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F1: Finalmente, a era dos técnicos chegou

Os técnicos sempre tiveram importância na F1. Mas atualmente são praticamente tão importantes para o público do que os pilotos

4 ago 2023 - 09h51
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James Allison e Adrian Newey: algumas das figuras que aparecem mais nesta "Era dos Técnicos"
James Allison e Adrian Newey: algumas das figuras que aparecem mais nesta "Era dos Técnicos"
Foto: Mercedes AMG F1 e Red Bull Content Pool

Mais de 20 anos atrás, eu já escrevia na internet sobre F1. E me lembro que dizia que um dia estaríamos discutindo mais do trabalho dos técnicos do que efetivamente do que os pilotos fazem na pista. Ao ver esta postagem ontem, me veio a lembrança deste texto.

Se formos notar, não é de hoje que monitoramos a contratação de técnicos pelas equipes. Não podemos esquecer que, antes de tudo, a F1 é um campeonato de engenharia. É para ver quem faz o melhor carro dentro de determinadas regras.

Pilotos são importantes? Claro que sim. Afinal de contas, mesmo hoje com toda a tecnologia embarcada, o ser humano ainda faz a diferença nesta festa (escrevi sobre isso quando do GP de Monaco).

Mas não deixa de ser curioso, ajudados pelas possibilidades das redes sociais, este monitoramento. Bem como a reação do público.

Mas como dito, por conta da natureza, os técnicos acabam desempenhando um papel fundamental do sucesso. Aí mais uma vez vem à mente o velho chavão de que “esporte a motor é o esporte solitário mais coletivo que existe”.

Não é de hoje que os projetistas têm esta importância. Afinal de contas, é da cabeça deles que saíram e saem as grandes soluções mecânicas. Antigamente, tínhamos times muito pequenos e tudo dependia da observação de uma ou duas cabeças para que as coisas acontecessem. Daí vem nomes como Colin Chapman, Charles Cooper, Mauro Forghieri, Gordon Murray...

A F1 foi se tornando complexa e os times foram aumentando. Para se ter ideia, a McLaren campeão da primeira parte dos anos 80 contava com uma área de projetos de 16 pessoas, incluindo John Barnard. E quando este foi anunciado no fim de 86 pela Ferrari, um grande alvoroço se criou...

Atualmente, o time técnico de um time de F1 oscila entre 300 a 400 pessoas. O responsável pela área técnica acaba sendo mais um supervisor e responsável em definir as ideias principais. Não quer dizer que não vá participar diretamente. Por exemplo: Adrian Newey se dedicou bastante às suspensões da Red Bull dos RB18 e RB19...

Como acaba sendo uma estrutura enorme dentro de outra, qualquer mudança acaba sendo não tão rápida em ser implementada. Embora agilidade seja algo extremamente necessária, mudar culturas e métodos não é tão simples. E mesmo com a tecnologia, fabricar peças não é tão rápido...

É importante sim dar importância ao trabalho de fábrica. Afinal de contas, homens e mulheres se dedicam em aperfeiçoar detalhes para obter milésimos de segundo nas pistas. E nada melhor do que ver o resultado do seu trabalho ser valorizado.

Porém, chegamos à era dos técnicos popstars.

Parabólica
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