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F1: A dominância Red Bull seguirá em 2024. Só depende deles

Pode ser cedo, mas a diferença da Red Bull para os demais soa difícil de ser superada. Mas e o futuro? A FIA não fará nada?

11 mar 2024 - 08h00
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Verstappen e Perez na frente no reinicio do GP da Arabia Saudita. Tudo indica que 2024 será assim
Verstappen e Perez na frente no reinicio do GP da Arabia Saudita. Tudo indica que 2024 será assim
Foto: Oracle Red Bull Racing / Red Bull Content Pool

Se o passeio que foi no Bahrein fez muita gente ficar de cabelo em pé, o GP da Arábia Saudita deixou as sobrancelhas cada vez mais ouriçadas e uma pergunta cada vez se faz mais presente: como parar Max Verstappen e a Red Bull?

Aparentemente, os taurinos conseguiram melhorar o que já era ótimo e o RB20 vem liderando de modo avassalador, especialmente com Max Verstappen. Porém, o modo com que Sergio Perez conseguiu passar Charles Leclerc na relargada acabou por demonstrar que o bom desempenho não é somente de um único lado dos boxes...

E esta dominância perdurará por muito tempo?

Se observarmos o que aconteceu desde o início da implementação do regulamento técnico em 2022, só poderia haver alguma modificação em 2026, quando um novo pacote de regras, mais radical, será implantado. A Red Bull mostrou que teve o melhor entendimento das regras e vem conseguindo nadar de braçada diante da concorrência, que cada vez bate cabeça...

O que muita gente questiona é que, na atual situação, não vem sendo feito nada para que esta dominância acabe: afinal de contas, das últimas 20 corridas, Max Verstappen venceu 19.

Como até escrevi aqui, dominâncias sempre existiram na F1 e até de forma mais acachapantes. Como não lembrar das diferenças da Williams 92 e da McLaren 88 para o resto do grid? No caso de 88, no caso específico do GP de San Marino, a diferença das McLaren para o terceiro colocado no grid simplesmente era de 3 segundos!

Só que muitos tem um ponto: anteriormente, a FIA agiu várias vezes para acabar com dominâncias. E por que não faz nada agora para mudar a situação?

Em tempo: sou defensor de que o regulamento não deva sofrer grandes modificações e que deve haver estabilidade, que naturalmente as coisas se acomodam. Também escrevi que uma dominância da Red Bull não seria algo necessariamente ruim, pois já vimos um quadro como este. Os artigos estão disponíveis no final desta coluna.

O pensamento segue. Porém, fazer alguma mudança hoje na parte técnica na F1 implicaria uma série de situações...

Para mexer no regulamento, a FIA só pode mexer unilateralmente em questões de segurança. Em aspectos técnicos, é preciso uma supermaioria de um grupo compostos por equipes, FIA e F1. De 30 votos, seriam necessários 28. Isso ainda após um consenso do comitê técnico, formado pelos Diretores Técnicos dos times, mais a FIA e a F1 (para entender, explicamos esse labirinto aqui)

A linha atual é que, por conta do Teto Orçamentário, não haja grandes mudanças nestes dois próximos anos, com o foco dos times em 2025 ficando no novo regulamento e sem qualquer acréscimo aparentemente. Não à toa que um dos pontos que se discute para 2025 é uma limitação de desenvolvimento nos carros da mesma forma do que aconteceu em 2021 (falamos disso aqui).

Uma discussão que se tem na mesa é que a Pirelli teria proposto modificações nos compostos para 2025. Nos últimos anos, o fabricante propôs uma série de situações que foram devidamente rechaçadas pelos times e pouco se mexeu. Para que haja um novo bloqueio, não custa muito...

Mas uma mudança nos compostos forçaria uma mudança maior nos carros. Afinal, teria que se mexer na crucial geometria da suspensão, que impacta diretamente no comportamento. E detonaria uma série de mudanças...

Já vimos que este tipo de mudanças pode não ser tão positiva: Diretriz Técnica 39 de 2022 é um exemplo. Por isso algo do tipo tem que ser muito bem pensado e conversado...

Quem defende a intervenção da FIA para tentar equilibrar as coisas, não está errado. Os pontos a favor desta solução não são poucos e a Liberty Media sabe que tem que manter uma narrativa interessante para manter o público atento. Mas alguns dados são preocupantes, como a estabilidade do número de telespectadores nos últimos anos e a uma queda na busca pela mais nova edição do Drive To Survive...

É preciso sangue frio neste momento para não fazer bobagem. Mas a F1 já soube cortar da carne para sobreviver. A tentação de mexer é grande. Porém, do jeito que a coisa está, a Red Bull seguirá na frente não somente por seus méritos, mas pelas falhas dos concorrentes. E ainda tem um tal de Max Verstappen que está fazendo o favor de criar uma simbiose homem/máquina com o RB20 que é algo impressionante.

Não se pode ainda descartar nada. Afinal de contas, agora que os times começam a ter mais dados concretos do funcionamento dos carros e confirmar linhas de desenvolvimento. Só que isso leva tempo e, dependendo, uma alteração de mais peso só vem para o meio do ano. E mesmo em um campeonato tão longo como este, pode ser tarde demais. Hoje, está difícil dizer quem poderia fazer alguma coisa: Quem está mais próxima é a Ferrari, que conseguiu progredir, especialmente na gestão de pneus, mas que não foi o suficiente ainda.

A esperança do resto do grid é que a confusão externa da Red Bull respingue na pista e cause uma implosão do time. Fora isso, é interessante começar a especular em que GP da temporada Verstappen conseguirá seu quarto campeonato mundial.

Senhoras e senhors, vos digo: a dominancia seguirá.

Artigo sobre não mudar o regulamento para barrar a Red Bull

Artigo explicando o labirinto das regras da F1

Parabólica
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