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Alpine: um túnel em busca de uma luz de saída na F1

Se tem algo difícil de entender na F1 atual é a Alpine: os franceses tentam se encontrar para vencer, mas só conseguem se perder ainda mais

4 jun 2024 - 09h47
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Alpine em Monaco: um busca de uma saída da escuridão
Alpine em Monaco: um busca de uma saída da escuridão
Foto: BWT Alpine F1

Um dos mistérios da F1 é a Alpine. Um time que tem apoio de um dos maiores grupos automotivos do mundo(Renault/Nissan) e uma série de recursos de força, como uma fábrica em Enstone (Inglaterra) e um centro de desenvolvimento de motores em Viry-Chatillon (França). Quando se pensa que a equipe vai achar um rumo, o destino se encarrega de deixar as coisas confusas...

Desde quando a Renault anunciou o seu retorno em 2015, vários projetos de crescimento e vitórias foram anunciados. Porém, se fossemos fazer um bingo de decisões equivocadas nos últimos 18 meses, a Alpine talvez preencheria umas 2 cartelas: dois CEOs da marca, demissão sumária de Chefe de Equipe e Diretor Esportivo (que estava lá há mais de 20 anos), saída do comando da área técnica e o mais novo anúncio: Esteban Ocon sai do time no fim do ano. Embora este já fosse um movimento esperado...

É um quadro muito distante do que o pensado em 2021, quando o CEO da Renault, Luca de Meo, anunciou o “Renaulution”, que era uma reestruturação imensa da marca por conta da COVID-19. Naquele momento, o fim do time na F1 era dado como certo e Di Meo tirou a marca Alpine da manga, a transformando na imagem esportiva do conglomerado e a usando na F1.

Por um lado, a marca nunca teve uma exposição tão grande como nos últimos tempos e a F1 teve participação nisso. Não é à toa que a controladora viu a oportunidade e vendeu parte das ações do time para um grupo de investidores em 2023. E a Alpine vem batendo recordes de venda para seus padrões.

O problema é que os sinais que chegam da França são confusos: por hora, o comando segue nas mãos de Bruno Famin, que originalmente veio como responsável pela área de motores da Alpine, depois foi alçado ao posto de Vice-Presidente e respondendo pela área de competições (aqui falamos do FIA WEC, gestão da academia de pilotos e outras coisas).

Toda mão é necessária: Bruno Famin vem tentando tornar a Alpine um time viável
Toda mão é necessária: Bruno Famin vem tentando tornar a Alpine um time viável
Foto: BWT Alpine F1 / X

2024 tem sido de choro e ranger de dentes: logo após a definição do projeto do A524, houve uma grande varrida da área técnica, com direito a saída de Diretor Técnico. Sem contar que o time optou por não fazer como os demais e promover uma mudança mais radical em seu trem traseiro para tentar obter mais pressão aerodinâmica.

 Junte a isso o uso do trem de força mais fraco do grid atualmente e que ainda levou uma chamada da FIA após ter pedido uma verificação junto aos demais para verificar a possibilidade de mexer na unidade de força, o que foi negado, pois a diferença observada pela FIA era bem menor do que a alegada pelos franceses...

Até agora, o flamante CEO da Renault não deu as caras no paddock. Se esperava uma visita em Monaco, já que é uma prova “caseira” da Renault. Mas não houve presença e ainda se busca uma saída. O projeto F1 da Alpine não deixa de ser uma aposta pessoal de Di Meo.

Luca Di Meo, CEO da Renault, na apresentação do Alpine A522
Luca Di Meo, CEO da Renault, na apresentação do Alpine A522
Foto: BWT Alpine F1

Embora ainda haja esta situação toda, há um movimento em cortar a maré negativa: semanas atrás, David Sanchez, ex-Ferrari e que havia sido contratado pela McLaren, mas não ficou 3 meses, foi trazido para comandar a área técnica. Além disso, mais técnicos de outros times também vieram, mas para tratar também do motor de 2026...

Até algumas semanas atrás, a posição da cúpula da Renault era manter o envolvimento e tentar botar a casa em ordem. Até porque há uma cobrança por parte dos acionistas da equipe, que gastaram cerca de 200 milhões de euros para ter 24% das ações.

Porém, a ordem é: vamos manter, mas sem descartar uma venda. Hoje, a Alpine consegue com as receitas vindas de premiação e patrocínios bancar boa parte da operação. Em um momento em que a Renault vem apresentando bons números financeiros, a situação ainda se justifica. Porém, a imagem que fica é complicada...

Uma das conversas que se teria para uma potencial venda seria com a Andretti, com quem os franceses tinham um pré-acordo de fornecimento de motor e peças. Agora, uma opção que aparece é a chinesa Geely, que formalizou dias atrás uma empresa em união com a Renault para o desenvolvimento e fabricação de motores a combustão chamada HORSE. O mais curioso neste caso é que os chineses também são acionistas na Aston Martin (montadora) e são donos de uma marca que já bateu ponto na carenagem dos atuais carros entre 2012 e 2015: Lotus.

Em princípio, o acordo que forma a HORSE não prevê a inclusão da unidade de Viry-Chatillon no negócio (onde são desenvolvidos e construídos os motores da F1). Mas se a Geely oferecesse um negócio interessante, com certeza Di Meo consideraria.

Alguns jornalistas que acompanham a categoria de perto ainda dizem que a Alpine tem como uma opção adotar um modelo semelhante ao da Alfa Romeo (vender o time e só entrar como patrocinador principal, desembolsando bem menos) e ainda contratar um outro fornecedor de motores, deixando de lado o desenvolvimento que está sendo feito até agora e se estima um gasto de mais de US$ 200 milhões até aqui.

Para quem está de fora, este é um quadro que assusta muita gente. Se fala em uma nova chefia definitiva para começar a pensar o futuro e até mesmo na volta de Flavio Briatore assumindo um papel de Consultor. Por mais que haja recursos e uma possível vontade de investir, falta direção. Fica difícil recrutar pessoal se não há uma visão clara do que se pensa e quer fazer.

Todo caso, a Alpine é um túnel em busca de uma luz de saída.

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