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Mudança drástica na regra de motores promete reviravolta na F1 em 2014

8 dez 2013 - 07h45
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A Fórmula 1 espera por grandes mudanças na temporada 2014 - e quem diz isso são as próprias equipes. O motivo: a mudança no regulamento de motores. Anunciada ainda em outubro de 2011, a nova regra tem obrigado os engenheiros a trabalhar, e pode criar resultados imprevisíveis nas primeiras corridas do calendário.

Para continuar cortando custos, a categoria determinou que os motores V8 de 2,4 litros, usados até o final de 2013, sejam substituídos por motores V6 de 1,6 litros dotados de turbo. Com motores menores, os carros passarão a adotar o Sistema de Recuperação de Energia (ERS, versão atualizada do Kers), capturando força das frenagens. O ERS, porém, terá o dobro de potência da versão anterior, fornecendo mais energia aos carros.

Em resumo, os carros de 2014 serão "mais elétricos", movendo-se com combustível fóssil e um sistema complementar de energia. Para deixar claro o caráter "híbrido" dos carros, os tanques de combustível terão as capacidades reduzidas, de 140 kg para 100 kg.

<p>Motores V8 utilizados até 2013 (foto) serão substituídos por V6 com turbo; equipes vêm trabalhando desde 2012 para construir carros "do zero" dentro das novas especificações</p>
Motores V8 utilizados até 2013 (foto) serão substituídos por V6 com turbo; equipes vêm trabalhando desde 2012 para construir carros "do zero" dentro das novas especificações
Foto: Ferrari Press Office / Getty Images

E é com isso que as equipes têm que se virar nos últimos dois anos - sem exagero, é o tempo que alguns engenheiros têm trabalhado nos projetos para 2014. Para Guy Lovett, gerente de tecnologia da Shell para a Ferrari, o desafio das equipes será equilibrar essa conta: ter carros econômicos, potentes, duráveis e competitivos. Tudo ao mesmo tempo.

"Não se trata apenas do combustível, mas de toda a energia do carro. Os pilotos terão que adaptar seus estilos a isso", afirmou Lovett, sem saber precisar se o resultado da conta será o ideal. "Uma das experiências que as pessoas mais gostam na F1 é ouvir o barulho dos motores. E sim, o som vai mudar", previu.

Segundo Lovett, a Ferrari e a Shell têm trabalhado no carro de 2014 há um ano e meio. Parece muito? Na Lotus, o trabalho começou antes, há dois anos. Na equipe de Enstone (Inglaterra), cerca de 5,5 mil funcionários trabalham para tirar o carro do papel desde 2012, utilizando dados de telemetria colhidos desde então. O desafio no time agora é colocar na pista um carro construído desde o início em conjunto com o motor.

"No próximo ano, vamos trocar os motores. Com o turbo, teremos uma tecnologia diferente. Iremos utilizar tecnologia inutilizada (ERS). Será uma tecnologia nova. Iremos criar o carro já com o motor. Será algo novo", explicou Fleur Foster, gerente de parcerias da Lotus. "Sei que os dados serão usados, mas não sei o quanto. Afinal, começamos o carro do papel", completou.

<p>Para Guy Lovett, gerente de tecnologia da Shell para a Ferrari (primeiro de vermelho à esquerda), pilotos terão que adaptar seus estilos ao novo regulamento</p>
Para Guy Lovett, gerente de tecnologia da Shell para a Ferrari (primeiro de vermelho à esquerda), pilotos terão que adaptar seus estilos ao novo regulamento
Foto: Carsten Horst / RF1

Nem todo mundo resistiu a essas exigências. A Cosworth, que equipava os carros da Marussia, deixará a categoria mais uma vez ao fim de 2013 - os carros da equipe russa serão equipados pela Ferrari. Paralelo a isso, a Honda trabalha para voltar dentro das exigências em 2015.

A Toro Rosso terá motores Renault (assim como a Red Bull) em 2014, enquanto a Williams será empurrada por motores Mercedes. Diante da exigência de planejamento e da restrição de testes, as trocas de fornecedoras de motores são um risco a mais para as equipes que buscam evolução.

"Há uma limitação no número de testes, então isso compromete o trabalho das equipes. Mas a limitação é a mesma para todas", despista Guy Lovett, que vê um "processo de desenvolvimento contínuo" nos motores a partir do início da temporada. A opinião é semelhante à de Lewis Hamilton, piloto da Mercedes.

"Os caras têm trabalhado duro. Desde que cheguei à F1, este tem sido o período mais difícil para as equipes. Estamos dando 110% de cada um de nós para termos o melhor", apontou o britânico, que aposta em um bom começo de temporada da Mercedes para poder desafiar o domínio da Red Bull nas novas regras.

Confira as principais mudanças na regra de motores para 2014 na Fórmula 1:

Em 2013 Critério Em 2014
8 em V (V8) Número de cilindros 6 em V (V6)
2,4 l Volume dentro dos cilindros 1,6 l
2.000 Duração mínima (em km) 4.000
8 Número máximo de motores no ano 5
140 kg Capacidade do tanque de combustível 100 kg
Não Turbo Sim
KERS (60 kw em 6s) Sistema de Recuperação de Energia ERS (120 kw em 30 s)

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Fonte: Terra
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