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Na briga pelo top-3, McLaren e Ferrari reeditam duelo histórico com pé no futuro

A McLaren e a Ferrari estão em uma disputa intensa pelo posto de terceira força no grid da F1. Neste momento, a balança pesa para o lado inglês, enquanto os italianos tentam aprimorar o atual carro. A briga entre os dois tradicionais times lembra as brigas travadas em décadas passadas

29 jul 2021 - 04h02
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McLaren e Ferrari travam disputa pelo posto de top-3 da F1 2021
McLaren e Ferrari travam disputa pelo posto de top-3 da F1 2021
Foto: Beto Issa / Grande Prêmio

Não é 1976, nem Niki Lauda e James Hunt estão numa definição digna de Hollywood que capta toda a atenção da Fórmula 1. Mas 45 anos depois e em meio à Era Híbrida, a luta entre Ferrari e McLaren segue muito viva, apesar do foco da temporada estar na intensa disputa entre Red Bull e Mercedes. Ainda assim, ingleses e italianos reeditam duelos que marcaram a história da F1. As duas equipes já estiveram em posição de domínio, como no início dos anos 2000, mais recentemente, mas agora a batalha é para garantir o posto de terceira força do grid. Neste momento, com dez provas em 2021, as duas estão separadas por apenas 15 pontos.

Ambas estão passando por um período de recuperação e na busca de encerrar períodos de jejum. A McLaren viveu nove temporadas sem vencer - a última vitória aconteceu com Jenson Button no GP do Brasil em 2012 -, enquanto a Ferrari comemorou um triunfo pela última vez em Singapura no campeonato de 2019 e pelas mãos de Sebastian Vettel, com um desastroso 2020 na sequência. Neste momento, no entanto, estão sempre na espreita de qualquer erro das duas ponteiras. Um mínimo vacilo já é capaz de colocar qualquer uma das duas ou as duas na briga por pódios e vitórias.

No lado da Ferrari, a surpresa veio nos circuitos de rua: duas poles consecutivas de Charles Leclerc em Mônaco e Baku foram um golpe de cena. E a partir de uma mudança de suspensão que melhorou o ritmo da corrida após a França, a competitividade foi maior. O excelente trabalho no monegasco em Silverstone, onde esteve a uma volta de vencer o GP e só sucumbiu ao ritmo de Lewis Hamilton - Max Verstappen já tinha abandonado -, lhe dá crédito. A equipe poderia encontrar sua chance no lento circuito de Hungaroring, embora Charles não seja "otimista" de que a vitória pode chegar ao time de Maranello no momento.

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Charles Leclerc terminou em segundo o GP da Inglaterra. Foi o primeiro pódio do monegasco na temporada
Charles Leclerc terminou em segundo o GP da Inglaterra. Foi o primeiro pódio do monegasco na temporada
Foto: Ferrari / Grande Prêmio

Com relação à McLaren, Lando Norris atravessa um 2021 excepcional, com três pódios e um desempenho consistente. Tirando o GP da Espanha, onde terminou em oitavo lugar, o britânico ficou entre os cinco primeiros em todas as outras corridas. Para a Hungria, a equipe de Woking planeja fazer sua última atualização do ano, para tentar repetir em uma pista de alta pressão aerodinâmica, o potencial que apresentou em circuitos de média/alta velocidade, como Áustria e Inglaterra.

Entretanto, o verdadeiro foco de ambas as equipes é 2022, quando o novo regulamento técnico da Fórmula 1 entra em vigor. Olhando para o futuro, a luta pelo terceiro lugar é uma questão secundária enquanto o trabalho está nas fábricas. Praticamente todo o esforço técnico e orçamentário de ambas tem como o objetivo começar a próxima temporada com o pé direito.

Com essa finalidade, Ferrari desenvolveu um novo simulador que lhe permitirá afinar cada detalhe do projeto 672 - o carro que usará a partir da próxima temporada - enquanto o desenvolvimento da SF21 está completo. A McLaren, por sua vez, está perto de trazer um fundo da Arábia Saudita como acionista, o que aumentaria consideravelmente seus cofres. O desafio para os britânicos será como capitalizar isto nesta nova fase de corte de orçamento da Fórmula 1.

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Na Áustria, Lando Norris foi capaz de colocar a McLaren na primeira fila do grid pela primeira vez desde 2012
Na Áustria, Lando Norris foi capaz de colocar a McLaren na primeira fila do grid pela primeira vez desde 2012
Foto: McLaren / Grande Prêmio

Neste contexto, a luta pelo terceiro lugar significa saber aproveitar as oportunidades na pista e aproveitar os erros das duas líderes. Tanto a Red Bull quanto a Mercedes têm companheiros de equipe que não estão passando por bons momentos, com Valtteri Bottas tendo um pé fora da equipe anglo-alemã para 2022, e Sergio Pérez ainda lutando para se adaptar ao RB16B. Só que Ferrari e McLaren também não devem errar, como ocorreu nas paradas lentas em Silverstone com Sainz e Norris.

Sem nenhum desenvolvimento tecnológico grandiloquente para o segundo semestre do ano, ambas terão de tirar vantagem do fator humano. Como em aqueles anos 70, uma ferramenta que tantas vezes foi decisiva para estas equipes, será determinante para o terceiro lugar no Campeonato Mundial de Construtores. Uma definição estilo vintage, para que o futuro possa esperar um pouco mais.

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