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Horner e Red Bull: Uma hora, o pra sempre sempre acaba

20 anos e 16 títulos depois, o casamento Red Bull e Christian Horner chega ao fim de uma maneira inesperada e abre muitas perguntas

9 jul 2025 - 20h45
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Christian Horner: um legado incrível que foi derrubado por hiperconfiança
Christian Horner: um legado incrível que foi derrubado por hiperconfiança
Foto: Red Bull Content Pool

Os períodos sem corridas da F1 são momentos em que fatos inesperados acontecem e deixa o distinto público de boca aberta. A quarta-feira foi um desses que causaram um verdadeiro abalo em todos os quadrantes da categoria: Christian Horner foi afastado dos postos de chefe de equipe e CEO da Red Bull Racing.

Muito foi dito e especulado ao longo do dia, inclusive aqui no Parabólica. Entretanto, talvez nunca saberemos o que realmente aconteceu nos bastidores que levaram a tomada de decisões. Mas os fatos que foram expostos permitem montar todo um quebra-cabeça para montar todo o contexto.

É inegável o legado que Horner produziu. Quando a Red Bull anunciou a aquisição da Jaguar, o nome de Christian Horner chamou a atenção. Em 2004, Horner era conhecido por um currículo muito magro como piloto e por ter iniciado um bom projeto de equipe, a Arden, montada com seu pai. Com a carta branca dada por Dietrich Mateschitz, o britânico foi arregimentando recursos para levar a Red Bull ao topo. Tendo uma bela parceria com Helmut Marko, que também tinha uma equipe nas categorias de base e era amigo de Mateschitz.

Aquele piloto de qualidade duvidosa mostrou a competência para fazer o time funcionar. E quando foi anunciada a contratação de Adrian Newey, ficou dado o recado que aquele fabricante de latinhas queria muito mais do que fazer a F1 um outdoor veloz...

E os resultados vieram.

Simplesmente, a Red Bull deu 4 títulos a Sebastian Vettel e se consolidou como uma equipe vencedora e de ponta. Além disso, os taurinos fizeram uma jogada que deu vazão a formação de pilotos e salvar a F1: comparam a Minardi em 2005 e impediram o final de mais um time, a rebatizando como Toro Rosso.

Os sucessos foram vindo e talvez aqui tenha sido o grande problema de Horner: se sentir acima do bem e do mal. Aqui, a indulgência caba por ser fatal.

Depois dos títulos de Verstappen, Horner se sentiu capaz de tudo. Ainda há o quadro da doença de Dietrich Mateschitz e talvez viu a oportunidade de ser efetivamente o "dono do pedaço": diz-se que foi um dos responsáveis pelo malogro das negociações com a Porsche, trouxe a Ford para ser parceira no projeto do motor próprio; com a morte de Dietrich, tentou se aliar aos acionistas tailandeses para ter mais influencia no time. Depois, este movimento foi reforçado para sobreviver após o tal escandalo do possível caso de assédio. Além das faíscas entre o antigo aliado Helmut Marko e a família Verstappen, além da saída de vários membros chave do time, incluindo Adrian Newey e Jonathan Wheatley.

Todo o quadro alinha que esta demissão tão repentina, sem deixar que a temporada terminasse, foi feita para poder manter Max Verstappen na Red Bull. Não se falou em mais nada nas ultimas semanas de uma negociação entre Verstappen e Mercedes e que uma saída do neerlandês seria possível pelo descumprimento de cláusulas previstas no contrato inicialmente válido até 2028. 

Os historiadores dizem que existem ciclos. Podemos dizer que o dia 9 de julho de 2025 encerrou um dos períodos mais impressionantes da F1 e que o tempo tratará de dar a real dimensão de tudo. Agora, a Red Bull será conduzida por Laurent Mekies, que estava na Racing Bulls e conhece muito bem o terreno. 

Mekies tem vivência no lado das regras (trabalhou 4 anos na FIA e chegou a ser apontado como herdeiro de parte das funções que eram de Charlie Whiting) e desportivo (foi da parte técnica da Toro Rosso e depois foi Diretor Esportivo da Ferrari). Está longe de ser um fora de classe, mas neste momento de crise, a Red Bull precisa de "carregadores de piano" e não de sonhadores. 

Talvez a saída de Horner tenha sido tarde demais para retardar o processo de desmonte da Red Bull. Cabe saber também agora se é o bastante para que Verstappen fique no time e assuma a responsabilidade de ser um dos reconstrutores do time, mesmo sabendo que custará tempo, vitórias e títulos. Verstappen terá que decidir se será um Senna ou Fangio, que olhavam sempre onde estava o pacote técnico mais forte para se manter no grupo da frente, ou se encarnará o Schumacher da Ferrari, que levou tempo, mas montou um time que funcionava ao seu redor.

Agora, Christian Horner poderá inclusive mandar para Oliver Minztlaff, o poderoso executivo da área esportiva da Red Bull e para Helmut Marko, aquele trecho da música "Por Enquanto"

"Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar

que tudo era pra sempre

Sem saber que o pra sempre sempre acaba".

Parabólica
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