ela possa fazer um programa paralelo de testes (quando começou na F1 nesta sua jornada, os italianos compraram o Toyota que seria utilizado em 2010 e fizeram vários testes conduzidos por Lucas Di Grassi).

Os pneus são importantes sim. Mas também temos que ver a atual configuração dos carros, que andam extremamente perto do chão (ainda mais agora com o efeito solo). E qualquer batida pode fazer mudar a direção e temos um acidente... O carro atualmente é muito dependente da aerodinâmica, mesmo com as últimas mudanças.

Um parentese aqui: com as mudanças no carro para este ano, que simpificaram a aerodinamica, o spray de água gerado aumentou bastante, o que prejudica a visibilidade dos pilotos que vem atrás...

Latifi em Suzuka: a notar o spray de água criado pelos pneus e pelo fluxo de ar...
Latifi em Suzuka: a notar o spray de água criado pelos pneus e pelo fluxo de ar...
Foto: Williams Racing / Divulgação

Mas não pode mexer na altura do carro? Sim! Mas hoje o regulamento prejudica o ajuste para chuva. Pelo formato atual, o carro tem que estar acertado para a corrida, pois depois da classificação se inicia o parque fechado. Em caso de chuva, só é permitido mexer na refrigeração de frios, cambio e motor. Aerodinâmica? No máximo mexer na asa dianteira e olhe lá. Amaciar a suspensão e aumentar a altura? Só se você apostar na classificação. Sem contar a pressão dos pneus, que é prescrita pela Pirelli e estritamente controlada pela FIA através de sensores instalados.  

Jogar a culpa somente nos pneus é fácil. Claro que eles fazem parte da equação, mas é preciso olhar além e ver que outros fatores impactam no processo. FIA e Liberty Media precisam ver urgentemente. Até outro dia, muitos fãs faziam piada que as corridas dos EUA não andavam com pista molhada. Hoje, até a NASCAR anda com chuva nos Rovals (Ovais com parte mista) e a F1 vai sendo cada vez mais alérgica a água...

Parabólica
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade