Mesmo com show de Leclerc, Ferrari morre na praia nos EUA
Leclerc fez grande corrida, soube aproveitar as oportunidades de subir o pelotão. Mas a degradação foi calcanhar de aquiles para a Ferrari.
O Grande Prêmio dos Estados Unidos foi bastante movimentado e cheio de disputas dentro da pista. Foi uma corrida muito boa para se ver, cheia de manobras dos talentosos pilotos da F1, que entregaram uma corrida absolutamente emocionante, mas foi outro final de semana que deixou o torcedor ferrarista desapontado.
É verdade que Carlos Sainz conseguiu a pole position esperada, em uma volta praticamente perfeita. Porém, no fim, a corrida acabou seguindo o padrão que vem atormentando os Tifosi…
Sainz foi tocado na primeira curva e abandonou, enquanto Leclerc, que até estava em um fim de semana inspirado, conseguiu no máximo um pódio no qual não conseguiu nem ameaçar o segundo colocado. Claro, quando você larga na 11ª posição e chega em 3º, em termos de resultado final, é ótimo. Porém o monegasco tinha condições de conseguir mais coisas se não fosse o problema de degradação dos pneus.
Voltando a Sainz: por mais que a culpa do acidente tenha sido inteiramente de Russell (reconhecida pelo próprio inglês), deu a impressão de que o piloto do carro #55 poderia ter se saído melhor, não só na largada - conhecida por ser mais favorável a quem larga de P2 em Austin -, como também ter tido uma perícia maior na hora da primeira curva. Às vezes, é melhor se posicionar de modo que perca algumas posições do que arriscar-se a receber um toque e ter a sua corrida jogada fora.
Indo para a ação, é preciso reconhecer que é complicado competir contra a Red Bull, que tem um carro excepcional com um fantástico piloto guiando-o. Até mesmo em em uma pista na qual a degradação foi um problema para o RB18, eles sofreram menos do que o esperado e conseguiram ter o ritmo necessário para a vitória. Esse gráfico feito pelo site italiano Formula Passion ilustra um pouco sobre isso:
Em contrapartida, não foi isso que ocorreu com Leclerc. O piloto do carro #16 vinha em uma corrida de recuperação espetacular, fazendo grandes ultrapassagens - uma delas em cima de Pérez com pouquíssimo espaço deixado pelo mexicano. Sua velocidade era incrível e a Ferrari vislumbrou ali um sonho de até mesmo brigar pela vitória contra Hamilton e Verstappen. Esse cenário foi possível só por algumas voltas depois do pit stop: Leclerc conseguiu ficar atrás do Verstappen e persegui-lo, mas logo os pneus acabaram e ele teve que fazer voltas lentas para resfriar o composto médio e assegurar o lugar no pódio.
Em resumo, a sensação que fica desta corrida é que se esse cenário de corrida ocorresse com os carros nas condições do início da temporada, era bem possível de Leclerc conseguir vencer, mas não adianta ter a velocidade se o gerenciamento não estiver lá. É impossível vencer na F1 atual sem que o gerenciamento de pneus funcione minimamente bem.
De toda forma, pensando em 2023, é nisso que a Ferrari deve focar: degradação de pneus. Mesmo que o carro seja rápido e equilibrado, ele precisa fazer isso sem ser tão agressivo aos pneus. Para esta temporada, não tem mais muita coisa a ser feita com Verstappen e Red Bull já campeões, mas é o momento para aproveitar e ter a certeza de tudo que não deve ser repetido na próxima temporada.