Serviço militar ameaça sequência de Mazepin na Fórmula 1
Nikita Mazepin precisa se apresentar e realizar o treinamento no serviço militar da Rússia nos próximos anos
O serviço militar é obrigatório para todos os homens nascidos na Rússia e pode ser cumprido entre os 18 e 27 anos. O grande porém é sua duração: um ano. Mazepin, que tem 22, tem tentado negociar com as autoridades, mas, segundo Dmitry, não vem tendo sucesso nas tentativas.
"Nikita tem 23 corridas para fazer no ano e eles [Exército Russo] seguem falando para ele [Nikita] se juntar ao treinamento, dizem que precisa ir de qualquer jeito. Nikita vive me perguntando o que ele precisa fazer, já que tem corrida de duas em duas semanas, mas ninguém quer ouvir. Não é só sobre ele, mas sobre todos que vivem a mesma situação. O estado não liga para os atletas", afirmou Dmitry.
Dmitry, aliás, fala com conhecimento de causa. O magnata nascido em Minsk, atual capital de Belarus, teve carreira militar. Nascido em 1968, se formou na academia militar Suvorov em 1985 e, entre 1986 e 1988, defendeu a União Soviética como intérprete no Afeganistão.
Caso Mazepin opte por atender nos próximos meses o chamado do serviço militar russo, a chance pode cair no colo de Pietro Fittipaldi. O brasileiro, que disputa as etapas nos ovais na Indy, segue acompanhando o time americano nas etapas e continua no posto de piloto reserva. Em 2020, Pietro fez duas provas na vaga do lesionado Romain Grosjean, justamente com quem divide carro em 2021 nos EUA.
A história do serviço militar é só mais um capítulo conturbado envolvendo Nikita Mazepin e a Rússia. Por conta de uma punição por doping sistêmico em esportes olímpicos, o país foi banido de competições pelo Tribunal Arbitral do Esporte até o fim de 2022 e, assim, Mazepin corre com a bandeira neutra em sua estreia pela F1.
A suspensão russa já vem se arrastando desde a metade da década passada. Os russos são acusados pela WADA - Agência Mundial Antidoping - de um esquema de dopagem, descoberto nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sóchi, em 2014. Na ocasião, a agência de testagem foi acusada de acobertar os casos.
Mazepin e os demais pilotos russos das categorias mundiais podem ao menos usar as cores do país, bem como terem escrito o nome da Rússia em macacões e outros equipamentos. No entanto, isso deve ser acompanhado do termo 'atleta neutro', com o mesmo destaque. Foi nessa brecha que a Haas se encaixou para conseguir pintar o carro de 2021 com a bandeira russa.