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Novos motores turbo mudam a cara da F1 para 2014; entenda

14 mar 2014 - 17h09
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<p>Carros com motores Renault sofreram na pré-temporada; Red Bull perdeu competitividade e começa 2014 com rivais mais próximos, enquanto Lotus começa ano como incógnita</p>
Carros com motores Renault sofreram na pré-temporada; Red Bull perdeu competitividade e começa 2014 com rivais mais próximos, enquanto Lotus começa ano como incógnita
Foto: Getty Images

Quem faz projeções para a temporada 2014 da Fórmula 1 com base nos testes de pré-temporada aponta uma evolução grande da Williams em relação a 2013. O motivo é bem simples: a troca dos motores Renault pelos Mercedes. Ao deixar uma fornecedora que conquistou o Mundial de pilotos nos quatro anos anteriores, a equipe de Frank Williams reforça sua aposta em uma tese que tem força para o ano: a Mercedes foi a que melhor se adaptou às novas regras de motores para a temporada.

O regulamento para 2014 neste quesito é amplo. O ponto mais midiático na questão é a volta dos motores turbo, afastados da Fórmula 1 desde o fim da temporada de 1988. Além disso, porém, a Formula One Management (FOM) e a Federação Internacional do Automóvel (FIA) concordaram com as mudanças nas especificações dos motores usados até 2013. E é justamente isso que vem dando uma cara nova à disputa em 2014.

Turbo de 1988 x Turbo de 2014

Da última vez que um carro com turbo correu na Fórmula 1, Alain Prost venceu o GP da Austrália e Ayrton Senna conquistou seu primeiro título. O ano era 1988.

Naquela época, o regulamento permitia uma maior variedade de motores, e o turbo nem era obrigatório. Equipes como Williams, Tyrrell, Benetton, Ligier e Minardi, entre outras, corriam com motores aspirados.

Independente do turbo, os times de 1988 se dividiam em três tipos de motores: V6 (seis cilindros dispostos em V), V8 (oito cilindros dispostos em V) e L4 (quatro cilindros dispostos em linha). A cilindrada de cada pistão variava entre 1,5 L e 3,5 L.

A aposta vitoriosa da McLaren naquele ano foi nos motores Honda V6 turbo com 1,5 L, configuração parecida com os das equipes em 2014.

O retorno do turbo à F1 é uma compensação das entidades que regulamentam a categoria, por um motivo simples: economia. Com orçamentos reduzidos, os times precisarão de motores que consumam menos combustível – assim, para que não percam potência, as equipes e as fornecedoras foram liberadas para adotar novamente o turbo.

Após a temporada 2013, os motores V8 de 2,4 litros saíram de cena para a entrada dos motores V6 de 1,6 litro com turbo. Com a redução deste valor, equivalente à cilindrada do motor, o carro perde torque – o que o turbo tende a compensar ao "acrescentar" rotações por minuto (RPM) na movimentação dos pistões.

“O 1,6 litro é o deslocamento do pistão. É um carro de cilindrada pequena, que nem o meu carro (de passeio). A grande diferença, pelo que me consta, seria a rotação. Eles (motores de F1) atingem rotações absurdas, muito altas. Enquanto a rotação de um carro chega a 5 mil RPM, eles chegam a 15 mil RPM”, explica o engenheiro mecânico Fernando Ulloa.

“A adoção do turbo permite que você tenha maior torque. O turbo vai comprimir o ar antes de entrar na câmara de combustão. Para isso funcionar com essa grande rotação do motor do carro de F1, elas (equipes e fornecedoras) devem fazer um comando muito mais eficiente de válvula”, completou.

<p>Mercedes se mostrou melhor adaptada às novas regras e começa o ano em alta; equipes com motores da fornecedora alemã, como Williams e McLaren, também saíram ganhando</p>
Mercedes se mostrou melhor adaptada às novas regras e começa o ano em alta; equipes com motores da fornecedora alemã, como Williams e McLaren, também saíram ganhando
Foto: Getty Images

Para carros de passeio de até 5 mil RPM, os cilindros contam com comandos de válvula que abrem e fecham mediante passagem de combustível com o auxílio de uma mola. Acima disso, como lembra Ulloa, contam com comandos independentes de abertura e fechamento de válvula, movimento que as molas não conseguiriam acompanhar. Grosso modo, o carro de F1 em 2014 tem um motor parecido com o de um carro de passeio, mas trabalhando de maneira muito mais acelerada - mais até do que em 2013.

Este é o caso dos carros de Fórmula 1 vistos na pista: mais econômicos, igualmente potentes. “Pelo fato de o motor ser V6, o consumo de combustível deve cair. O carro tende a consumir menos combustível e a cilindrada é menor. Ele é mais econômico. Talvez não seja menos potente por ser turbo, justamente pra compensar e para gastar menos”, explicou o engenheiro.

A conta parece simples, mas nem todo mundo se deu bem com a alteração no regulamento. Embora o anúncio das novas determinações tenha sido feito em outubro de 2011, a Renault apanhou um bocado na composição do sistema de propulsão, o que complicou a situação das equipes empurradas pelos franceses. Resultado: a Red Bull perdeu competitividade nos testes de pré-temporada, enquanto a Lotus se tornou uma grande incógnita. A Toro Rosso segue atrás do pelotão, enquanto a Caterham deve adiar ainda seus primeiros pontos.

Por outro lado, os carros com motores Mercedes terminaram os testes de pré-temporada em alta. A equipe da montadora alemã esteve regularmente na briga pelos primeiros lugares, enquanto Williams e McLaren mostraram desempenhos competitivos em relação ao ano anterior. A Force India, que também conta com os V6 germânicos, mostrou regularidade e deve pontuar com frequência, caso as projeções se confirmem.

Pode ser que a Fórmula 1 reflita na pista as mudanças dos motores. Pode ser que a saída dos V8 de 2,4 L para a entrada dos V6 turbo de 1,6 L torne a categoria imprevisível. O que se sabe, por enquanto, é que os clientes da Mercedes estão muito satisfeitos com os primeiros resultados colhidos pela fornecedora após a mudança de regulamento para 2014. “A melhor coisa que a Williams fez foi assinar com a Mercedes”, comemorou Felipe Massa.

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Fonte: Terra
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