F1: Quem deve ser prioridade na McLaren?
Oscar Piastri e Lando Norris sabem quem é a prioridade na equipe? Ainda que seja difícil dizer, a McLaren precisa tomar uma decisão.
Desde 2024, a questão das prioridades dentro da McLaren tem sido um assunto constante. Lando Norris e Oscar Piastri são dois jovens talentos com futuros promissores na Fórmula 1, mas que, em diversas ocasiões, parecem limitados pela falta de uma definição clara por parte da equipe.
Atual campeã do Mundial de Construtores, a McLaren provou sua força, solidez e competência ao conquistar um título tão importante. No entanto, para manter esse nível e brigar também pelo campeonato de pilotos, a equipe precisa tomar decisões estratégicas — inclusive sobre quem liderará seus planos dentro das pistas.
Apesar do título de construtores em 2024 — conquistado com consistência, estratégias bem executadas e uma dupla talentosa — a McLaren tem enfrentado um dilema interno: a gestão de seus dois pilotos.
Lando Norris, piloto da casa desde 2019, é visto por muitos como o rosto da equipe. Em 2024, ele conquistou sua primeira vitória na F1 e terminou o campeonato na segunda posição geral, sendo peça-chave no título da McLaren. Já Oscar Piastri, em seu segundo ano de “adaptação”, mostrou uma curva de evolução impressionante. Ele somou pódios importantes, venceu uma sprint e não hesitou em brigar de igual para igual com Norris em várias corridas.
Porém, em meio a disputas acirradas entre os dois, como no Japão e ao longo de várias etapas em 2024, a falta de ordens claras e definição de liderança dentro da equipe levantou questionamentos. Em algumas ocasiões, os dois já chegaram a se atrapalhar mutuamente em tentativas de ultrapassagem, o que gerou preocupação entre analistas e fãs quanto ao risco de perderem pontos valiosos por falta de hierarquia.
Com a temporada 2025 em andamento e a competitividade cada vez mais alta entre Red Bull, Mercedes e Ferrari, a McLaren precisa decidir se seguirá com liberdade total para seus pilotos ou se vai, eventualmente, priorizar um nome na briga por vitórias e, quem sabe, pelo título de pilotos.
Piastri já conquistou sua segunda vitória na temporada de 2025 em apenas quatro corridas — um início forte que colocou ainda mais pressão sobre a McLaren para lidar com a disputa interna. O australiano tem mostrado ritmo, consistência e uma postura mais madura nas decisões em pista — algo que vem chamando a atenção da equipe e da mídia.
Embora sempre destaque a importância do trabalho em equipe e da conquista de pontos para o time, Piastri não esconde sua ambição de ser campeão mundial. Lando Norris, por sua vez, também segue competitivo e determinado a alcançar esse mesmo objetivo. A rivalidade, que até agora tem sido respeitosa, começa a ganhar contornos mais intensos à medida que ambos se colocam como candidatos reais ao título.
A pergunta que começa a circular no paddock é: até onde cada um está disposto a ir para ser campeão?
A história da Fórmula 1 mostra que grandes rivalidades internas — como Senna e Prost na McLaren, ou Hamilton e Rosberg na Mercedes — exigem uma gestão cuidadosa por parte das equipes. Caso contrário, o que começa como uma disputa saudável pode rapidamente virar um problema de grandes proporções.
Para a McLaren, o desafio não está apenas em manter a performance do carro ou as estratégias de corrida afiadas, mas em garantir que essa rivalidade interna não se transforme em um ponto fraco. Se quiser repetir o sucesso de 2024 e almejar o título de pilotos em 2025, o time de Woking terá que tomar decisões claras e — inevitavelmente — escolher em quem apostar suas fichas quando o campeonato apertar.
Afinal, não está em jogo apenas um título mundial de pilotos, mas também o bicampeonato de construtores — algo que, neste momento, é o desejo de todas as equipes com ambição real de dominar a Fórmula 1.